Elisabete Sousa apresentou 12 trabalhos de ilustração botânica que mostram as várias espécies endémicas da ilha da Madeira. Uma exposição que apresentou ainda ilustrações de Angie Gray, uma artista botânica estrangeira, com um conjunto de ilustrações de flora exótica e foi igualmente prestado tributo a Helena Encarnação, bióloga e ilustradora científica do Museu de História Natural do Funchal, numa dedicatória a título póstumo (1974-2013)
Gostaria que explicasse o mote desta exposição?
Elisabete Sousa: O objectivo desta exposição teve em consideração o facto de ter sido escolhido o dia 7 de Abril para abrir a grande festividade que é a festa da flor na Madeira, mas queríamos também mostrar através da pintura, concretamente, as flores exóticas que a ilha acolhe e que tem adquirido ao longo destes anos todos através da emigração, mas também tem como objectivo mostrar a flora da nossa floresta nativa, património da humanidade que é a floresta da Laurissilva.
Mas, não são meras ilustrações.
ES: Pois não. Enquadramo-las na chamada ilustração botânica, que obedece a determinadas regras, embora todas tenham a sua componente estética bem vincada, mas obedecem a determinadas regras de representação das espécies que estão representadas.
Então quais são os desafios de uma ilustração científica? Quanto tempo leva? O que é necessário?
ES: Neste tipo de ilustração não podemos dizer quanto tempo leva, porque depende da espécie em causa, há plantas que tem uma morfologia muito mais complexa do que outras, então vai depender da planta e do que vamos representar. Temos é que ter tempo disponível para isso.
O desenho é ao vivo ou é através da fotografia?
ES: Eu faço uma recolha através de fotográfia das diferentes fases da vida da planta, depois combinámos esses desenhos formando um só, o pormenor de uma imagem, o pormenor de uma folha junto a uma outra foto de um outro ângulo e tudo isso constitui uma nova pintura que sera a obra final.
Há também uma homenagem a uma colega.
ES: Sim, a Helena Encarnação, porque fazia todo o sentido que ela tivesse cá representada, para já porque este tipo de exposição não é comum. Não acontece, então, numa região como esta chamada de ilha das flores faz todo o sentido, por isso, achámos por bem fazer isto. A Helena Encarnação esta aqui, porque ela explorou a ilustração botânica, também teve um trabalho valiosíssimo no campo da fauna da costa litoral da Madeira, então aproveitámos esta ocasião que embora fosse dedicada à ilustração botânica, mostrámos uma parte do acervo que o museu de história natural do Funchal possui do seu trabalho.
