Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

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A gaiola dourada

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Foi o filme sucesso de 2013 e é uma boa aposta para refrescar as suas noites de verão, porque já cheira ao mês de Agosto.

Passado um ano da sua estreia em Portugal, a comédia de Rúben Alves que arrebatou o público francês e o português de certa forma (mas já lá vamos) continua a fazer sucesso e para quem ainda não viu este filme sugiro-o veemente. Curiosamente, gostaria de falar da minha experiência pessoal no cinema, devo sublinhar que me diverti imenso e reconheci muitos dos tiques do povo português. Das suas adoráveis idiossincrasias, entre elas, a bendita mania da discrição, do não chamar demasiado as atenções, do mérito pelo trabalho sem descanso, das mães lusas e das suas eternas e imaginárias preocupações que se traduzem em telefonemas, a fartura de comida na mesa e da obsessão nacional pelo futebol, embora creia que essa é uma mania quase universal! E ainda, os famosos tapperwares que são usados para quase tudo! Ri-me as bandeiras despregadas, mas notei que na saída muitas pessoas comentavam que os portugueses não eram nada assim, que só os emigrantes é que se comportavam dessa forma e deveras que fiquei magoada com essas observações. Em primeiro lugar, os emigrantes são portugueses como outros quaisquer, que tentam manter a todo o custo a sua identidade da forma que sabem e conhecem e não me venham com esse treta de que são diferentes, porque não é verdade. Basta andar pelas aldeias e até em algumas vilas de Portugal para constatar algumas destas realidades. Aliás, desafio quem quiser a mostrar-me uma casa portuguesa sem tapperwares! Isto sem falar das famosas salas que só são usadas quando há convidados, das cozinhas impecáveis, que são substituídas por outras mais improvisadas para usufruto diário, os chamados anexos, onde verdadeiramente se cozinha para não se sujar a casa. Digam-me qual é o povo da Europa com estas manias? E não é mau, é o que somos, ponto. O único a fazer é assumi-lo com alegria e descontração natural. A "gaiola dourada" é um exemplo divertido e descomprometido dessa forma de ser, com a vantagem de estar recheado de actores portugueses maravilhosos que me fizeram sorrir e transbordar de orgulho. Por isso espero que se for português não fique ofendido, aproveite e divirta-se de forma descomplexada e se não for luso, veja e ria-se ou não! Bom cinema.

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