Vem aí a sétima edição do Festival de Música e Imagem de Loulé, entre os dias 24 a 27 de novembro. Sendo que, este ano, o Festival invade seis espaços, o Cineteatro Louletano, o Palácio Gama Lobo, a Casa da Cultura de Loulé, o Solar da Música Nova, a Escola Secundária de Loulé e a Sede do Rancho Folclórico Infantil e Juvenil de Loulé.
À semelhança de anos anteriores, mantendo o ADN que presidiu à sua criação, o Festival avança com propostas irreverentes, a maioria delas gratuitas. Começando de trás para a frente – ou seja, pelo fim, há os Mão Morta Redux, ressuscitados em versão trio com Adolfo Luxúria Canibal, Miguel Pedro e António Rafael. É no dia 27, às 21h00, no Cineteatro, que os Mão Morta tocam ao vivo uma banda sonora original para um filme russo, de 1928, “A Casa na Praça Trubnaia”. Trata-se de uma comédia do cineasta Boris Barnet que satiriza a exploração dos necessitados pela pequena burguesia, iludindo os sindicatos, após a Revolução socialista de 1917. Ao cine-concerto, segue-se uma conversa com a banda.
Mas voltemos ao princípio: o Pré-Festival arranca dia 21, com uma oficina que envolverá uma turma de Multimédia da Escola Secundária de Loulé, intitulada “Um, dois…som!”, organizada pelo Teatro da Didascália, que promove também o espetáculo “Soundcheck”. Os alunos da ESL integrarão, posteriormente, este espetáculo a 26, interpretando um dos temas rock de “Soundcheck”.
A inauguração oficial surge a 24 com “Sublumia”, no Palácio Gama Lobo. “Sublumia”, trazido pelo coletivo Sonoscopia, é uma instalação sonora e visual que estará patente durante todo o festival, incorporando objetos sonoros e dispositivos visuais. Os objetos utilizam a captação sonora e projeção de luz de e sobre diversos líquidos e elementos eletromecânicos, tais como pequenos motores, bombas de ar e dispositivos de indução sonora, dispostos no Palácio.
No final da semana, a 25, vem a 70.ª Semana, uma Ópera audiovisual. Espetáculo que junta a acústica, a eletricidade e a eletrónica, com obras eletroacústicas, pelo projeto DME – Dias de Música Electroacústica. Nesse mesmo dia, um evento hiper-agitado mas ultra-silencioso: Silent Disco, uma discoteca silenciosa em que cada pessoa pode ouvir e dançar algo diferente, consoante os auscultadores que escolhe, em português ou inglês. Para ver, ouvir e dançar na Sede do Rancho Folclórico Infantil e Juvenil de Loulé, perto do Palácio Gama Lobo.
A 26, sábado, impõem-se sons made in Loulé, com Sulisonias - o Som Verde dos Campos, uma encomenda do Cineteatro Louletano que junta a música de Arsénio Martins, áudios de João Simões, vídeo de Jorge Graça, poemas de Salvador Santos com leitura por Marinela Malveiro e ainda nove músicos – vários deles profissionais – incluindo professores do Conservatório de Música de Loulé , Francisco Rosado. Para ver e ouvir às 17h00, no Auditório do Solar da Música Nova, incluindo uma conversa no final do espetáculo.
Mais tarde, às 21h00, há Soundcheck no Cineteatro Louletano, um concerto interativo pelo Teatro da Didascália, com interpretação em Língua Gestual Portuguesa. Soundcheck é uma proposta que resiste, provoca e inquieta, com uma banda que integra Pedro ‘Peixe’ Cardoso, Pedro Sousa e Susie Filipe e uma componente de luzes intensa e inovadora.
Ainda, às 22h30, mas na Sede do Rancho Folclórico, Máquina Magnética, pela Sonoscopia. Desta vez, um quarteto em que a eletrónica digital do duo de Miguel Carvalhais e Pedro Tudela (também conhecido por @c) encontra os instrumentos percussivos customizados de Gustavo Costa e a luz e vídeo em tempo real de Rodrigo Carvalho. Em comum, a experimentação e a procura das vanguardas musicais, dando origem a um espaço luminoso, intenso, e invisivelmente expressivo.
Por fim, a 27, às 17h00, no Cineteatro Louletano, Jorge Moniz apresenta “Cinematheque”, um concerto multimédia. O pianista baseia-se na sua formação clássica mas adiciona-lhe instrumentação para quarteto de cordas, clarinete baixo e voz, a que se juntam discretas sonoridades eletrónicas. Em simultâneo, há um impactante desenho de luz e a projeção de vários vídeos multipremiados em Music Video Awards internacionais, numa estreita colaboração com o realizador Fernando Silva e com Chris Bigg, na edição discográfica. Jorge Moniz fará também uma Masterclass com alunos do Conservatório de Música de Loulé - Francisco Rosado. A fechar, às 21h00, os já anunciados Mão Morta, no Cineteatro Louletano.
Iniciado em 2016, o Festival Som Riscado é um evento alternativo no Algarve, que procura uma abordagem inovadora no âmbito da experimentação artística, nomeadamente no som, na música e na imagem.