A Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC) lançou um gabinete de virtualização que servirá os 77 municípios da região . O novo departamento da DRCC esta instalado fisicamente no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha e pretende servir a região centro e os seus 77 municípios, mas muito particularmente o conjunto das suas instituições museológicas, através do desenvolvimento de projetos especiais de divulgação do património cultural local.
Assente em três grandes eixos, a digitalização, o apoio e a divulgação, o gabinete de virtualização da DRCC pretende digitalizar o acervo cultural móvel e imóvel da região centro em 3D, reconstruir
virtualmente contextos históricos e arqueológicos, apoiar a produção de infografias 2D para museus da região centro, restaurar virtualmente o acervo museológico digitalizado, otimizar modelos 3D
fotogramétricos para difusão pública e apoiar a produção audiovisual para a difusão do património. Este serviço tem como principais objetivos o incremento da capacidade digital da região centro e a
sensibilização para as questões associadas à transição digital e ao seu potencial do ponto de vista da mediação cultural, acompanhando os grandes objetivos traçados pela União Europeia para a próxima década; a formação de recursos humanos, através da criação de formações e do acolhimento de estágios e de projetos de investigação; o apoio à investigação científica, através da disponibilização do acervo a investigadores.
A promoção da acessibilidade ao acervo, especialmente aquele que, fisicamente, está em risco de desaparecer pela sua fragilidade, ou condições de conservação. Num futuro próximo, com recurso às novas tecnologias do registo e impressão 3D, o Gabinete de Virtualização produzirá réplicas tocáveis que permitirão uma revolução na acessibilidade ao património cultural, especialmente para cegos e amblíopes. Paralelamente, a DRCC pretende, com este serviço, estimular a divulgação de acervos museológicos de toda a região, potenciando deste modo a divulgação do património cultural regional através da sua integração em novos contextos e narrativas apelativas a diferentes públicos, com diferentes necessidades de informação.
A formação e experiência dos elementos que constituem a equipa deste novo departamento da DRCC é um dos seus principais fatores de diferenciação, a equipa, que integra apenas colaboradores da direccção regional do centro, conta com um Arqueólogo, uma Antropóloga Física, uma técnica de Conservação e Restauro e um Desenhador de Arqueologia. Este conjunto de competências, aliado à especialização na virtualização, faz desta uma estrutura altamente capacitada para a salvaguarda, interpretação e publicação do
património cultural.
No dia de abertura a exposição contou com visitantes de 3 continentes diferentes. Esta sala de exposições temporárias, que existe exclusivamente no mundo digital, apresenta periódica e tematicamente novas mostras que colocam em diálogo acervos de diferentes museus da região centro, colocando em evidência as suas peças e as suas histórias, com o objetivo de ajudar a descobrir e compreender um dado fenómeno cultural ou social. O Centro de Exposições Virtuais (CEV) pretende afirmar-se como uma porta de entrada para o espaço físico. Associado a cada exposição existirá um projeto de mediação cultural, para diferentes públicos, que lançará desafios online para serem realizados em casa, nas escolas e, sobretudo, nos museus. Estimular o trabalho em rede, consistente e contínuo, entre os vários museus da região centro, independentemente da sua dimensão ou tutela, estimular a salvaguarda e preservação do património cultural através da digitalização, estimular a divulgação do património cultural e promover as instituições museológicas da nossa região, são os objetivos estratégicos deste projeto lançado pela direção regional de cultura do centro. O CEV será, desta forma, uma importante ferramenta de capacitação das equipas e catalisador de boas práticas que conduzam ao objetivo traçado pela DRCC para 2030, no que aos museus da Região Centro diz respeito, a credenciação de cerca de 80% dos nossos museus e a consequente adesão à Rede Portuguesa de Museus.
Descubra este espaço em centrodeexposicoesvirtuais.pt
Périplos do Mediterrâneo, uma viagem às correntes da nossa cultura, é a exposição de abertura deste espaço. Integrada na programação do dia do Mediterrâneo, esta exposição procura, através do diálogo entre diferentes acervos, evidenciar algumas singularidades da nossa herança mediterrânica. “Périplos do Mediterrâneo” está dividida em cinco salas temáticas onde, através da apresentação dos objetos de cada museu, cada sala conta uma pequena história sobre a origem da cultura mediterrânica.
Para a produção desta exposição foram digitalizadas peças do acervo do Mosteiro de Santa Clara-aVelha, do Museu José Malhoa, do Museu Nacional de Machado de Castro, do Museu Monográfico de Conímbriga e da Villa Romana do Rabaçal, num total de 400 horas de trabalho. Os desafios do projeto de mediação cultural desta exposição começarão a ser lançados nas próximas semanas, sendo atualizados durante seis meses.