A Look at the Portuguese World

 

h facebook h twitter h pinterest

30 anos de A oficina

Written by  Bruno Barreto fts direitos reservados

Até 20 de janeiro, A Oficina, em Guimarães, assinala os seus 30 anos de existência convocando o público a entrar no ‘Teatro da Memória’, um programa especial de espetáculos, debates, exposições, dias abertos nos museus, oficinas, visitas e conversas.

Tudo se inicia com uma conversa no Café Milenário sobre os 30 anos d’ A Oficina e continua no dia seguinte com um debate público sobre o projeto desta cooperativa e o seu futuro. A Montanha-Russa de Miguel Fragata e Inês Barahona surge logo de seguida no Centro Cultural Vila Flor, de mãos dadas com a dupla Hélder Gonçalves e Manuela Azevedo, da banda Clã, enquanto o Palácio Vila Flor inaugura a nova exposição Bergado & Terebentina. A programação prossegue no Centro Internacional das Artes José de Guimarães com o concerto Songs of Hope (interpretado por quatro agrupamentos do Conservatório de Música de Guimarães), estende-se à Casa da Memória com o primeiro Domingos em Casa deste ano e regressa novamente ao CIAJG para encerrar com a icónica performance Comer o Coração em cena, que coloca o corpo de Vera Mantero em interação com uma escultura de Rui Chafes.

Após um conjunto de visitas cantadas e encenadas, de portas abertas a todos, aos espaços maiores geridos e programados pel’A Oficina ,o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), a Casa da Memória de Guimarães (CDMG) e o Centro Cultural Vila Flor (CCVF) – e a 7ª edição dos Encontros para Além da História, o novo ciclo de programação da cooperativa leva-nos a entrar no ‘Teatro da Memória’, programa que pede emprestado o mote ao humanista Giulio Camillo que, no século XVI, propôs uma especulação utópica ao projetar um lugar que podia albergar toda a memória, um teatro onde o espetador, desbravando-o, entraria em contato com textos e imagens sobre filosofia, literatura, ciências, religiões e arte, seguindo livremente por entre o material, numa rede inesgotável de relações, alusões e significações, como uma mnemónica do conhecimento universal.

O 1º capítulo do ‘Teatro da Memória’ começa a ser desfolhado a 16 de janeiro, quarta-feira, pelas 20h30, no emblemático Café Milenário, situado no Largo do Toural, que serve de palco para uma conversa sobre os 30 anos d’A Oficina, num convite aberto aos cidadãos para este momento que contará com a participação de Francisca Abreu e António Xavier, antigos presidentes da cooperativa e figuras intimamente ligadas à sua história. No dia seguinte, o mesmo local acolhe à mesma hora um debate público que convoca à participação de todos para discutir o futuro desta cooperativa que agora (re)entra no seu ‘Ano Zero’. Para começar o debate, surgem algumas palavras-chave: Território e Internacionalização, Criação e Residências Artísticas, Educação e Mediação Cultural. E nos quadrimestres seguintes: Pensamento e Documentação. Rede Oficina passará também a ser um termo de uso corrente para os agentes culturais e educativos de Guimarães. Serão esses eixos e essa filosofia de ligação que, a cada dia d’A Oficina, irão assegurar que esta não é uma produtora de eventos no mercado cultural mas um projeto de diferença, diversidade, educação artística, acessibilidade, coesão territorial e, portanto, cidadania.

No final da semana, o espetáculo Montanha-Russa, da dupla Miguel Fragata e Inês Barahona, à qual se junta a dupla Hélder Gonçalves e Manuela Azevedo, da banda Clã, instala-se no Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor (CCVF): na sexta-feira, 18 de janeiro, às 15h00, num convite claro às escolas, e no sábado, 19 de janeiro, às 19h00, para todo o público. Montanha-Russa é uma metáfora da adolescência, com o teatro e a música a disputarem o palco, desafiando as convenções do “teatro musical”, como quem desafia as leis da gravidade num loop. O processo de criação do espetáculo e a recolha de diários de adolescentes dos anos 70 a 2000, nos quais o texto do mesmo se inspirou, deram origem ao documentário Canção a Meio, realizado por Maria Remédio, igualmente apresentado a 19 de janeiro, pelas 17h00, no Pequeno Auditório do CCVF. A noite deste mesmo dia é preenchida pela Festa DJ Set guiada pelos DJs Valjean (Montanha-Russa), a partir das 22h30. Os bilhetes para o espetáculo podem ser adquiridos por 2,00 euros. O documentário Canção a Meio e a Festa DJ Set são de entrada livre.

No dia 18 de janeiro, o CCVF é invadido pelo coletivo Bergado que, às 22h00, inaugura a exposição Bergado & Terebentina no Palácio Vila Flor. Instável (na sua composição) e (sempre) dinâmico, este coletivo tem vindo a movimentar-se pelo underground do Porto, trabalhando diferentes expressões artísticas, das artes plásticas à performance. Terebentina é a faceta musical do grupo: uma banda que explora sonoridades como o free jazz ou a distorção. Durante três meses vão povoar o CCVF, com o dia 23 de março a marcar o fim desta exposição. De referir, ainda, que as várias turmas das Oficinas do Teatro Oficina (OTO’s) vão interagir com esta exposição nos dias 11 e 18 deste mês, às 19h00, e no dia 17, às 20h30, em sessões abertas ao público.

A programação prossegue no CIAJG com o concerto Songs of Hope, a 19 de janeiro, às 15h00. Quatro agrupamentos do Conservatório de Música de Guimarães (Orquestra Sinfónica, Orquestra de Sopros, Orquestra de Cordas e Coro Misto) propõem um concerto itinerante pela coleção do Centro Internacional das Artes José de Guimarães. Songs of Hope conjuga diferentes visões musicais e poéticas com um repertório que vai do gospel de Ysaye Barnwell, ao mestre das bandas sonoras de cinema Ennio

Morricone, passando pelo ícone do rock John Lennon. O concerto tem entrada livre e é dirigido a todas as idades.

A Casa da Memória de Guimarães (CDMG) é o próximo ponto de paragem deste programa, com a oficina Domingos em Casa, às 11h00 do dia seguinte (20 janeiro). Num domingo por mês, a Casa da Memória é a sala de estar. A partir da programação do espaço, a cada nova sessão há uma proposta de oficina dirigida para famílias onde se podem experimentar ou partilhar histórias ou tradições, lugares ou objetos. A construção de uma maqueta é o mote para os participantes ficarem a conhecer os princípios do Teatro da Memória de Giulio Camillo, que Filipe Saraiva vai depois reinterpretar na Casa da Memória em abril. A maqueta, tal como num projeto de arquitetura, é um meio de compreensão de um “edifício”, transformando-se depois num jogo. Criada e orientada por Filipe Silva, esta oficina intitulada O Teatro da Memória – Maqueta e Jogo é dirigida a maiores de 5 anos e tem o custo de 2,00 euros, estando sujeita a inscrição prévia até ao dia 17 de janeiro através do telefone 253424700 ou do e-mail mediacaocultural@aoficina.pt.

Ainda no dia 20 de janeiro, o roteiro desta 1ª parte do Teatro da Memória leva-nos de volta ao CIAJG para assistir à icónica performance Comer o Coração em cena, que coloca o corpo de Vera Mantero em interação com uma escultura de Rui Chafes. Após o espetáculo, cuja entrada é livre, segue-se uma conversa com Rui Chafes, num momento em que a sua exposição, Desenho sem fim, pode ser vista no CIAJG (até 10 de fevereiro). Este é um fim de semana de Dias Abertos nos Museus. Assim, a 19 e 20 de janeiro, o CIAJG, a CDMG e o Palácio Vila Flor abrem as portas, para que todos possam visitar as suas exposições.

Este programa do Teatro da Memória apresenta-se em 3 partes, ao longo dos primeiros quatro meses do ano, iniciando simbolicamente na altura do aniversário da abertura da Capital Europeia da Cultura (21 de janeiro de 2012) e prosseguindo – por ocasião do Dia Mundial do Teatro – com uma ocupação dos vários espaços d’A Oficina pelo Teatro Oficina e um momento final em que o arquiteto Filipe Silva inaugura a sua reinterpretação da proposta de Giulio Camillo na Casa da Memória. Através destes 3 capítulos – que incluem novas exposições, espetáculos (vários em estreia), debates, oficinas, visitas, conversas, entre outras atividades – A Oficina irá contar a sua história, mas também debater publicamente o que é pretendido desta cooperativa que é de todos os cidadãos de Guimarães, nunca fechando as portas aos territórios vizinhos, nem aos parceiros nacionais e internacionais. Em 2019, a cooperativa A Oficina assinala assim 30 anos ao mesmo tempo que avança para um novo plano de ação e um novo ciclo artístico, oferecendo um quadrimestre inteiro num registo inédito de coesão.

A programação do 1º quadrimestre de 2019 encontra-se disponível em www.ccvf.pt, www.ciajg.pt e www.casadamemoria.pt, podendo igualmente ser consultada na nova revista d’ A Oficina. Os bilhetes para os espetáculos podem ser adquiridos nas bilheteiras do Centro Cultural Vila Flor, do Centro Internacional das Artes José de Guimarães e da Casa da Memória de Guimarães, bem como nas lojas Fnac e El Corte Inglês, entre outros pontos de venda, e na internet em www.ccvf.pt e oficina.bol.pt. As atividades com entrada livre são limitadas à lotação dos respetivos espaços.

Leave a comment

Make sure you enter the (*) required information where indicated. HTML code is not allowed.

FaLang translation system by Faboba

Podcast

 

 

 

 

Eventos