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Transborda inunda almada de criatividade

Written by  mafalda simões fts Filipe Ferreira e Sebastian Runge

Este encontro criativo das artes performativas realiza-se entre os dias  18 e 27 de Junho de 2021 e inclui apresentações, oficinas, performances criadas para o formato digital e conversas online.

Esta primeira edição da Mostra Internacional de Artes Performativas (MIAPA) reúne artistas e curadores provenientes do Brasil, Espanha, Alemanha e Portugal que experimentam práticas urgentes e inovadoras em dança e noutras artes performativas e cria na cidade um contexto totalmente dedicado à criação de ponta contemporânea, à partilha artística e à difusão de trabalhos performativos movidos pelo desejo de experimentação e de exceder fronteiras.

A Transborda apresentará anualmente artistas e curadores que realizam trabalhos com enfoque na diversidade dos corpos, nas possíveis formas de convivência entre diferentes culturas e na instituição de campos relacionais através da arte. A programação aproxima artistas que investigam no corpo linguagens singulares, um ecossistema de criadores interessados em encontros que possibilitam deslocamentos e transformações.

Experiências cheias de vitalidade questionadora que transpõem limites entre as artes, entre as pessoas. Para a 1ª edição são convidados oito criadores para apresentar cinco obras, João Fiadeiro e Carolina Campos (Portugal/Brasil), Sofia Dias e Vítor Roriz (Portugal), Eduardo Fukushima (Brasil), Michelle Moura (Brasil/Alemanha) e Jonas & Lander (Portugal).

“Ça va exploser” de Carolina Campos e João Fiadeiro é a história de uma crise. A crise de um encontro. Com o outro, com nós mesmos, com o mundo. “O Que Não Acontece” de Sofia Dias e Vítor Roriz coloca gestos e palavras em fricção, possibilitando novos sentidos à linguagem falada e à linguagem do corpo. “Homem Torto” de Eduardo Fukushima expõe um corpo múltiplo em constante mutação. Uma dança que passa aos olhos do público, é passagem, é caminhada, é ir, é insistência, é movimento nu e cru. “Overtongue” de Michelle Moura trata da voz desencarnada e da confusão de significado como resposta ao caos informativo e à polarização do nosso tempo. “Coin Operated” de Jonas & Lander é uma peça onde o diálogo com o público é direto e participativo. A performance desenha uma nova relação com o espetador, em que o mesmo passa a ter um papel ativo na ação artística.

A Transborda propõe também aproximações aos processos criativos dos artistas convidados com uma oficina dirigida pelo coreógrafo João Fiadeiro e com conversas online mediadas por Ruy Filho, crítico de artes, diretor da revista Antro Positivo (www.antropositivo.com.br).

A 1ª edição do MIAPA reapresentará a sua programação online, realizada em janeiro de 2021, com o projeto “Brasil Sequestrado” composto por performances concebidas para o formato digital por Eduardo Bonito e Isabel Ferreira, curadores baseados em Madrid. As apresentações foram criadas especialmente para a mostra e contam com a participação de diversos artistas do Brasil.

PROGRAMAÇÃO


O QUE NÃO ACONTECE | SOFIA DIAS & VÍTOR RORIZ (PT)
18 JUN | SEXTA | 19H00 | M/6 | 70 MIN
Fórum Municipal Romeu Correia / Auditório Fernando Lopes-Graça

Este projecto artístico da dupla Dias&Roriz coloca gestos e palavras em fricção, possibilitando novos sentidos à linguagem falada e à linguagem do corpo.
Ao longo dos dois últimos anos, apresentaram uma série de performances em espaços não convencionais na tentativa de isolar e questionar os elementos da sua pesquisa: a relação do gesto com o texto dito e cantado; o modo como os objetos informam o movimento; a escrita como ato performativo ou ação coreográfica. Agora surgiu a necessidade de transpor essa pesquisa para o espaço convencional de um teatro procurando não perder o carácter imediato, lúdico e imprevisível que essas performances tinham. Uma síntese,sobretudo do que ficou por fazer. Sem pausas, sem espaços em branco, sem pontuação, em scriptio continua.

SOFIA DIAS & VÍTOR RORIZ são uma dupla de coreógrafos a colaborar desde 2006 na pesquisa e conceção de vários trabalhos apresentados em mais de 17 países. Os seus trabalhos centram-se na articulação entre a voz, a palavra, o som e os objetos com o corpo, o gesto e o movimento. Enquanto dupla têm colaborado com diversos artistas tais como, Catarina Dias, artista visual e colaboradora de longa data, Lara Torres, Marco Martins, Clara Andermatt, Mark Tompkins e desde 2014 apresentam António e Cleópatra de Tiago Rodrigues e Sopro (2017) do mesmo diretor. Lecionam regularmente aulas e workshops e têm vindo a organizar residências e encontros de reflexão entre artistas em diferentes contextos.

Direcção, interpretação, texto e vídeo Sofia Dias & Vítor Roriz
Desenho de Luz Thomas Walgrave
Espaço Cénico Thomas Walgrave, Catarina Dias (desenho), Sofia & Vítor
Assistência à Dramaturgia Alex Cassal
Assistência à Direcção e Figurinos Filipe Pereira
Som/Música Sofia Dias, incluindo versão de Philadelphia de Neil Young
Operação de Som e Vídeo Pedro Costa/João Gambino
Direcção Técnica Nuno Borda de Água
Produção S&V e Vítor Alves Brotas - Agência 25
Co-produção Alkantara
Apoio em Residência Culturgest, Alkantara, TNDM II, CNB

ÇA VA EXPLOSER | CAROLINA CAMPOS E JOÃO FIADEIRO (BR/PT)
com Carolina Campos (BR) e Márcia Lança (PT)
18 JUN | SEXTA | 21H00 | M/6 | 50 MIN
Casa Municipal da Juventude de Cacilhas / Ponto de Encontro

Esta é a história de uma crise. A crise de um encontro. Com o outro, com nós mesmos, com o mundo. Na superfície tudo aparenta estar calmo... As palavras e os gestos acomodam-se no protocolo ficcional de uma relação e ocupam um espaço de intimidade construído. Os acontecimentos dão-se nas brechas dessa ficção. Que ideias utilizamos para pensar com outras ideias? Falamos a mesma língua? São tempos confusos. As coisas colidem, sobrepõem-se, atropelam-se. Aqui e ali sincronizam, partilham um plano comum. Mas parece que só o fazem para poderem confirmar a impossibilidade de continuidade. A iminência da explosão. O título "Ça va exploser" remete para uma das imagens do livro "Ma vie va changer" [Aminha vida vai mudar], de Patrícia Almeida e David-Alexandre Guéniot, que serve como território de referência afetiva e estrutural para a construção deste trabalho.

CAROLINA CAMPOS é brasileira e vive entre Lisboa e Barcelona. Realizou o Programa de Estudos Independentes do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona. No Brasil trabalhou com a Lia Rodrigues Cia de Danças, entre 2008 e 2011. Colabora intensamente desde 2013 com João Fiadeiro na formação, criação e investigação da “Composição em Tempo Real”. Em Barcelona está associada ao Centro de Criação Escocesa.

JOÃO FIADEIRO é português e vive em Lisboa. Foi diretor artístico do Atelier | RE.AL entre 1990 e 2019. O seu trabalho enquanto coreógrafo, investigador e professor gravita em torno do sistema "Composição em Tempo Real", uma ferramenta teórico-prática de apoio à composição, colaboração e decisão.

Criação Carolina Campos e João Fiadeiro
Performance Carolina Campos e Márcia Lança
Dramaturgia Leonardo Mouramateus
Desenho de Luz e Direção Técnica Leticia Skrycky
Composição Sonora Arnold Haberl
Assistente Artístico Daniel Pizamiglio
Produção executiva Marta Moreira
Coprodução Teatro do Bairro Alto, Teatro Viriato, Festival DDD
Apoio Fundação GDA
Espaços de residência artística e técnica Estúdios Vítor Cordon, La Caldera, Atelier Real
Agradecimentos Federal Chancellery of Austria, Graner, Carine Panigaz
Amelie Panigaz Borges, Filipe Mello

OVERTONGUE | MICHELLE MOURA (BR/DE)
25 JUN | SEXTA | 21H00 | M/6 | 45 MIN
Casa Municipal da Juventude de Cacilhas / Ponto de Encontro

A linguagem tem infestado o mundo. É um vírus que se espalhou por todo o lado e que se infiltrou em nós. Overtongue da coreógrafa brasileira Michelle Moura, sediada em Berlim, trata da voz desencarnada e da confusão de significado como resposta ao caos informativo e à polarização do nosso tempo. A coreógrafa usa o ventriloquismo como ferramenta para se envolver com uma sensorialidade invulgar da voz. Compõe paisagens corporais marcadas pela mecânica e pelo grotesco, usando uma linguagem delirante e escorregadia, dissociações físicas e vocais, e transformações. Nesta peça, o corpo quimérico é uma rede, possuído por vozes e línguas faladas. Está em processo de se tornar noutra coisa: talvez
vivo, talvez morto.

MICHELLE MOURA nasceu no Brasil, atualmente vive e trabalha em Berlim. Em peças mínimas e austeras, Moura explora estratégias para gerar mudanças psicológicas e físicas. Suas criações foram apresentadas em festivais internacionais de dança e artes cênicas, incluindo Impulstanz (AU), Panorama (BR), HAU - Hebbel am Ufer (DE) e La Biennale di Venezia (IT). Estudou entre 2008 e 2010 no Centre National de la Danse Contemporaine d’Angers (FR) sob a direção de Emmanuelle Huyhn. Mestrado em Das Choreography (2015), Amesterdão. Bacharel em Dança pela Faculdade de Artes do Paraná, atual Unespar, Curitiba (BR).

Criação e interpretação: Michelle Moura
Assistente dramaturgia: Maikon K
Textos: Maikon K e Michelle Moura
Som: Kaj Duncan David
Figurino: Thelma Bonavita
Espaço cénico: Sonja Jokiniemi
Consultor: Alejandro Ahmed
Produção: Michelle Moura
Coprodução: CND - Centre National de la Danse e Something Great
Difusão: Something Great
Residências: Vooruit, STUK - House for Dance, Image and Sound, Fabrik Potsdam,
Tanzhaus Zurich, Traumabarundkino e Lake Studios
Apoio: Copel, Profice Paraná
Agradecimentos: Faetusa Tirzah, Fernando Marés, Greice Barros e Nadja Naira

COIN OPERATED | JONAS & LANDER (PT)
26 JUN | SÁBADO | 16H00/18H00 | M/6 | 35 MIN
Fórum Municipal Romeu Correia / Sala Pablo Neruda

Aqui assistimos a um levantamento de diversas relações entre o Homem e o Cavalo. Uma performance onde o diálogo com o público é direto e dependente. Jonas & Lander desenham uma nova relação com o espetador, em que o mesmo passa a ter um papel ativo na consequência da ação artística, potencializando diversas e surpreendentes cenas a cada apresentação, ou seja, a duração de cada moeda inserida nos cavalos. As canções, discursos, dissertações, curiosidades históricas, todas as ações e informações traduzem a simbologia do visível: um homem montado a cavalo e tudo o que esse momento de domesticação envolve e envolveu durante o período de forja das civilizações. Toda a relação económica e de poder, de conquista de território, de escravatura, da montada das classes sociais mais poderosas nas menos afortunadas, a mercantilização da arte, a comercialização da vida animal; todos estes assuntos serão dissecados em sequências performativas. Enquanto existir uma moeda.

JONAS & LANDER Os artistas têm contribuído para o imaginário um do outro desde 2011, testando paradigmas contrastantes em experiências de âmbito pessoal e profissional. Cascas d’OvO (2013) revela a sua inscrição como profissionais da área artística e leva a reconhecer o poder de comunicação dos seus corpos. Das suas obras seguintes destacamse Matilda Carlota (2014), Arrastão (2015) e Adorabilis (2017), esta última criação integrando a seleção de Aerowaves Priority Company 2017.

Direção Artística, Coreografia e Interpretação Jonas&Lander
Apoio Técnico Joana Mário
Sonoplastia Lander Patrick
Figurinos Jonas
Gestão e Produção Patrícia Soares | Sinistra Associação Cultural
Coprodução BoCA Biennial of Contemporary Arts
Apoio a Residência Artística O Espaço do Tempo

PROGRAMAÇÃO DIGITAL

18 A 27 JUN | CONVERSAS COM O CRÍTICO RUY FILHO
Online/streaming: www.transborda.org
24 A 25 JUN | QUINTA 21H00 A SEXTA 24H00 – BRASIL

SEQUESTRADO 
Curadoria Isabel Ferreira (ES) e Eduardo Bonito (BR) - Sessão 1
Online/streaming: www.transborda.org
26 A 27 JUN | SÁBADO 21H00 A DOMINGO 24H00 – BRASIL

SEQUESTRADO
Curadoria Isabel Ferreira (ES) e Eduardo Bonito (BR) - Sessão 2
Online/streaming: www.transborda.org

É um programa de palestras performativas e vídeo performances de artistas e ativistas da cultura contemporânea brasileira que falam em primeira pessoa em torno da crise democrática que vive o país. As apresentações foram criadas especialmente para a TRANSBORDA. “Brasil Sequestrado” gera contextos de debate e visibilidade em torno à situação de crise cultural, social e política no Brasil, e apoia a produção e a circulação internacional de obras de artistas brasileiros. Este projecto criativo foi criado inicialmente pelos curadores para o Festival Grec de Barcelona em julho de 2020 e, durante agosto e setembro do mesmo ano, se apresentou em vários outros contextos da Europa como Festival de la Cité de Lausanne (Suíça), Festival La Batie (Genebra, Suíça), Zuercher Theater Spektakel (Zurich - Suíça), Tanz im August (Berlim) e FIT - Festival Iberoamericano de Cádiz (Espanha).

RUY FILHO é editor-idealizador da revista Antro Positivo. Bacharel em Artes Visuais, foi aluno em Semiótica e Ciências Cognitivas na PUC-SP e Direção Teatral na ECA-USP. Atua como pesquisador sobre política pública na área da cultura. Em 2014 editou o catálogo do festival Mirada e idealizou o Núcleo de Composição Sonora para Teatro e Cinema no Sesi Curitiba. Atua como Programador em Teatro, Dança e Performance Art no Centro da Terra, SP. Curador da edição comemorativa de 50 anos FIT, Brasil. Integra a International Association of Theatre Critics. Nos últimos anos tem articulado experiências em Críticasjunto a festivais de diversos países, como Portugal, Alemanha, Áustria, França, Holanda, Polônia e Argentina.

HOMEM TORTO | EDUARDO FUKUSHIMA (BR)
19 A 22 JUN | SÁBADO 21H00 A TERÇA 24H00 | M/6 | 35 MIN
Online/streaming: www.transborda.org

 

Trata-se de um solo de dança de Eduardo Fukushima criado em 2013 para a sala Cenacolo Palladino, um antigo refeitório de monges renascentistas na Fondazione Giorgio Cini em Veneza, Itália. A peça foi recriada em 2014 para espaços alternativos que formam uma passarela onde a dança passa aos olhos, onde é passagem. É uma dança que acontece na ação de andar e quase cair, é uma caminhada em constante desequilíbrio. É a insistência no movimento em múltiplas direções em conflito e a tentativa de unir opostos como a dureza e a leveza, a fragilidade e a força, o pequeno e o grande, o feminino e o masculino, o velho e o novo, movimentos fluidos e cortados, desenhados e vibracionais, rápido e lento, o equilíbrio e o desequilíbrio, o estar perto e longe do público.

EDUARDO FUKUSHIMA Trabalha como bailarino, coreógrafo e professor. É graduado em dança pelo curso de Comunicação das Artes do Corpo na PUC- São Paulo. Apresentou Homem Torto em diversas cidades do Brasil e também na América do Sul, Europa e Ásia, em importantes festivais como: Tanz im August em Berlin, Dance Umbrella em Londres, Dañs Fabrik em Brest, Projeto Brasil em Dresden, Dusseldorf e Frankfurt, no Rolex Arts Weekend, em Veneza, Bienal Sesc de Dança em Campinas, dentre outros. Homem Torto recebeu o prêmio Denilto Gomes em 2014 em São Paulo. Fukushima foi premiado pela Rolex Mentor & Protégé Arts Initiative 2012-2013, residindo por um ano em Taipei, Taiwan junto a Cloud Gate Dance Theatre e seu fundador Lin Hwai-Min. Colabora com a companhia Okazaki Art Theatre do Japão, dirigida por Yudai Kamisato. Atualmente colabora com Beatriz Sano no dueto O QUE MANCHA e vem dirigindo filmes de dança, dentre eles, o Caderno de Artista para o Centro Cultural São Paulo, Homem Torto em vídeo dança para o Festival Loft no Chile e 1 pra 1 para o Espaço Sergipe Arte Psicanálise e Cultura em São Paulo.

Conceção e dança Eduardo Fukushima
Orientação Lin Hwai-min
Composição Musical Tom Monteiro
Design de luz Hideki Matsuka
Operação Igor Sane
Figurino Eduardo Fukushima
Produção Carolina Goulart
Colaboração artística Beatriz Sano e Júlia Rocha
Coprodução e apoio de pesquisa Rolex Mentor & Protégé Arts Initiative 2012/ 3013

OFICINA COM JOÃO FIADEIRO (PT)
19 JUN | SÁBADO | DAS 10H00 ÀS 17H00
Casa Municipal da Juventude de Cacilhas / Ponto de Encontro

Oficina com o coreógrafo João Fiadeiro, diretor artístico do Atelier | RE.AL entre 1990 e 2019. O seu trabalho enquanto coreógrafo, investigador e professor gravita em torno do sistema "Composição em Tempo Real". 

Destinatários: Profissionais, estudantes e interessados em dança e noutras artes performativas
Número máximo de participantes: 14
Inscrições são feitas por ordem de receção do formulário preenchidoe pago. Sendo disponibilizado em www.casadadanca.pt

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