A música portuguesa está de boa saúde e aconselha-se, o amor eléctrico está no topo dos álbuns mais ouvidos em Portugal.
Quando pensamos na conjugação “música portuguesa + emigração” o quê que nos vem de imediato à cabeça? Fado e pimba... Amália, Madredeus, Mariza, Tony Carreira e Emanuel, entre outros. Mas se à guitarra portuguesa do fado e aos bombos e acordeão da música tradicional juntarmos os sons electrizantes do rock, o toada experimental do jazz e os ambientes electrónicos, o resultado é... Amor Electro.
Se ainda não ouviu falar, andará distraído. Quem são, afinal, os Amor Electro? Um conjunto de músicos já mais ou menos conhecidos do público de anteriores projectos. Mariza Liz, ex-vocalista dos Donna Maria e reconhecida como uma das grandes intérpretes da nova geração; Tiago Pais Dias, multi-instrumentista e produtor do disco, participou no projecto Amália Hoje, entre outros; Ricardo Vasconcelos integrou os Balla; e Rui Rechena é o baixista dos “Homens da Luta” e da “Quadrilha”.
Um dia, depois de uma “noite louca”, decidiram juntar-se e dar nova vida a clássicos da pop nacional. Em “Cai o Carmo e a Trindade”, podemos ouvir, por exemplo, “Sete Mares” (Sétima Legião), “Capitão Romance” (Ornatos Violeta), “Bem-Vindo ao Passado” (GNR) ou “Foram Cardos, Foram Prosas”, tema imortalizado por Manuela Moura Guedes. Também há versões pop de fados como “Estrela da Tarde” (Carlos do Carmo) ou “Barco Negro” (Amália).
Mas também há originais, seus e de compositores convidados. “A Máquina”, primeiro single do álbum a rodar com grande sucesso nas rádios, “Onde tu me quiseres”, “Amanhecer” e “Rosa Sangue” são temas para ouvir com atenção.
É surpreendente e apaixonante a fusão dos sons tradicionais, com a guitarra portuguesa, o acordeão e as percussões tradicionais em destaque, com a sonoridade moderna do rock e pop internacionais. Afirmam os próprios que os Massive Attack, os Muse, os Zero Seven e os Air são as suas grandes influências... Se ainda não ouviu, apresse-se. Antes que caia o Carmo e a Trindade!
