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Mutantes

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É o título da exposição da jovem artista, Carolina Fernandes, que desenvolve a desconstrução anatómica feminina, como tema central do seu trabalho artístico. As obras para serem vistas e apreciadas na Galeria Marca de Água, no Funchal, até o dia 29 de março.

Porquê o título “Mutantes”?
Carolina Fernandes: Quando entrei na faculdade um dos artistas que me começou a interessar foi à Mariana Abramovich, por exemplo, e também tem a ver com o meu interesse pelo surrealismo. É uma combinação destes dois interesses, a partir daí quando comecei a trabalhar, verifiquei que tinha material para explorar, essa temática do corpo, dos corpos mutantes.

Mas, trata-se de uma desconstrução corporal.
CF: E do próprio trabalho do acto de desenhar, também acaba por ser isso. Os temas de desconstrução acabam por ser trabalhos mais tridimensionais em que se desconstrói a ideia do desenho em si.
Tens muitos desenhos a lápis.
CF: Não, é esferográfica.
Porquê essa escolha em particular?
CF: Porque é o meu material preferido, é mais práctico, eu já vivi nas Caldas, na Costa da Caparica e na Madeira e trata-se de um material que posso levar para todo o lado e posso usá-lo em telas, ou outros materiais.

Usaste modelos? Vejo muitos desenhos de corpos.
CF: Usei alguns modelos e a mim mesma pela falta dos mesmos. É mais fácil aumentar ou reduzir as proporções se for o meu corpo. Depois gosto de desenhar o corpo feminino, para além do lado feminista que também possuo, é muito mais fácil para mim, porque sou mulher.

Tens muitos trabalhos a preto e branco e não há muita cor.
CF: Sim, eu não uso muita cor, a mim interessa-me mais não tanto a cor, mas as tonalidades artificiais.

Qual dos teus trabalhos exemplifica mais o teu mundo mutante?
CF: Eu acho que a fotografia do cartaz, para mim, é um dos meus trabalhos mais importantes, porque é uma ideia que já tinha há muito tempo. Depois, há uma obra mais central que congrega várias técnicas numa peça só, são caixinhas pequenas em que o meu trabalho pode ser visto através de várias técnicas, num período que começa em 2013 e vai até 2018.
Então muitos destes trabalhos foram sendo desenvolvidos na faculdade?
CF: Sim, eu nunca acabei um curso, os estudos de anatomia desconstructivos foram o meu projecto de final de curso. Mas, houve uns trabalhos que foram desenvolvidos na faculdade, outros não, eu só entrei no curso de artes plásticas em 2012.
Este é um tema obsessivo para ti, porque é o único que tens desenvolvido?
CF: Sim, eu acho que tenho uma explicação para mim própria sobre isso, mas não vou explicar, porque se trata de uma arte figurativa e se eu explano muito sobre este assunto acabo por tirar o espaço as pessoas para que elas próprias consigam dialogar e explicar a peça que vêem. Claro, que todos estes trabalhos são pessoais, mas a arte acaba por ser sempre pessoal.

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