Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

h facebook h twitter h pinterest

O observador

Escrito por 


Rui Soares é um artista que expressa na sua pintura várias correntes artísticas, para tal criou dois pseudónimos, o Ralf S. que aborda o desenho do real, o Antero S. que reflecte o mundo que o rodeia de uma forma mais abstracta e os que assina em nome próprio que não são mais do que uma representação figurativa do quotidiano e das paisagens da ilha.

O que te leva a usar três personalidades diferentes para os teus quadros?

Rui Soares: Utilizo dois pseudónimos, porque são trabalhos diferentes. Gosto muito de percorrer a ilha desenhando à vista. Fui um gosto que mantive desde a faculdade, desenhar a figura humana e as paisagens, mas ficava mal apresentar um conjunto de trabalhos que nada tinham a ver com o que aprendemos na faculdade, ou seja, tinha de ser novo e o desenho de observação não possui nada de inovador. E então houve a necessidade de criar o Ralf S. para o desenho do real aliando as paisagens ao quotidiano madeirense e foi um pouco por aí.

Em que diferem uns dos outros?

RS: Estão todos muito interligados. Sempre gostei muito da vertente do figurativo, mesmo quando assino Rui Soares, há sempre algo do real. Nunca desenvolvi muito o abstracto, tenho alguns trabalhos, mas são coisas completamente diferentes e depois o resultado final é outro. A ideia de criar os pseudónimos surge para não baralhar as pessoas. Existe uma pintura mais simbólica, outra mais real e isso pode criar uma certa confusão, não há uma linha artística propriamente dita. Eu, contudo, não me preocupo muito com isso, faço o que gosto e não aprecio os rótulos, se sou um artista contemporâneo, ou se sigo um trajecto parecido com o que se faz hoje em dia.

Mas, um deles tem uma palete de cores muito viva.

RS: Qualquer um deles. Quando pinto aguarelas elas também tem muita cor. Pode ser mais aguada, se calhar tecnicamente não está a ser usada da melhor forma, mas como disse são questões que não me preocupam. Acho que se pode usar todas as técnicas da maneira que entendermos.

É o reflexo das tonalidades da ilha que são muito intensas?

RS: Também é isso, porque mesmo quando desenhámos a nossa ilha, acabámos por imprimir mais cor, tanto nas paisagens, como no Antero S., que vai buscar elementos do real, mas não é abstracto se calhar para lá caminha com certeza.

Dos três qual é o seu preferido?

RS: É complicado, o Ralf S. apareceu mais, porque é o meu lado mais comercial. Quando assino Rui Soares é pintura que faço pelo amor à arte e é o que mais gosto. O Antero S. surgiu o ano passado, foi um pedido.

Sente-se à vontade com os três?

RS: O Ralf S. é o que aparece mais, porque dou aulas de desenho e pintura. Peço aos alunos para desenhar naturezas mortas, mas também desenho com eles, é algo que gosto de fazer. A pintura faz parte da minha vida, seja na sua vertente mais real ou menos real. O que é gosto é de pintar a óleo, o desenho aparece como uma auxiliar, no entanto, usou-o como um elemento próprio. É o observar que me importa.

Deixe um comentário

Certifique-se que coloca as informações (*) requerido onde indicado. Código HTML não é permitido.

FaLang translation system by Faboba

Eventos