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Vamos lá cambada!!

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Cidália Abreu, Joana Matos, Sofia Gomes e claro, o gato, Tobias são as Oupas!, um pequeno atelier de design gráfico que é mais reconhecido pelo seu trabalho em cartão, mas que possui outras vertentes em termos de design sustentável. Uma ideia de negócio que nasceu fruto da vontade de três jovens e que teve incialmente o apoio da incubadora "studio 118" da Escola Superior de Estudos Indistruais de Gestão (ESEIG), em vila do Conde.

Como surge a vossa tri-parceria? Em que âmbito?

Cidália Abreu: Nós conhecemo-nos na faculdade, enquanto tirávamos o curso de Design Gráfico e de Publicidade, e foi aí que compreendemos que funcionamos bem em equipa, que partilhamos as mesmas ideias e valores.

Joana Matos: Desde cedo partilhávamos o desejo de após terminar o curso e, quando a oportunidade surgisse, de nos juntarmos e criar o nosso próprio projecto de design gráfico. E foi o que aconteceu.

Sofia Gomes: O Pós-faculdade nunca é fácil e a procura de emprego torna-se tanto demorada como pouco animadora e, nesse panorama que nos encontrávamos, decidimos que enquanto estávamos à espera era boa ideia tentar começar o nosso sonho e se desse resultado: boa, se não seria mais uma experiência interessante a acrescentar ao currículo. Oupas! Vamos lá! Pouco depois de terminarmos a faculdade falamos com os nossos professores de curso e eles cederam-nos uma sala, em troca de serviços para a escola, para iniciar a nossa aventura. Fomos, portanto, os estreantes na incubadora "studio 118", na faculdade da ESEIG.

Porquê criar ambientes em cartão 3D? O que vos atrai neste tipo de material?

CA: O cartão surgiu de uma maneira muito natural. Não iniciamos o Oupas! a pensar que nos iríamos focar neste ou naquele material, nesta ou naquela área, simplesmente a corrente levou-nos a essa costa. Um dia, depois de andarmos pela Rua Miguel Bombarda a "passear" alguns trabalhos nossos, ofereceram-nos a possibilidade de decorar a montra interior do Centro Comercial Bombarda e nós acedemos a esse pedido com muita boa vontade e aproveitamos para lançar aí o nosso manifesto, aquilo que nós acreditávamos e que achávamos importante na nossa maneira de trabalhar. Por um acaso o material que mais dispúnhamos no nosso atelier (na altura estávamos ainda na incubadora), era exactamente o cartão e então fizemos uma composição tipográfica nesse material. E foi aí que começou a "loucura" do cartão. Depois do manifesto fizemos um palco para o TEDxYouth@Porto que foi um sucesso tal que 2 semanas depois nos levou para Lisboa em colaboração com a Ivity para fazer um dos nossos projectos mais conhecidos: a cidade de cartão. A partir daí começaram a ser cada vez mais os pedidos neste material até chegarmos ao ponto em que estamos de sermos mais conhecidas pelo cartão, do que pelos nossos outros serviços de design.

Quais são os principais desafios ao criar conceitos em papel?

JM: Os maiores desafios surgem principalmente pela dimensão do projecto. Quando temos de fazer casas em tamanho real, por exemplo, é o que nos tira mais tempo e força, mas também são os mais recompensadores, especialmente a nível pessoal. Isto porque este tipo de concepções implicam técnicas e materiais que não estamos acostumadas a lidar, nomeadamente as estruturas que mantêm grandes pedaços de cartão em pé. Temos de subir a andaimes e agir como verdadeiras construtoras, com martelos e pregos a segurar peças de cartão (que são mais pesadas do que parecem) e manter tudo de pé até aos dias de exibição. É um desafio e tanto para 3 raparigas sem experiência nenhuma em construção, mas conseguimos safar-nos e fazer um bom trabalho. Outro tipo de desafio que também puxa muito por nós, mas a outro nível é a animação em vídeo. Pensar numa história visual com cabeça, tronco e membros é um desafio intelectual muito interessante e a execução dessa mesma ideia em papel ou cartão só o torna ainda mais divertido. Não tivemos uma formação muito grande em animação, apenas o básico, e o desafio é superar essa base e fazer algo interessante.

Qual é o peso que as questões ambientais têm no vosso projecto?

SG: O Oupas! foi pensado desde o primeiro dia como um atelier de design gráfico sustentável, sendo que tudo o que fazemos é projectado e pensado a ser o mais sustentável possível, quer a nível de material, técnico e económico. Na faculdade tivemos uma boa formação a esse nível já que a Joana fez a sua tese sobre design sustentável, então viemos bem preparadas para avançar com um projecto verde.

  

Qual foi o projecto que mais gozo vós deu?

CA: Todos os projectos nos dão gozo. Não há um favorito. Cada um nos traz coisas que adoramos e nos faz crescer de uma maneira diferente. Quando se gosta do que se faz, não pode ser diferente.

Para além do cartão que outros materiais pretendem usar ou já utilizam nos vossos projectos?

JM: Tudo o que possa ser reaproveitado temos em conta. O cartão costuma ser o que o cliente pede por já estar habituado a esse tipo de peças, mas se nos lançarem o desafio gostamos de pensar noutras soluções.

Existe design no feminino ou não?

SG: Existe design de todos e para todos. Como mulheres, o nosso feminismo acaba sempre por se transpor no nosso trabalho, mas nem sempre de forma premeditada.

Quais são os próximos objectivos do vosso atelier de design?

CA: O objectivo principal é conseguirmos manter-nos fiéis a nós próprias e continuar a fazer o que gostamos. Enquanto o fizermos estamos bem. Além disso, temos intenções de internacionalizar um pouco mais a marca e também de distinguir o Oupas-cartão do Oupas-design gráfico.

Oupas porquê?

SG: Porque não podemos parar. Temos de andar em frente e continuar a lutar pelo nosso sonho. “Oupas” é uma expressão do Porto, da nossa cidade, que significa “Vamos lá!” e esta palavra define perfeitamente a nossa atitude, além de que nos liga ainda mais à nossa cidade favorita e a que nos inspira todos os dias.

https://vimeo.com/oupasdesign

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