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Quando fores mãe vais ver

Escrito por 

É um livro delicioso escrito pela tradutora, actriz e dramaturga, Ana Saragoça.


Gosto de livros inesperados. Este é um deles. É daquelas leituras que nos fazem acenar a cabeça com um sorriso rasgado nos lábios. É acima de tudo divertido, despretensioso e leve. Revi-me quase inteiramente nele, bem, nas frases que ouvi da minha mãe bem portuguesa. O título diz tudo. Embora, haja expressões impagáveis que se limitam a uma zona geográfica específica do país, neste caso o Alentejo, de resto, tudo é assustadoramente igual que até faz confusão. As pérolas do folclore materno é uma daquelas etapas que conscientemente tentámos evitar a todo o custo quando alcançámos a fase adulta, porque queremos ser sempre tãaooo diferentes das nossas mães, mais modernas, mais bem preparadas que elas, mas como a Ana Saragoça frisa tão bem neste pequeno compêndio, inconscientemente na mesma algumas acabam mesmo por sair da nossa boca para fora quando menos esperámos! Tal e qual as nossas mães! E sorrio de novo, quando relembro algumas que a minha dizia e que não fazem parte deste livro encantador, tal como: Mau, mau, mau que a gata quer água! O que isto quer dizer? Para quem já a ouviu, deve saber bem recordar e para quem não sabe, implica que alguém neste caso o filho(a), esteja presumivelmente a fazer algo que a sua querida mãe reprova instintivamente sem estar sequer a ver o que é. Em síntese: é um pré-aviso. O seu significado literal escapa-me até hoje, nunca entendi o sentido desta frase! Outra: Só Deus sabe o que sofri para te colocar neste mundo e é assim que me agradeces! Esta em particular, eu apelidava de golpe extremamente baixo, que funcionava sempre. O sentimento de culpa e raiva misturada inundavam-me de tal forma, que acabava sempre por aceder perante um dos pedidos/ordens que vinham por atacado com esta pérola materna, como por exemplo, usar um dos inúmeros vestidos compridos com mangas de balão, á princesa, que ela tanto gostava de costurar e que eu tanto odiava vestir, até hoje. Agora não paro de sorrir ao relembrar! E só tenho pena que a minha mãe não esteja mais comigo, ela rir-se-ia tanto como eu ao ler este simples, "quando fores mãe vais ver". Boa leitura!

 

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