Um estudo inédito teve como objectivo um melhor entendimento do ciclo global do carbono e o fenómeno das alterações climáticas ao longo de três anos.
A revista "Nature Plants”, publicou recentemente um estudo internacional que avaliou o mecanismo de formação e crescimento dos anéis das árvores e a sua dinâmica de aquisição do carbono em vários pontos do planeta. Este projecto científico global inédito reuniu um total de 33 investigadores de 12 países, Alemanha, Áustria, Canadá, China, Eslovénia, Espanha, Finlândia, França, Portugal, República Checa, Rússia e Suíça, tendo a equipa portuguesa sido constituída por três cientistas do Centro de Ecologia Funcional (CEF) da Universidade de Coimbra (UC).
Uma das conclusões avançadas é que as árvores afinal são grandes reservatórios de dióxido de carbono a longo prazo, um dado que permite estimar a quantidade de CO2 capturado pelas florestas anualmente, ou seja, saber de que forma os vários espécimenes arborícolas conseguem controlar a emissão deste gás para a atmosfera, embora ainda não sejam bem entendidos todos os processo dinâmicos que decorrem nesses períodos.
Outros dos dados obtidos concerne o mecanismo de formação dos anéis em florestas de climas distintos, considerando que a sua formação e desenvolvimento interferem no processo de aquisição e acumulação de carbono. Com estes indicadores os cientistas pretendem retirar pistas para o futuro sobre o complexo problema das alterações climáticas. O estudo demonstrou assim que, a formação dos anéis é altamente sensível ao fotoperíodo (horas de exposição à luz), sendo que o processo de acumulação do carbono nos anéis mais sensível à temperatura é muito diferente entre as florestas do Mediterrâneo e as florestas temperadas do Norte da Europa, um dado importante para perceber o contributo relativo destas florestas para o ciclo do carbono.
