Também és reconhecido pelos trabalhos de arte urbana. Quais são os desafios desse tipo de meio? Seja um parede, ou outra superfície?
GC: O maior desafio de uma parede é pintar em grande escala. É o mais difícil. Embora, não use projector, estou seriamente a pensar em comprar um para que o trabalho seja mais prático e mais rápido. A anatomia humana se já difícil desenhar em pequena escala, então em grande é muito mais.
E as pessoas como é que percepcionam o teu trabalho como artista urbano?
GC: É assim, eu não me considero artista urbano a 100%, porque eu sou um ilustrador e transmito o meu desenho para a parede, num formato maior. Apesar de ter trabalhos na rua, não me considero esse género de artista.
E existe um feedback positivo ou não?
GC: Sim, pelo que oiço, ao nível da crítica, é que apreciam. E o que gosto mais de ouvir, e é o que me faz viver das artes, é ouvi-los a reconhecer um trabalho como sendo meu, já sabem qual o meu estilo.
Então define-me o teu estilo.
GC: O meu estilo é o que transmito graficamente. Gosto do realismo, mas também possuo uma onda mais cartoon e tenho influências da banda desenhada. É um mix, o meu traço é mais reconhecido.
Há um movimento de arte urbana na zona onde resides.
GC: Sim, eu até sou um dos impulsionadores. Comecei por ilustrar paredes, organizei vários eventos e fiz uma proposta à Câmara local. Comecei com murais meus e convidei outros artistas para participarem. Como é uma vila vamos devagarinho.
Então é similar ao projecto das "portas abertas" da Madeira?
GC: O das portas não é ideia minha. Um dos responsáveis camarários esteve na ilha de férias, viu a ideia e quis transpô-la. O que eu fiz foi pintar murais, arte de rua. Por acaso temos zonas velhas similares ao Funchal e estamos agora a aproveitar essas áreas, esta a haver uma reconstrução e recaracterização de alguns edifícios.
Qual é o teu próximo passo?
GC: Eu estou sempre a fazer trabalhos. Não paro. Tenho um projecto com um colega meu, fazemos ilustrações para revistas, flyers, design e estou a explorar a área das tatuagens. Faço um pouco de tudo, porque o panôrama se esta a complicar e não podemos parar de mexer-nos.
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