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O pré-island doc

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Trata-se do ano zero do primeiro festival documental realizado na ilha da Madeira. O homenageado foi o cineasta, fotografo e pintor, William Klein, um dos mais influentes e controversos artistas do século XX, mas o projecto tem objectivos mais audaciosos já que pretende diferenciar-se pela busca da componente ilha nas próximas edições e uma aposta nos jovens cineastas do género documental.

Faz sentido mais um festival de cinema documental?

Henrique Teixeira: Eu acho que faz todo o sentido porque a Madeira tem que acompanhar os tempos modernos deste mundo global, existe uma lacuna no género documental e faz todo o sentido, porque você vê que existe um público que pretende assistir a este género cinematográfico. Isto é só o princípio mesmo, nem vou considerar esta a primeira, é uma edição zero. É experimental e tocar público leva algum tempo.

Então é necessário educar público português para assistir ao documentário?

O madeirense não está habituado. O documentário não chega as salas de cinema comerciais, se não fossem os festivais as pessoas não tem acesso a eles, a não ser em versões esporádicas de DVD, mas ver um documentário em casa é uma coisa, e vê-lo numa sala de cinema é outra, que é o local próprio para ver cinema. De maneira que os festivais de documentário estão a crescer no mundo porquê? Porque a audiência também cresce, o maior índice de audiência de todos os festivais que existem é o Doc.Lisboa, portanto eu penso que a Madeira não deveria deixar-se para atrás. É claro que fazemos tudo a medida da escala. Da escala da ilha. Eu fico muito satisfeito finalmente poder dizer que tem um festival de cinema documental. Não estou minimamente preocupado se tem muita, ou pouca adesão do público. O que tenho a certeza é que existe 100% de interesse por quem vier procurar este género de eventos.

Mas, o que vai diferenciar dos outros festivais do género?

Existe essa estratégia, não nesta edição de arranque. Existe um conceito que vamos agarrar e construir no futuro. E passa pela própria designação do festival queremos documentários em ilhas e chamar o conceito de ilha ao conceito de cinema documental. O tema é muito abrangente. O lado da emigração tem muito de ilhas. Falar de pesca e de isolamento isso implica situações sociais. Existem muitas ilhas no mundo e a produzir cinema documental e muitos festivais em ilhas e a Madeira não tinha e agora já têm.

Vai haver uma maior aposta em documentários nacionais, como foi o caso desta?

Tem que haver, até porque a produção do género documental em Portugal é de alta qualidade a julgar pelos prémios obtidos pelo mundo fora. Aqui vamos ter alguns exemplos disso. Temos o filme do Filipe Ferraz, “o Rock on Tchaikovsky”. “O pare, escute e olhe” foi um êxito de bilheteira e muito premiado lá fora. Vai ter também o objectivo e o dever de apoiar os jovens cineastas madeirenses, que são poucos. Quero que sintam que podem faze-lo, pode-se documentar muita coisa e só necessitam de uma câmara digital para filmar com alta resolução. Basta criatividade, não precisa de direcção de actores, nem grandes produções ao nível da fotografia.

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