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A escalabitana

Escrito por 

É uma dos locais mais marcantes da história de Portugal.

Santarém é um cruzamento entre o passado e o presente. O seu nome esta indelevelmente associado a duas grandes figuras históricas de Portugal, Dom Afonso Henriques e Salgueiro Maia. Comecemos pelo primeiro, nas famosas portas do Sol. O rei queria expandir o seu território até o mar, esse era o seu sonho. A primeira etapa dessa quimera era cruzar o rio Tejo. A cidade dominada pelos muçulmanos não só era rica, mas também facilitava a entrada para Lisboa, ponto estratégico vital para o seu esquema de conquistas. Santarém foi tomada pelo próprio Rei na calada da noite com um pequeno exército de 120 homens que apanhou de surpresa os mouros, que foram dizimados e humilhados com tal audaz vitória, contribuindo assim, ainda mais para a aura mítica do soberano guerreiro. Dessa batalha sangrenta resta o castelo que domina ainda hoje a paisagem da cidade. Das suas ameias imponentes podemos avistar até perder de vista, em toda a sua pujança e esplendor, as margens férteis e verdejantes do Tejo e o casario mais antigo. O que antes foi um local de morte e de dor é hoje o local preferido das juras de amor dos namorados e dos olhares amorosos dos recém-casados.

Oitocentos anos depois, um homem também ele um militar, guerreiro dos tempos modernos, apelou de forma serena mas firme para a batalha nestes termos: "Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!" E assim saíram desta cidade mística, um grupo de 250 homens com uma coluna de blindados liderados Salgueiro Maia, que cercou o terreiro do Paço e acabou com a ditadura que dominava Portugal há quase 40 anos. Em jeito de homenagem o povo, ergueu um monumento no exacto lugar junto do comando militar de onde partiu levando consigo os ventos da mudança, a partir desta urbe guerreira, palco de grandes convulsões sociais e territoriais. Mas, nem só de guerra vive o homem e hoje Santarém também é guardiã de relíquias arquitectónicas que só a enobrecem ainda mais. A cidade é a capital do estilo gótico, embora muitos dos monumentos estejam em mau estado de conservação pode-se visitar um dos seus maiores expoentes, a Igreja de Santo Agostinho da Graça. O seminário mesmo no centro da urbe, é outra dos monumentos do passado de um pais pobre, nos seus corredores várias gerações de jovens acediam ao ensino de forma gratuita  com a promessa de uma vida dedicada à religião. Santarém é assim, uma cidade repleta de fantasmas-guerreiros e de façanhas que marcaram indelevelmente o nosso país.

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