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Der Himmel über Berlin

Escrito por  yvette vieira fts Nazaré Freitas

 

É a segunda parte de uma viagem à capital alemã desta feita com um toque de passado.

Lembram-se das “Asas do desejo” de Wim Wenders? O filme mostrava uma gélida Berlim ainda dividida pelo muro, marcada por uma pós segunda guerra mundial, uma visão onírica da cidade que desapareceu quase por completo, em seu lugar, ficaram algumas reminiscências do passado que vale a pena visitar, um desses locais é o checkpoint Charlie, o famoso posto de controlo americano que servia de portão de entrada para a então Alemanha do Leste, a partir do ocidente, a ex-RFA (República Federal Alemã). Posso dizer que 26 anos após a queda do muro, vale a pena percorrer a pé a Friederichstrabe, a partir paragem de metro de Stradmitte até este famosa casota de madeira, porque somos confrontados com uma das avenidas mais comerciais da cidade, há lojas para todos os gostos, é também uma das artérias mais movimentadas da cidade e bem lá no final esta a imagem do GI Joe à nossa espera, onde existe ainda um fracção do muro e imagens desse período, é quase difícil de acreditar que naquele mesmo local tenha tido lugar um das páginas mais negras da história mundial, após a foto da praxe, basta continuar e do lado de lá esta a imagem do um militar soviético e “entrámos” na antiga ex-RDA (República Democrática Alemã).
Se tiver vontade de andar mais a pé deve seguir pela Niederkirchnerstraße, a chamada topográfia do terror, onde antes se erguia a sede da infame Gestapo e ao virar para o Stresemannstrabe irá desembocar na famosa Postdammer Platz, que aparece no famoso filme de Wim Wenders e que não era mais do que campos. Actualmente é impossível ficar indiferente aos inúmeros arranhas-céus e a construção incessante, sendo um deles o famoso Sony Center.

 

Se seguir pela Ebertstrabe irá da encontro as portas de Brandenburgo, mas antes fica fica o memorial dos judeus mortos da Europa, numa área que cobre 19 mil metros quadrados, onde vai ser confrontado com grandes blocos cinzentos sem inscrições ou fotográfias da autoria de Peter Eisenman. Esta obra maciça permite-nos passear pelas suas lineares saliências onde somos literalmente “absorvidos” por grandes blocos e não pude deixar de pensar enquanto caminhava por toda aquela massa estática cinzenta, que se não soubesse para o que vinha, não diria que é um monumento dedicado aos seis milhões de judeus mortos pelos nazis.

 

Ao passar o famoso portão mandado erigir pelo rei Friederich Wilhem II, da Prússia, irá deparar-se com uma das zonas verde da cidade, o Tiergarten, se ainda tiver vontade de caminhar até quase a exaustão, se seguir pela Tiergartenstrabe, irá deparar-se com o que eu chamo a zona das embaixadas, alguns dos edifícios eram simplesmente ostensivos e quase megalómenos e foi deveras interessante, mas o meu objectivo era visitar um dos marcos do design mundial, o arquivo Bauhaus. Trata-se de um edifício pequeno com a uma exposição temporária onde podemos não só ver algumas peças ícones desta altura, como ainda podemos aceder a um aúdio guia gratuíto que nos irá informar as diversas etapas de ensino desta instituição revolucionária e os respectivos mestres e o seu toque de modernidade que iluminou o mundo. No final do dia não pude deixar de reflectir que Berlim acabou por erguer-se das cinzas, tal fénix, mas deixou algumas feridas abertas como memória, recordações dolorosas, mas necessárias, para não esquecer, para que o horror não se volte a repetir.

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