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O casamenteiro

Escrito por  yvette vieira ilustração sofia pereira

 

Junho é o mês dos santos populares em Portugal. Venha conhecer um deles e divirta-se.

As ruelas e becos dos bairros mais tradicionais da cidade vestem-se de fitas, balões coloridos e são ornamentadas de manjericos para homenagear o padroeiro mais amado da capital, Santo António. De facto, num país que se diz católico, o profano e o religioso misturam-se com uma grande naturalidade e dessa junção nascem tradições populares que ainda hoje se mantém inalteradas, a fama de casamenteiro deste santo é um desses exemplos. Embora Santo António tenha sido um grande orador, intelectual e provedor dos pobres, o seu prestígio como protector das jovens casadoiras é inabalável.

Até hoje não é clara a sua fama, contudo reza a lenda que uma jovem que ia ser vendida para a prostituição pela mãe rezou ao santo em desespero, pedindo o seu auxílio para fugir de tal cruel destino. O santo ouviu o seu apelo e deixou cair nas suas mãos um bilhete onde prometia a um comerciante tantas moedas de pratas como o peso do dito papel. A jovem dirigiu-se a um comerciante que colocou o bilhete numa balança que só se equilibrou após terem sido colocadas 400 moedas. A história espalhou-se rapidamente pela cidade e a jovem deixou de ter problemas em encontrar bons pretendentes para casar. Após o "milagre", todos os anos, milhares de devotos visitam este local de culto consagrado ao santo, em Santa Maria Maior, na Sé, cujo interior se encontra cravejado de moedas no chão e paredes cobertas de mensagens com pedidos, em particular, por um namorado ou marido. E manda a tradição que depois de casarem visitem esta igreja e deixem flores como agradecimento, o que acontece com muita frequência, daí que seja o templo mais perfumado de Lisboa.

 

A veneração por este santo muito lisboeta e milagreiro é celebrada ao longo da primeira semana de Junho. Pelos bairros mais tradicionais da urbe assam-se em plena rua as tradicionais sardinhas, as febras de porco e os pimentos que são servidos com pão, no dia 13, seguido das marchas populares que embelezam a principal avenida de Lisboa, a da liberdade, com as suas rimas e inesperadas coreografias. É um verdadeiro festival de alegria, cor e música que termina com bailaricos espalhados pela cidade até a madrugada do dia 14 de Junho. Aproveite venha até Lisboa, percorra a pé, coma e dance pela cidade e no final agradeça ao santo que a todos ajuda.

 

 

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