Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

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Opus madeirense

Escrito por 

É uma homenagem as pessoas que ajudam a recuperar a dignidade dos que tudo perderam

O humanismo não acontece por um acaso. Vive dentro de nós. Ele reside nos rostos cúmplices, nos sorrisos escancarados e nos braços abertos. Não tem religião. Não tem cor partidária. Não tem raça. Não tem alcance e muito menos fronteiras. Alimenta-se da boa vontade dos homens. Dos anónimos que doam os seus pequenos nadas. O seu tempo. As suas palavras de conforto. A sua alegria de viver. Os seus ouvidos atentos. Depois do fogo que lavrou a vida de muitos, a união fez a força e a capacidade de realização que aos poucos vai compondo em marcha lenta o quotidiano das nossas vidas que se julgava feito cinzas. E no meio dos escombros nasceu a esperança com a ajuda de 60 voluntários, coordenados pela junta de Gaula, que no dia a seguir aos incêndios que destruíram uma grande parte da paisagem da ilha, puseram em marcha um novo mundo, menos negro, mais cor esperança. Logo pela manhã, grupos de pessoas recolheram os destroços de uma vida, perante o olhar entristecido daqueles que viram a morte sob a forma de altas labaredas. Fez-se a remoção e limpeza de sete casas totalmente destruídas, em paralelo, com mais dez moradias semi-destruídas.

No domingo, dia 22 de Julho de 2012, quatros dias após o inferno das chamas, resolvidos os casos mais prementes, iniciou-se com a colaboração de várias entidades a limpeza de árvores de grande porte que ameaçavam habitações e deu-se início à primeira recuperação de uma moradia destruída, no Sítio de São João, em Gaula. Em seguida, dada à frequente solicitação dos moradores de outras localidades de Santa Cruz afectadas pelas chamas tem sido feita a distribuição de água potável e foram promovidas acções várias de limpeza numa atitude cívica de ajudar a quem mais precisa.Todas os dias, estes heróis anónimos mascarados de negro, mas bem-dispostos auxiliam o próximo sem pedir nada em troca, “se hoje são os outros amanhã podemos ser nós que necessitemos de uma mão amiga e solidária”. É a luta contra a indiferença, contra a tristeza e contra as causas perdidas, como é o caso de Paulo Alves que se voluntariou porque ” achei que era importante ajudar as pessoas, só posso faze-lo por algumas horas, porque também tenho família” e como Fernando Pedrosa, “neste momento estou desempregado, mas senti que as pessoas necessitavam de ajuda e ofereci-me como voluntário. Estou a dar o meu contribuito há duas semanas, desde o inicio deste incidente horrivel. Não tinha sequer noção do que seria o cenário. Naqueles dias só se via o fumo, só tive a dimensão da tragédia quando vim para o terreno. A brutalidade do fogo. Faço tudo o que for necessário fazer. Há horas para entrar, mas não para sair. Fazemos desde limpezas de casas, entregas de mobiliários, de roupas e comida. Dá-mos até algum apoio psicológico, as pessoas desabafam connosco”. Um alívio de alma para quem não conseguiu combater sozinho as chamas, cuja mobilidade não permite refazer o pouco que resta, para quem ainda na calada da noite sonha com labaredas vivas que quase lhes ceifaram as vidas. Para as vítimas tudo conta e é com sorrisos banhados em lágrimas que agradecem a ajuda que é sempre pouca, mas preciosa. É o ser humano no seu melhor. É o seu lado mais nobre que brilha num cenário pintado de negro. É também o local perfeito para o renascer da esperança, por isso ajude a ajudar, seja solidário, seja humano acima de tudo.

P.S- Se quiser contribuir para esta causa, deixámos o nib: 003800004009185677197, Banif, em nome da Junta de freguesia de Gaula. Todos os donativos servem para adquirir pequenos electrodomésticos, mobilías e materiais de contrução.

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