Um dos teus trabalhos intitula-se lixeiros. Diz-me o que pretendias e porque o fizestes?
IR: Foi o projecto de final de curso. Pretendia-se que os contentores se tornam-se mais “apetecíveis” ao olhar das pessoas, porque não são bonitos e cheiram mal. Inspirei-me nos caixotes da minha cidade, que é Vila do Conde e fui buscar um pouco da história local. Escolhi seis personalidades muito influentes em termos locais e fiz as ilustrações. Dei-lhes o meu toque.
Podes dar-me um exemplo?
IR: A Mumadona Dias que é um símbolo de Guimarães e deu o nome a vila. Eu achei muito interessante o seu percurso.
Esse projecto foi aplicado nos contentores do lixo ou não?
IR: Apresentei-o na exposição de final de curso, mas ainda não enviei à Câmara, porque estou envolvido em outros projectos. Mas, pretendo mostra-lo e ver o que eles pensam.
Tu também pertences ao colectivo Visio, fala-me dos seus objectivos e como entrastes para o grupo?
IR: São brasileiros, de Salvador da Baía. Foi contactado por eles para fazer parte do grupo, através das minhas ilustrações. São um colectivo artístico que promove exposições, participações online e intervenções no meio urbano. Achei o trabalho que desenvolviam interessante e comecei desde logo a colaborar com eles.
Envias os teus trabalhos para o Brasil e depois?
IR: Eles expõem os trabalhos em diferentes galerias consoantes os novos projectos que desenvolvem. Também creio que fizeram intervenções nas ruas. Procuram acima de tudo mostrar o que é arte, aquilo que fazemos às pessoas.
Essa parceria já cruzou o Atlântico? Já houve alguma exposição em Portugal?
IR: Não, eles convidam artistas de todo o mundo, mas para já só acontece no Brasil.
Como é que uma pessoa de uma área tão artística como a tua encara o seu futuro em Portugal?
IR: O futuro aqui é complicado. Vivemos neste altura de crise, temos é de acreditar em nós, nos nossos artistas, porque lá fora temos muito sucesso. Temos mesmo muita qualidade e em vez de andar a procurar designers e ilustradores lá fora para fazer projectos cá, deviam apostar mais em nós e assim todos podemos crescer.