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Conspirar a boa maneira portuguesa

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A gud conspiracy é uma jovem marca de design que pretende singrar no mundo do mobiliário, mas não só. O conceito partiu da uma visão conjunta e pessoal de dois amigos, Paulo Neves e Alexandre Kumagai em 2010 e pretende num futuro próximo transformar-se num estúdio global de design, made in Portugal.

Como surge a parceria de gud conspiracy?

Paulo Neves: Eu e o Alexandre já nos conhecíamos. Fomos colegas há algum tempo, fizemos o secundário juntos e tivemos um percurso universitário parecido. Achámos que era altura de reunir as nossas competências e avançar com o projecto.

Contudo, ambos trabalham em empresas diferentes, porque decidiram criar uma marca para o vosso design de mobiliário?

PN: Era um ponto em comum, eu trabalhava numa empresa de design industrial, mas não estava directamente ligado ao mobiliário e ele, por outro lado, trabalhava numa empresa que tinha esse know-how e foi esse interesse que nos levou por esse caminho, embora pareça um projecto de design de mobiliário quer ser mais, no fundo quer ser um estúdio com outro tipo de valências.

Vocês falam de uma dialéctica em termos dos materiais, o mais tradicional versus o mais moderno, o mais leve versus o mais pesado, isso tem a ver com o facto de serem dois designers diferentes, com duas visões diversas em relação as peças?

PN: Procurámos isso. No fundo o que o nosso trabalho transparece é essa visão conjunta de duas pessoas, um se calhar mais virado para a construção, para o desenho técnico e outro mais orientado para o desenho. Daí é que nasce a nossa linguagem.

Em que se inspiram? A doba é inspirada num objecto tradicional, mas existem outras peças mais contemporâneas.

PN: A doba foi inspirada num dobadoura que é um instrumento para enrolar fio. No fundo temos um conceito por detrás do que desenhámos, um mote. Tanto pode ser tradicional, como pode não ser. Há uma ideia geral, um conceito que tentámos desenvolver e que procurámos diversificar, por exemplo, os muselets são inspirados na rolha de uma garrafa de champagne.

E como escolhem os materiais?

PN: Temos preferências de materiais, gostámos muito de explorar as madeiras, os metais e ultimamente a cortiça. A nossa escolha é orientada para aquilo que conseguimos produzir. Gostávamos de avançar sobre os plásticos, as resinas, e outros materiais, só que se torna mais complicado. Tentámos utilizar algo que nos permita concretizar facilmente a peça, porque não pretendemos vê-la apenas em 3D, queremos avançar logo com a sua concretização e isso acaba por ter influência na escolha do tipo de materiais.

Quem são as pessoas que compram gud conspiracy?

PN: Neste momento vendemos alguns objectos através da nossa marca e outros são vendidos pela Wewood que é uma empresa portuguesa de mobiliário. No nosso caso em particular, as peças são adquiridas por designers e arquitectos, no wewood são pessoas que se interessam pela qualidade do material, com maior capacidade financeira, que querem um objecto durável, único e peculiar.

Há pouco referiste que não pretendem ficar-se pelo mobiliário, querem transformar-se num estúdio de design. Mas, como vocês vem o futuro de Gud conspiracy?

PN: Eu gostaria encara-lo como um projecto a tempo inteiro, como a nossa ocupação que é algo que ainda não garantimos. No fundo estámos a trabalhar para transformar a gud conspiracy num estúdio financeiramente independente. Queremos também, para além das peças de mobiliário, criar interiores e produtos. É um estúdio global.

A indústria ainda vos encara com uma certa desconfiança e resistência?

PN: Há alguma resistência. O problema da indústria do mobiliário nacional é que sempre foi muito tradicional, nunca houve uma aposta no design próprio. Penso que essa tendência se tem vindo a alterar, até porque o modelo vigente, nomeadamente de Paços Ferreira, está um pouco esgotado. Há uma certa abertura entre o industrial e o designer, contudo continua a ser uma indústria fechada e complicada de entrar. Mas, esta a mudar.

http://www.gudconspiracy.com/

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