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A miserável

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Trata-se de uma personagem criada pela designer Mariana Costa que pretende exorcizar, através do desenho, os demónios que a perseguem, bem como os anjos que abomina, tudo misturado com o toque de humor muito peculiar.

Porquê Mariana, a tua alter-ego é tão miserável?
Mariana Costa: Porque eu também sou.

Se a Mariana não fosse tão miserável, o que poderia ter sido quando crescesse num universo paralelo.
MC:Sempre gostei de pensar que teria sido uma óptima florista. Agrada-me a ideia de ganhar sempre o mesmo ao fim do mês e ter fins de semana e férias.

A personagem tem ver com facto se seres muito portuguesa na tua forma de ser? Ou nem por isso?
MC:O nome apareceu por acaso, mas serviu como uma luva. Para mim foi mais fácil avançar como Mariana, a miserável porque sentia que estava a passar as responsabilidades para outra pessoa. Primeiro inventava histórias sobre essa personagem como "vendeu o seu coração numa loja de souvenirs para pagar a conta da água" mas, passado pouco tempo, percebi que essa personagem sou eu e comecei a contar um bocadinho da minha própria história.

Ela tem um traço um tanto quanto tosco, foi algo propositado, quando a imaginaste?MC:O traço tosco é fazer uso da minha falta de jeito e tendência natural para o desastre a meu favor. É gostar dos erros fazer de propósito para que isso que note.

 

 

Como é que surge a ideia para uma ilustração? É o teu quotidiano que te inspira? MC:Depende do projecto, se for um livro, estou condicionada ao texto, se for uma exposição com um tema já definido terei de o respeitar, se for uma encomenda também tenho certas limitações, até agora a maior parte dos desenhos que fiz foram livres e sem dúvida que aquilo que me inspira é a vida, são as pessoas que me rodeiam, é o que vejo todos os dias, trabalho recente ou antigo de outros artistas, coisas que me dizem, coisas que eu leio, coisas que sinto, conclusões a que chego.

O que é mais difícil para ti, nesse teu processo criativo muito pessoal?
MC:É difícil quando não consigo ter a ideia ideal para responder a determinado trabalho antes da data de entrega. Normalmente acabo por me lembrar de uma solução melhor meses depois.

Como vês o olhar dos outros em relação ao teu trabalho?
MC:Gosto muito quando alguém se revê no meu trabalho ou que compreenda perfeitamente a mensagem, o conteúdo é o mais importante.

Como vê a Mariana, designer, o mundo em seu redor?
MC:Eu vejo-me como designer não praticante, ou seja, a minha formação é design, não é a minha profissão, faço às vezes alguns trabalhos para amigos, mas sem dúvida que não é o que quero fazer no futuro. Considero, no entanto, que aplico inconscientemente no meu trabalho muitas das coisas que aprendi na faculdade.

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