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O aguarelista

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É um artista plástico experimentalista, embora na génese da sua obra esteja a aguarela. Francisco Urbano procura adaptar diferentes materiais as suas pinturas, sendo complementos de uma visão mais ampla do mundo que nos rodeia. Cria atmosferas dinâmicas que transformam as telas em processos tridimensionais.

No seu trabalho há uma certa reciclagem de diferentes materiais. Desde sempre sentiu essa necessidade de misturar conceitos?

Francisco Urbano: Não foi desde sempre. Eu considero-me um aguarelista, porque elas permitem dominar uma certa rebeldia das tintas, dos materiais. Gosto de trabalhar com aguada, com as tintas a escorrerem pelo suporte e tentar domina-las com o papel, eles fundem-se e dão outra coisa que não estávamos à espera. É assim que me identifico na origem. Com o tempo gosto de coisas novas, comecei a usar novos materiais e experimentar. O meu trabalho é muito experimentalista, também há outras pessoas que o fazem. Não sou o único. Gosto de usar diversos materiais, colas, resinas, gesos e madeiras nos meus trabalhos.

Que depois são inseridas em instalações?

FU: Não, eu trabalho por séries. Tenho uma tela intitulada “baby tiger” que pertence a uma série de 30 trabalhos que retratava animais bebés junto das suas progenitoras. A diferença é que os apresento com elementos retirados da natureza. Cascas de pinheiro, resinas em aguarelas com a técnica de desenho.  Actualmente, estou a trabalhar na série cinema, usei os cartazes que servem para promover os filmes, só que a ideia é esta, quando a pelicula estreia são o foco da atenção, depois na rua sofrem o efeito da erosão, os grafitis, levam com sol, chuva e vento e escurecem um pouco. Decidi reaviva-los e traze-los de novo as luzes da ribalta e apresentar alguns filmes que me marcaram como cinéfilo.

O que o inspira no seu trabalho? Nota-se que há uma grande diversidade de temas, as ideias surgem quando andam pela rua?

FU: Às vezes acontece andar pelas ruas e ter ideias para alguns temas que me agradam e tento desenvolve-las nas artes plásticas, com o tal trabalho experimentalista e a reciclagem. Sinto a necessidade de desenvolver os materiais. Os temas são muito variados, gosto de conceitos diferentes. Já trabalhei num âmbito mais erótico, com uns nus, que apelidei de “models”, são retratos de modelos ao longo da história da pintura. Antigamente as modelos posavam durante horas para os mestres, normalmente, isso tudo acabava em grandes romances. As técnicas eram diferentes e eles tinham de estar juntos durantes dias, ou semanas, então decidi apresentar obras dos mestres com a minha técnica, foi uma série que gostei muito de fazer e acho que vou voltar, porque não a completei. É muito interessante trabalhar.

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