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O intérprete da arte portuguesa

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Luís Amim desenvolve um trabalho que incide sobre a desconstrução artística do azulejo. Ele equaciona a lógica numa manifestação de arte. Transcende a sua forma mais tradicional para se transformar num registo mais abstracto, mas não menos português na sua essência.

O que procurou abordar?

Luís Amim: Pegando no meu trabalho que venho desenvolvendo a mais de vinte anos, quis prestar uma homenagem as pessoas que conheci desde a infância, que me marcaram durante a vida e que teve um reflexo em termos de arte. É essa paz de espírito. Essa maneira de estar na vida. É sobre as pessoas onde vivi que foi na Fajã da Ovelha e Ponta do Pargo. Esta peça esta mais dirigida a essas pessoas e com que convivi.

Quer dizer que a ilha o influencia na sua obra?

LA: Sim, de certa forma. Em termos pessoais, humanos e como sou hoje. A simplicidade que não é o que parece, tudo tem a complexidade da vida. Essa tradução de simplicidade com que essas pessoas contribuíram. Daí a minha homenagem. E todo ciclo que envolve a vida no campo. A cultura que os envolve desde séculos, que aplicavam na altura. Desde a sementeira á colheita. Tudo era cíclico e fazia parte da vida. Isso marcou-me bastante e provoca-me um equilíbrio emocional. É algo mais transcendental dessa cultura, algo mais gótico, como era esta corrente artística da idade média. Como vitral que reflecte essa vida. O azul entre a montanha e o mar. Depois o amarelo que é sol, a energia e o preto que é um desenvolvimento da vida. É tudo muito simbólico.

Como artista a ilha influencia o restante da sua obra?

LA: Não sei, as pessoas podem ter essa opinião. Simplesmente, eu parto de uma cultura portuguesa. Desenvolvo o trabalho do azulejo. A ideia do conceito, como objecto, como tradicional. Penso na lógica que aquilo acarreta, aquelas linhas e o abstraccionismo. A partir daí com letras construo, desconstruo e volto a montar. Crio uma linguagem própria que tem muito a ver com a cultura portuguesa e as suas influências árabes. A minha pintura é muito centrada nesse ponto.

O que prefere então?

LA: A lógica do objecto que é o azulejo. Quando se olha para a imagem dele, o desenho realista e o abstraccionista. Em Lisboa, onde vivo, os prédios estão cheios de casas, de residências revestidas a azulejo. E tudo aquilo veio desde o século XVIII até os nossos dias. Tudo isso passa desapercebido pelas pessoas, mas que é algo muito português.

Faz muita pesquisa quando aborda essas temáticas?

LA: Sim, eu e um grande amigo, António de Aragão, fartávamos de andar, dias a fio pela cidade de Lisboa. Ele descrevia-me a história de todas aquelas peças, porque era um indivíduo de grande cultura. Ele foi uma base informativa ao nível histórico e uso essa herança que ele me deixou para desenvolver a minha obra.

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