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O rebelde com causa

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A sua irreverência, ironia e sentido de humor podem ser avistadas pelas ruas das cidades portuguesas. Pertence a uma corrente de expressão urbana que não se prende as convenções do meio artístico. Define-se como alguém que expõem os seus trabalhos ao público, sem intermediários. É um dos novos arautos da modernidade, que não esconde a sua identidade por medo, mas sim porque não pretende que a mensagem seja corrompida pela curiosidade em conhecer o mensageiro que a transmite.

O tipo de intervenções que fazes nas paredes, ou qualquer outro tipo de estrutura urbana, é arte urbana ao teu ver?

Adres: Já percebi que as pessoas assim o vêem, mas a meu ver são mais intervenções urbanas do que arte. Não me considero um artista.

Achas que o que fazes e outros como tu, que pertencem a uma corrente urbana, é uma evolução em termos dos conceitos do que é arte?

A: Não sei se é uma evolução mas na minha opinão, é uma corrente mais interessante do que a "normal". Quem expõe o seu trabalho na rua, comunica mais directamente com o público e corta com intermediário, que é o museu ou a galeria. Para além disso, por vezes, existe o factor da ilegalidade dos trabalhos, que torna as coisas mais dificeís.

Os teus trabalho tem como base a ironia, mas tem um quê de rebeldia, isso é porque estás insatisfeito com os valores da sociedade actual e é a tua forma de demonstra-lo?

A:Assim tento. Acho que já percebemos que a nossa sociedade não está a seguir um bom caminho e o material está bem acima do sentimental. Tento gozar com tudo e pode ser que pelo caminho, consiga fazer um pouco de luz a quem pare para questionar.

O teu trabalho tem uma mensagem para o público em geral. Queres choca-los, faze-los pensar é isso?

A: Como disse antes, mais do que fazer as pessoas pensar, gostava que estas questionassem, o que vêm e o que sentem. Tento que o meu trabalho desperte isso nas pessoas, já que cada vez mais somos absorvidos pela sociedade do consumo e do medo.

Como escolhes o tipo de intervenção que fazes? Surge primeiro uma ideia, ou tens esse percepção apenas quando encontras esse espaço, essa área e aí tens a noção de como o vais executar?

A: Tem os dois lados. Pode surgir numa noticia, que necessita de uma intervenção por ser tão ridicula, como pode ser o espaço a "falar" e a pedir para ser modificado. O espaço é público e por vezes com tantas regras, que parece privado. Se não o usarmos, deixará de servir-nos.

Utilizas vários meios e objectos do quotidiano, como computadores por exemplo. Já pensastes em usa-los em outras plataformas, como por exemplo, numa mostra, ou uma exposição?

A: Já o pensei mas ainda não se proporcionou. De qualquer maneira, tudo é válido.

O teu anonimato é muito importante porquê? Tu nem assinas os trabalhos. Tens medo que te julguem?

A: O anonimato é importante para conseguir ter alguma margem de manobra, este dará algum jeito se quiser fazer algo mais extremo. Para além disso, o meu nome não interessa para nada mas sim a mensagem que estou a tentar passar. Não tenho medo e tão pouco me interessa que me julguem. A sociedade tem esse problema, foca-se mais no mensageiro do que na mensagem.

A palavra é o teu veículo preferencial para criar uma mensagem? Já pensastes em usar outras?

A: A palavra é um dos meios, mas o espaço público é o local de preferência.

O que te inspira? E quem são as referências do meio que te influenciaram a fazer este trabalho?

A: Inspiro-me em Portugal e na sociedade. Se tiver que apontar alguma referência do meio, o artista inglês Banksy mas hoje em dia, qualquer artista que trabalhe na rua. O controlo e a repressão são cada vez mais usuais e qualquer artista que trabalhe com isso, é inspirador.

A quantos anos fazes isto e como tudo começou?

A: Acho que começou há uns 7 anos, depois de descobrir que o graffiti tem várias vertentes e que este podia ser mais divertido e interventivo.

http://www.flickr.com/photos/adres81/

http://adreslx.blogspot.com/

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