É uma curta-metragem de Rui Dantas Rodrigues que aborda a honra entre ladrões. É um olhar sobre a morte e as relações humanas que se desenvolvem em torno de um crime. Este é o mote para o primeiro episódio de uma trilogia que promete.
O que inspirou este guião?
Rui Dantas Rodrigues: É um misto de ideias, eu gosto de fazer trabalhos que marquem as pessoas, não gosto de coisas simples, de histórias banais. Gosto de saber quando as pessoas veem um filme, ou uma curta-metragem, que viram uma película minha. A ideia deste guião era mesmo essa, ser forte no início, um pouco calmo a meio e marcante no final, os espectadores sabem que um dos personagens vai morrer, contudo, queria que fosse original, que nunca ninguém tivesse visto e consegui esse objectivo. O que hoje em dia é muito difícil. Vou adiantar que este é o primeiro filme de uma trilogia, vou receber o feedback das pessoas e caso seja muito positivo, vou avançar com os outros dois episódios.
Porquê as personagens tinham nomes relacionados com o universo Walt Disney?
RDR: Era o meu pequeno tributo ao Quentin Tarantino e aos "reservoir dogs" que para mim é um dos melhores filmes de sempre e as personagens têm nomes de cores. Então decidi pegar no Walt Disney, porque não lhe dão o valor devido, ele era um génio e conseguiu construir um império do nada, e foi também o meu contributo ao homem.
Qual foi o teu maior desafio em "confiança"?
RDR: Eu evoluí imenso desde 2010 desde o "full house", que também era uma curta-metragem. Neste filme, trabalhei com actores com quem nunca tinha trabalhado e meu background como actor também ajudou a transmitir melhor a mensagem, um acompanhamento que nunca conseguiria ter feito senão fosse por eles. A curta-metragem foi filmada num fim-de-semana, o trabalho de actores durou uma semana e dois dias e esse foi o maior desafio, desconstruir as pessoas, distancia-las do seu dia-a-dia para não passar para o filme, serem pessoas diferentes.
Das personagens que escreveste qual é a tua preferida?
RDR: O Mickey sem dúvida. É uma personagem que ainda tem muito para dar, é espectacular e as pessoas ficaram sem perceber o que ele escreve no caderno. Compreendem que há um nome e uma data, mas não o contexto.
Deixaste esse aspecto em aberto para o próximo episódio da trilogia?
RDR: Sim, para mim o Mickey é quem manda. (risos)