Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

h facebook h twitter h pinterest

E o tempo passa

Escrito por 

É o trajecto de vida de uma ex-modelo/ actriz, Teresa Gaivão e das pessoas que com ela se cruzam.

Este filme de Alberto Seixas Santos falhou o seu objectivo por completo. Se a ideia era mostrar o percurso de uma ex-modelo que vive um período descendente em termos profissionais, como actriz de telenovelas, o resultado foi decepcionante. A escolha de Sofia Aparício para encarnar o papel de Teresa Galvão foi infeliz. Não basta ter um percurso de vida quase paralelo e ser bonita para obter-se uma personagem credível. A sua expressão facial, em todos os planos, é quase sempre a mesma, fiquei na dúvida se tal se devia ao botox, ou pura simplesmente à má escolha do realizador. A última opção pareceu-me a mais plausível, a Sofia Aparício não tem o calibre, nem o talento, necessário para construir uma personagem tão complexa à partida pelo que me foi dado a perceber pelo argumento, uma não-atriz presa numa encruzilhada existencial, confrontada pela frescura de jovens talentos no plano profissional e por outro, o vazio que é a sua vida pessoal. A história de fundo, direi mesmo secundária em relação ao enredo principal, o estúdio das gravações da telenovela é bem mais interessante em termos de acção e teria merecido um maior relevo. As frugais actuações de Rita Durão, Isabel Ruth e Américo Silva, por outro lado, em muito contribuem para manter o nosso pouco interesse por esta longa-metragem. O argumento do filme é a sua maior fragilidade, na medida em que as personagens carecem de uma maior profundidade e o enredo parece que anda perdido. Há mesmo uma cena que quero realçar pela falta de gosto e de pertinência, a nudez das três jovens da novela. Um exercício fútil que nunca me canso de sublinhar, já que, no cinema português parece existir uma constante obsessão por mostrar os seios das actrizes, nesta caso em concreto a cena não se justificava, o texto falha em várias frentes e esta é uma delas e mais uma vez volto a frisar, não sou contra a nudez no cinema do ponto de vista estético e de conteúdo. O único que lamento profundamente é que “E o tempo passa”, é o título adequado para um enredo que desejamos que passe bem depressa. Bom cinema!

Deixe um comentário

Certifique-se que coloca as informações (*) requerido onde indicado. Código HTML não é permitido.

FaLang translation system by Faboba

Eventos