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Que fazer das ruinas

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É um filme de Filipe Ferraz que é acima de tudo uma reflexão sobre uma sociedade em ruínas fruto da soberba humana.

Como surge o projecto ruínas?
Filipe Ferraz; Surge de um convite do centro das artes global produzido pelo Maurício Marques, decidi falar das ruínas como metáfora da realidade que estamos a viver, em que tudo esta em ruínas e continuámos a fingir que não. Toda a gente continua a tentar ter uma vida normal e fingir que não vê nada à sua volta.

É uma espécie de auto da barca?
FF: Sim, é uma espécie de auto, só que é num mundo onde não há Deus, porque os protagonistas não chegam a ser deuses, toda a gente trabalha a mando de alguém e ninguém é responsável por nada e vamos andando assim. É um auto sem Deus.

Tivestes uma especial preocupação com a escolha dos cenários. Há paisagens da ilha em abandono da dita Madeira nova, tiveste isso em consideração?
FF: Sim a história partiu desses locais, eram esses que queria filmar e mostrar essa ideia de ruínas e depois começámos a criar as cenas em torno dos cenários.

Qual foi a tua maior dificuldade neste projecto? O maior obstáculo?
FF: A maior dificuldade foi técnica, era não ter bons equipamentos, não termos capacidade de pagar profissionais especializados que tenham alguma disponibilidade, estávamos sempre a trabalhar na folga de alguém, sempre meia hora para fazer uma cena, filmar com apenas uma pessoa e fingir que a outra personagem esta além. A dificuldade foi sempre essa, o tempo.

Dos personagens que criaste para esta curta-metragem qual foi a tua preferida?
FF: Não sei, porque no fundo todos eles não estão  a fazer de si próprios. Gosto muito do Nuno, porque é exactamente aquela figura que esta sempre no ar, o Maggiori que diz mal de tudo e nunca faz nada, Marta que é uma bilhardeira, parece uma cabeleira às vezes e tem uma opinião de cinco em segundos. Gosto deles todos porque são os meus amigos que estão ali.

É também uma crítica à sociedade madeirense?
FF: Sim, completamente. É uma sociedade que não é responsável pelo que faz e o responsável é sempre outro, ou alguma externa, não me admira de chegar ao ponto de alguém estar a pintar cadáveres e ter de ir embora, porque já é seis da tarde, como se fosse trabalhar num banco.

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