Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

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Os 4 litro à conquista do mundo

Escrito por 

foto: yvette vieira

São quatro rapazes, todos ligados às artes, que apostaram no stand up comedy com um cheirinho madeirense. O fenómeno surgiu no youtube. São uma nova geração de jovens comediantes sem medo do futuro.

Como nasceu o 4Litro?

Luís Sousa: começou comigo, o Rubén, e o Bernardo. Têm cerca de 4 anos quando começamos a gravar pequenos sketches com uma máquina mais sofisticada e fizemos 3 vídeos de uma vez. Depois pusemos no youtube, só para mostrar aos amigos. Eles começaram a gostar e daí arrancamos.

Bernardo Freitas: os amigos partilhavam...

E o nome?

LS: como nós éramos quatro e no campo convida-se os amigos para beber ¼ de litro, e assim surgiu o nome.

Chegam a escrever um argumento?

LS: Só escrevemos a ideia base e algumas ideias soltas.

BS: temos um tema, escolhemos as personagens, ele faz deste, outro faz daquele e a partir daí começamos a ter as ideias e juntamos tudo.

LS: fazemos os sketches por improviso, e como nos conhecemos bem tudo funciona.

BF: se eu digo uma fala, ele já sabe o que o outro vai dizer.

Porque escolheram sempre criar “vilhões”? Porque tem mais comicidade?

LS: o que nós queremos retratar é o quotidiano rural madeirense, como somos do campo torna-se mais fácil.

BF: também é melhor para fazer críticas sociais através dessas personagens... no fundo podemos criticar quem quisermos.

Eu reparei nos vídeos que colocaram, que apesar de ser improvisado, há detalhes de caracterização, vocês quando criam o personagem pensam nisso? Ou é improvisado?

LS: não isso já resulta da observação...como somos do campo, desde pequenos sempre vimos essas pessoas.

BF: por exemplo a foice no ombro resulta dessa observação.

Algumas vez sentirem que o facto de viver numa ilha limitava o vosso trabalho?

BF: não, porque a Internet permite-nos ter asas. Conseguimos divulgar o nosso trabalho para fora, contactamos com pessoas que estão emigradas na Inglaterra, que vêem os nossos vídeos lá e quando nos encontram falam disso.

LS: os emigrantes gostam muito do nosso trabalho, faz-lhe lembrar a sua terra. É uma forma de recordar que já estiveram cá, temos feedback da Venezuela, de França...

Mas eles escrevem emails?

LS: não, há um programa no youtube que permite ver onde os vídeos são vistos fora de Portugal.

E há os comentários no facebook...

Os vossos personagens contudo imitam um sotaque muito característico e os descendentes desses portugueses que na maioria dos casos não falam a língua entendem o conteúdo do vídeo?

LS: O que eles dizem é que tem de ver o vídeo pelo menos duas vezes para perceberem.

BF: mas se eu for para o campo e falar com uma pessoa com esse sotaque que esteja lá, também pode acontecer de ser difícil de perceber. É normal, os madeirenses percebem, mas se forem do Continente já não percebem.

LS: eu mostrei o nosso trabalho a alguns colegas lá, eles não percebiam, mas gostavam da maneira como nos expressávamos, dos gestos...

Já pensaram mudar o tipo de personagens e criar outros?

BF: nós nunca tiramos as personagens que já criamos, mas juntamos algumas.

Duarte Nunez: o tema é sempre o mesmo, o mundo rural.

LS: um dos nossos lemas é seguir esta linha que temos.

BF: porque como já disse anteriormente, dá para fazermos o que quisermos,

Já tivemos um inglês.

LS: os emigrantes que vinham da Inglaterra.

BF: vamos juntando, mas nunca tiramos o Carlos.

Qual é o teu personagem preferido?

BF: ele só faz de mulher!!!( risos)

Ruben Sousa: eu sou a Maria, a Conceição (risos). Tudo o que seja papel de mulher, eu sou o triste

BF: ele gosta de vestir-se de mulher porque assim ele esconde-se. Eu até acho que é o fetiche dele...

RB: não!!!(risos)

LS: até às vezes quando se veste de homem tem um tique!!!

BF: e já vêm com essa vozinha de mulher! (risos)

BF: Eu não tenho nenhum preferido, surgiu uma mania agora que somos todos Carlos e eu sou o Carlos, tem o Carlos e gosto do Juan Carlos que é emigrante. Têm também a tia que está sempre se queixando

LS: gosto da tia e aquele homem rude do campo, agressivo que esta sempre a falar alto, que reclama por tudo e por nada.

DN: há o bailarino

LS: sim, já me esquecia gosto desse porque é o que dança músicas pimbas nos arraiais

DN: a mais conhecida é o crispim, mas tento sempre meter personagens diferentes de forma a destoar dos 4litro, é sempre diferente deles todos.

Próximo projecto dos 4L?

 

BF: primeiro vamos tirar férias. (risos)

LS: estamos também no programa Irreverência da RTP madeira e a escrever uma peça, para apresentar em várias localidades da Madeira, sempre com algum improviso.

Nunca vós convidaram para apresentar os sketches fora da Região?

 

LS: já falaram disso, mas ficou por aí.

BF: não surgiu orçamento suficiente, era necessário pagar viagens.

LS: ainda agora foi rejeitada uma nossa proposta para a secretária regional de turismo para representarmos a madeira numa feira em Lisboa, era uma semana...

Filme?

 

LS: temos pensado nisso...

DN: textos nós temos para uma grande produção, mas para filmar precisamos de uma equipa para nós apoiar

BF: temos que ter mais do que uma câmara, temos que ter alguém a filmar e nós a representar. Geralmente o Rubén filma e nos actuamos a frente da Câmara.

Quem efectua a montagem dos vídeos?

RS: Sou eu. Trato mais da produção.

DN: falta-nos um mecenas. Seja de que maneira for.

Restantes: O quê é um Mecenas?

DN: não sabem o quê? É um particular que apoia a cultura. (risos)

BF: não nós faz falta nada disso.

LS: estamos a pensar criar uma associação cultural, registar o grupo, é outro dos objectivos.

BF: temos mais apoios, são só melhorias, porque quando entregas um projecto tens de ter objectivos, só que não temos texto, o que nós fazemos é stand up comedy e assim é mais difícil arranjar um espaço para actuar.

Então recebem convites para apresentar o vosso número de stand up?

BF: têm aparecido alguns convites.

LS: o da casa das mudas foi bem recebido.

Quando fazem esses espectáculos, qual é o tipo de público que aparece?

LS: é tudo jovem.

E o feedback é do youtube?

BF: sim e quando temos algumas actuação colocamos no facebook.

RS: O youtube é excelente para por os vídeos, mas as respostas é no facebook, as pessoas interagem melhor, toda a gente está ligada lá.

E os mais velhos? Não abordam o grupo e dizem, eu conheço um homem que é tal e qual?

Uníssono: Simmmmm

É gratificante?

BF: Claro que gostamos do feedback, porque fazemos tudo com gosto. É bom, se assim não fosse não faria sentido nenhum.

http://www.youtube.com/r1sc0s/

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