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Mitos urbanos e boatos

Escrito por 

É um trabalho de investigação da jornalista Susana André.

Vamos começar pelo princípio, o que é afinal um mito? É uma narrativa que explica certos fenómenos da natureza, das origens do mundo, que não eram compreendidos pelo homem através da razão. São também actos, ou personalidades num determinado contexto cultural, que se destacaram ao longo dos séculos, gerando narrativas, acobertadas por factos reais que criaram uma história carregada de símbolos que são transmitidos as novas gerações como sendo um conhecimento absoluto. Todos estes ingredientes associados ao espaço urbano geram um sem fim de histórias que passam de geração em geração sempre pela via oral. Quantos de nós ao ler do livro da Susana André não revivemos mentalmente esses momentos que começam logo que alguém afirmou: Sabes, contaram-me há dias que…E a partir daí cria-se um cenário credível, porque foi um amigo que nos contou, que por sua vez ouviu da boca de outro amigo que jura pela alma da mãezinha que é verdade e embora tenhamos algumas reservas quanto ao conteúdo desses relatos, acabámos por repetir essa mesma história pela graça de ser mais um tema de conversa na mesa de jantar. Muitos dos mitos relatados nesta publicação, ouvi-os avidamente e repliquei-os de uma forma bem colorida ao longo do tempo, só como exemplo, relembro que no secundário quando visitei pela primeira vez o convento de Mafra, uma das questões que coloquei a um dos funcionários é se podia apreciar de uma certa distância, as ditas ratazanas gigantes que inundavam os pisos inferiores do monumentos nacional e devo acrescentar que não foi a única curiosa! A resposta? Óbvia! Basta ler! Quanto aos boatos, isso são outras histórias completamente diferentes! Digamos que nascem espontaneamente, sem origem conhecida, sem qualquer réstia de veracidade, nascem na boca do povo como se diz e tem na maior parte dos casos o objectivo claro de denegrir ou difamar uma pessoa, ou um determinado grupo de personalidades. É a maldade do homem no seu melhor. Alguns dos casos que são relatados no livro foram do conhecimento público e muitos prejudicaram os visados em termos profissionais e pessoais. Qual é o mal do boato? É que aparenta ser verossímil, não há uma certeza absoluta dos “factos” e como tal é difícil de provar aquilo que nunca aconteceu e quanto mais os “vítimas” se batem pelo seu bom nome, mais o boato ganha força e dimensão. É uma contradição em termos, mas é o acontece, o público entende tal gesto como a confirmação dos alegados factos que não existiram. Dá para acreditar? Pois é! E não me venham que com a história que este é o país em que vivemos, porque infelizmente os boatos são transfronteiriços, transculturais e intemporais, basta citar um dos casos mais célebres da literatura inglesa, Otelo de William Shakespeare. Curiosamente, a leitura “mitos urbanos e boatos” acabou por extrapolar em mim uma reflexão sobre as facetas mais humanas do ser humano, se me permitem a redundância. O seu ying e yang. O seu melhor e o seu pior, através do tempo. Dá que pensar! Boa leitura.

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