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A história da saia

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O verão é propício a um maior uso desta peça fundamental de qualquer armário feminino.

As saias crê-se que tenham tido a sua origem na mulher primitiva, que usava um sobra de pele de caça enrolada á volta da cintura. Isto no período mesolítico. Na antiguidade, na Suméria, 3000 anos antes de Cristo, surgem estátuas com peças que se assemelham já ao formato de uma saia, como actualmente o concebemos. A ideia acaba por se expandir e ser adoptada pelas restantes civilizações. Na idade média curiosamente, com o aparecimento de uma nova peça feminina, o corpete, o parente mais longínquo do espartilho, a saia aparece como um complemento longo, com pregas, que visavam sobretudo tapar as pernas, e em particular os tornozelos, uma das zonas mais erógenas da época. Fruto proibido é sempre  apetecido. Nos séculos seguintes, as saias eram ricamente bordadas e até tinham caudas. É evidente que as de maior comprimento e de tecidos mais finos eram apenas acessíveis as damas da nobreza. Com inicio da revolução industrial e o aparecimento de uma nova classe social, a burguesia, era necessário criar um vestuário que identifica-se este novo grupo. Assim estas peças femininas, foram substituídas pelo panier, que aumentava lateralmente chegando mesmo aos dois metros de largura, sobre esta armação era colocada a anágua e por fim a saia. No século XIX, como se não baste-se o uso do espartilho para tornar a cintura mais fina, a saia finalmente encolhe uns centímetros e a mulher pode-se afirmar liberada. Contudo, aparece um artefacto que faz lembrar a cauda de um insecto, denominado de anquinha que permitia realçar a zona mais erógena na altura do corpo feminino. O próprio nome denuncia um pouco a área da anatomia a que se refere. Os joelhos só aparecem em inicio do século vinte, nos anos vinte, e aí sim se pode falar de uma silhueta fluida, já não se usam os espartilhos, nem outros subprodutos que visavam alterar o corpo feminino. Só nos anos 60, acontece a verdadeira revolução, a minissaia de Mary Quant. Foi o romper com todo o tipo de convenções e estereótipos que culminou com a queima dos soutiens, vistos como uma peça da opressão feminina. Os homens é que ficaram sem dúvida a ganhar neste processo todo, porque desde então, os vários tipos de comprimentos mudam consoante as tendências, ou o gosto das mulheres. O mais curioso deste pequeno apanhado é tentar compreender, o porque das mulheres ao longo dos séculos se sujeitarem voluntariamente, e continuarem a faze-lo sob outras formas, a contrariar a todo o custo a sua natureza e alterar a todo o custo seu aspecto físico, sujeitando-se aos mais terríveis tratamentos.

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