Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

h facebook h twitter h pinterest

O atelier da cor

Escrito por 

  

Fernanda Rodrigues dirige a equipa de costureiras que dá vida aos fatos da trupe da Geringonça. É um labor que faz por gosto e nota-se pelo seu entusiasmo constante quando fala dos bons momentos que partilhou ao longo dos anos com várias gerações de madeirenses que ajudam a encher de cor e de alegre algazarra as ruas da cidade do Funchal.

Quanto tempo necessita para começar e terminar os fatos para todo o cortejo?

Fernanda Rodrigues: Não é só eu que os faço, somos seis costureiras. É um processo que demora tempo, cerca de um mês e meio para estarem todos prontos. As pessoas vêm cá acertar, fazer a primeira e a segunda prova. Começámos a tirar medidas em Dezembro e nessa altura já se fazem alguns trajes.

Cada peça pode demorar quanto?

FR: Como a base são os biquínis e tem muitas aplicações pode demorar um dia. O que demora mais são as baianas, que é um vestido comprido, tem saiote, é arredondado, uma pessoa tem de estar a trabalhar nestas peças de manhã até à noite.

Há quanto tempo trabalha com esta trupe?

FR: Há vinte e tal anos.

O que mudou nestes vinte anos?

FR: Tem muitas pessoas que são as mesmas, mas estão sempre a aparecer novos rostos. Mas, de resto não mudou em nada. A base da equipa é sempre a mesma, há anos em que as aplicações dão mais trabalho e outros não. Até o momento final existe sempre algo para fazer, por muito que estejamos adiantados, chega-se a hora há sempre um percalço, faz parte da tradição. (risos)

De todos os fatos que concebeu, qual foi o que constitui um desafio em termos de costura?

FR: O ano do Egipto deu muito trabalho. Foi tudo muito em cima da hora, nunca o vou esquecer, porque foi o pior. Tinha muitas aplicações e pormenores.

Qual é a que prefere o Carnaval ou a festa da flor?

FR: Prefiro o carnaval, é mais alegre, são mais dias. Temos o grande cortejo na avenida, depois vamos para os hotéis. Eu só participei uma vez como baiana, nunca mais sai depois disso. Vou na equipa técnica.

Mas, não gostou da experiência?

FR: Sim, gostei muito. Mas, fazia-me impressão estar a desfilar e ver as miúdas com alguma coisa para endireitar, ou quando se descosia. É sempre necessário dar um apoio aos miúdos, tem alturas em que não é preciso nada.

Quantas horas toda a equipa gasta nesta tarefa de coser os fatos?

FR: É um horário pós-laboral. Estamos cá desde as 19 horas até meia-noite, uma da manhã e mais perto do cortejo se for necessário ficámos toda a noite.

Depois vão trabalhar?

FR: Sim, vamos trabalhar, faço isto por gosto.

Deixe um comentário

Certifique-se que coloca as informações (*) requerido onde indicado. Código HTML não é permitido.

FaLang translation system by Faboba

Eventos