Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

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3 minutos antes da maré encher

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É o segundo trabalho dos Naifa, depois da surpresa de mundos subterrâneos.

Dizer que se trata de um disco de fado é um termo muito redutor para o tipo de música que os Naifa compõem. É um subgénero, dentro do género, que mistura vários conceitos musicais num só trabalho. Não é uma sonoridade linear, há diversas tonalidades encarceradas num só tema, é uma fusão de identidades, esta é a forma melhor que encontrei para definir este álbum. O tema “a verdade apanha-se enganos” , “señoritas” são alguns exemplos desses temas desconcertantes. Até as letras não seguem o rumo anunciado, parecem perdidos num compasso rítmico frenético, ecoam aparentemente entrecortados pelos solos instrumentais. É um disco de contrastes. Há de tudo um pouco e quase para todos os gostos, embora não seja para todo o tipo de públicos. Os “naifas” são um grupo direcionado para uma minoria. Não sei se foi esse o propósito, mas o facto é que a música que fazem, uma intersecção entre guitarras portuguesa e pop electrónica, não é apelativa para todo, ou qualquer tipo de ouvinte. Torna-se viciante para quem gosta de os ouvir, graças também a vocalista, Mitó, que agarra os nossos sentidos, com a sua voz riscada, rouca, cheia de sentimento. São interpretações fortes, magnéticas e que fazem todo o sentido, tendo em conta a música que fazem. Honestamente não é um subgénero que aprecie, mas reconheço-lhe o ímpeto que serem diferentes num panorama musical, como é o fado, onde a “transgressão” do tradicional não é vista com bons olhos.

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