Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

h facebook h twitter h pinterest

A voz do norte

Escrito por 

Os membros do Grupo Novo Rock poderão não ser tão novos como antes, mas a banda continua com a mesma vitalidade e energia que se lhes conhece desde o princípio da sua carreira. Os concertos dos GNR continuam a atrair milhares de pessoas que os acompanham para onde quer que vão e que entoam os temas mais emblemáticos de um percurso que se almeja que seja ainda mais longo...

Os GNR tem um percurso de 33 anos...
Rui Reininho: Fazer o que se gosta é sempre um prazer. Mas, nós nunca roubámos nada a ninguém. Foi tudo conquistado e temos estado a pôr esta felicidade cá fora. Foram anos maravilhosos, mas é como se ainda estivéssemos nas trincheiras, parece quase a faixa de Gaza. De resto é uma vida maravilhosa.


Quais são as diferenças entre realizar um concerto há vários anos atrás e actualmente?
RR: Na Madeira, por exemplo, a ilha melhorou imenso nesse aspecto, em vez de nos cansarmos com ensaios, fomos recebidos por uma maravilhosa equipa técnica, havia um palco fantástico e são super profissionais. A ilha está preparada para receber s grandes artistas do mundo, como os GNR. (risos). A serio, não nós cansámos e fazemos sempre o nosso melhor e dentro do nosso circuito de rock and roll, temos uma responsabilidade acrescida antes de entrar em palco.


É uma banda que atravessa várias gerações de portugueses?
RR: Sim, e só poderia ser. Não tocámos para escrutínios e sondagens, as pessoas gostam dos GNR ou não. Existem os que embirram connosco, há-de sempre embirrar e pelos piores motivos. Neste momento não tenho inimizade nenhuma, nem inimigos e também os que nos criticam não estão à nossa altura. Temos é gente mesquinha do Terreiro do Paço que não nos dá atenção. Hoje, sente-se muito isso no Porto, os madeirenses tratam os continentais por cubanos, mas as gentes da cidade invicta precisam de vocês para que sejamos a mesma voz. Portanto, estes Portugais deviam unir-se, fazer uma nova revolução, há um inimigo comum que é aquela gentinha do governo, que tudo decide e que não sabem a diferença entre Vila Franca e um monte Alentejano. Para além disso, odeio os clichés sobre o Porto, já não lhes acho graça. Devíamos ser todos portugueses outra vez, como dizia o grande Rodrigues Lobo, homens e mulheres não só parecer, antes quebrar que torcer, muitas coisas podem ser, homens da corte o não são. Nós não somos da corte e andámos cá, mas a nossa catedral é outra, é a amizade e o coração das pessoas.


Na discografia de um grupo musical como o vosso há sempre um trabalho que é um êxito junto do público e que para vocês, os músicos, não representa o vosso melhor. Tem um disco como esse?
RR: Sim, o Popless, talvez. Mas em conversa com os meus amigos músicos, os GNR sempre foi um grupo que fez alguns bons disco e outros mais ou menos.

 

Mas, qual foi o trabalho de que mais se orgulha e que o público não lhe deu o devido valor?
RR: Talvez o "Retropolitana" do qual tocámos apenas três temas, uma das canções é uma música lindíssima, é um slow. O "rei do roque" que também passou ao lado das pessoas, porque agora ouvem-se as canções, mas não as compram e como "roubam" não tem afecto.

 


Estão a pensar lançar um novo trabalho discográfico ou não?
RR: Estamos reformados. E depois para quê? Os GNR não conseguem competir com outros formatos. Nos tops nacionais actualmente vendem-se 400 discos, o que é ridículo, há uns anos atrás nos vendíamos isso por dia. Os miúdos que agora entraram ao darem tudo de borla é que acabam com as suas carreiras. Nós continuámos com vinte mil pessoas por espectáculo, em São Vicente, na Madeira, eram 25 mil. Estes jovens músicos não têm quase público nenhum e vão para os festivais em que são tratados abaixo de cão, não recebem um tostão, já que, o dinheiro todo é invertido em grupos como o "radiohead" que recebem 1 milhão de euros que é dos nossos impostos para virem até aqui.


Então acha que a música portuguesa está de boa saúde ou não?
RR: Tem doses e a música da capital não existe, aquilo é uma mentirazinha.

Deixe um comentário

Certifique-se que coloca as informações (*) requerido onde indicado. Código HTML não é permitido.

FaLang translation system by Faboba

Eventos