Na produção deste EP fazes tudo?
JR: Sim, excepto a masterização. E as palmas, que aparecem como fundo, são da minha irmã e da minha mãe, para não mentir. (risos)
Vamos falar do "The corner soul sessions" como é que surgiu a oportunidade para gravar este trabalho musical?
JR: The corner soul é o nome do estúdio do Björn Öqvist. Eu conheci-o através do "my space" que é uma espaço que já não se usa, ninguém fala dele. Na altura estava a viver na Suécia, eu envie-lhe uma hiperligação, ele gostou, decidimos trabalhar juntos e as canções são resultado de um período de tempo não tão curto quanto isso, foram-se fazendo esporadicamente, não foi intenso, levou vários meses. É mais uma experiência em estúdio, porque não é bem um produto final. Começámos a trabalhar juntos com o objectivo de mostrar a música nas editoras na Suécia, fizemos alguns show cases, mostrámos essas demos tanto as de maior calibre, que pretendem um hit logo à primeira, como as editoras mais pequenas, que são capazes de apostar em trabalhos mais experimentais, mas que na mesma tem de ter algo de comercial. Nesse trabalho havia de tudo um pouco, "she's rocking" que é mais comercial e o "the lake" que é uma canção mais trabalhada. Entretanto, regressei para cá, mas estou sempre em contacto com o Björn, pretendemos arranjar um espaço de tempo para estarmos juntos e trabalhar em novos temas.
Então não resultou em nada, quer por parte das editoras mais conceituadas, quer das mais alternativas?
JR: Não, ficaram os contactos. São pessoas a quem hoje em dia vou mostrando o meu trabalho. Entretanto também faltou o tempo para aperfeiçoar as ideias e as canções e como não podia ficar à espera, decidi avançar com a formação de produção.
Tu como jovem músico sentes que todas as tecnologias ao vosso dispor e a internet tornam mais difícil a tarefa das editoras acarinharem os artistas, porque tem de garantir que será um êxito?
JR: Sim, senti. Nesse caso tivemos contacto com as pessoas. Fizemos até um miniconcerto para a indústria. A internet facilita o contacto, por um lado, mas depois é sempre uma barreira, porque todos esses profissionais ligados á música, das editoras e das rádios, recebem centenas de emails de projectos e bandas diferentes. Eu estou a sentir isso, como estou cá, em Portugal, um dos meios principais de chegar até essas pessoas é a internet, mas não é um contacto directo, pelo menos tento plantar a semente e depois é esperar. Eu acredito que quando se tem boas canções, as pessoas vão sentir que também é deles. O que quero é dar a conhecer o meu trabalho, já estive em diversos projectos musicais, mas sempre senti que as coisas como não dependiam só de mim, chegavam a um quase-quase, mas não aconteciam. É por isso este "um" é um grande vitória, é mesmo o primeiro, daqui para frente é só a minha música.
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