Um olhar sobre o mundo Português

 

                                                                           

h facebook h twitter h pinterest

A voz quente que veio do frio

Escrito por 

 

Johan Rodrigues nasceu em Estocolmo, mas cresceu em Portugal, filho de mãe sueca e pai português, começou a escrever canções aos 15 anos assim que aprendeu os primeiros acordes. Sem formação musical formal, escreve, compõe, toca, canta e produz todos as canções do seu EP de estreia "UM". Em Portugal contam-se dois primeiros prémios em dois concursos, Novos Talentos Fnac Coimbra 2009 e Incubadora Criativa 2011 com o projecto 'Aboutowake'.

Fala-me deste novo trabalho musical, "Um", sobre o porquê destas canções?
Johan Rodrigues: O título "Um" aparece por várias razões, a primeira das quais é porque se trata de um trabalho a solo, portanto, apesar de ter um EP com o produtor Björn Öqvist que foi gravado na Suécia. As canções foram escritas enquanto estive nesse país no natal e depois quando cheguei cá gravei-as. Por outro lado, escolhi o dia 1 de Abril para lançar este trabalho, disponível na internet.


Escrevestes as canções em inglês e não em português porquê?
JR: Eu escrevo também canções em português, para este trabalho decidi que seria em inglês para abranger o maior número de pessoas, não só os portugueses. É um EP com cinco canções, também escrevo em português, mas penso inclui-las no próximo trabalho.


Porque escolhestes estas cinco canções, há algum ponto em comum entre elas? Se é que tinham?
JR: Eu comecei este trabalho no final do verão passado. Aliás, o primeiro tema que coloquei na internet é uma demo da canção "so is love" e depois comecei a fazer gravações. Quando voltei para Portugal era suposto continuar aquele trabalho, mas ao ouvir as gravações do que tinha feito no final do verão, achei que já não era eu, passei por um processo de aprendizagem de produção musical e aí esta a diferença entre uma demo e um produto final. Assim que em Janeiro decidi então recomeçar tudo de novo, porque senti que as canções que trazia falavam de experiências pessoais pelas quais tinha passado e que nada tinham a ver com o trabalho que estava a desenvolver e houve um compasso de espera de reescrita do EP. O que tem é comum é esse período de tempo em que experienciei várias coisas e as viagens que fiz, é uma espécie de um diário.


Um diário de viagem?
JR: Sim e estamos a falar só da parte da escrita. A própria produção foi um processo evolutivo, alterou-se entre o verão e o princípio do inverno.

 


Na produção deste EP fazes tudo?
JR: Sim, excepto a masterização. E as palmas, que aparecem como fundo, são da minha irmã e da minha mãe, para não mentir. (risos)

 


Vamos falar do "The corner soul sessions" como é que surgiu a oportunidade para gravar este trabalho musical?
JR: The corner soul é o nome do estúdio do Björn Öqvist. Eu conheci-o através do "my space" que é uma espaço que já não se usa, ninguém fala dele. Na altura estava a viver na Suécia, eu envie-lhe uma hiperligação, ele gostou, decidimos trabalhar juntos e as canções são resultado de um período de tempo não tão curto quanto isso, foram-se fazendo esporadicamente, não foi intenso, levou vários meses. É mais uma experiência em estúdio, porque não é bem um produto final. Começámos a trabalhar juntos com o objectivo de mostrar a música nas editoras na Suécia, fizemos alguns show cases, mostrámos essas demos tanto as de maior calibre, que pretendem um hit logo à primeira, como as editoras mais pequenas, que são capazes de apostar em trabalhos mais experimentais, mas que na mesma tem de ter algo de comercial. Nesse trabalho havia de tudo um pouco, "she's rocking" que é mais comercial e o "the lake" que é uma canção mais trabalhada. Entretanto, regressei para cá, mas estou sempre em contacto com o Björn, pretendemos arranjar um espaço de tempo para estarmos juntos e trabalhar em novos temas.


Então não resultou em nada, quer por parte das editoras mais conceituadas, quer das mais alternativas?
JR: Não, ficaram os contactos. São pessoas a quem hoje em dia vou mostrando o meu trabalho. Entretanto também faltou o tempo para aperfeiçoar as ideias e as canções e como não podia ficar à espera, decidi avançar com a formação de produção.


Tu como jovem músico sentes que todas as tecnologias ao vosso dispor e a internet tornam mais difícil a tarefa das editoras acarinharem os artistas, porque tem de garantir que será um êxito?
JR: Sim, senti. Nesse caso tivemos contacto com as pessoas. Fizemos até um miniconcerto para a indústria. A internet facilita o contacto, por um lado, mas depois é sempre uma barreira, porque todos esses profissionais ligados á música, das editoras e das rádios, recebem centenas de emails de projectos e bandas diferentes. Eu estou a sentir isso, como estou cá, em Portugal, um dos meios principais de chegar até essas pessoas é a internet, mas não é um contacto directo, pelo menos tento plantar a semente e depois é esperar. Eu acredito que quando se tem boas canções, as pessoas vão sentir que também é deles. O que quero é dar a conhecer o meu trabalho, já estive em diversos projectos musicais, mas sempre senti que as coisas como não dependiam só de mim, chegavam a um quase-quase, mas não aconteciam. É por isso este "um" é um grande vitória, é mesmo o primeiro, daqui para frente é só a minha música.
https://soundcloud.com/johanrodrigues

Deixe um comentário

Certifique-se que coloca as informações (*) requerido onde indicado. Código HTML não é permitido.

FaLang translation system by Faboba

Eventos