É um dos álbuns gravados pela dupla Maria João e Mário Laginha em forma de homenagem aos 500 anos do descobrimentos portugueses.
Este álbum vale por duas canções, não menosprezando as restantes melodias que são maravilhosas, mas a versão de Beatriz cantada pela Maria João ao som do piano de Mário Laginha é uma delírio musical que simplesmente arrepia a pele só de ouvir e emociona até o fundo da alma. Este tema escrito por Edu Lobo e Chico Buarque, uma das obras-primas da música brasileira e das canções mais amadas pelo seu povo, foi ao longo de décadas interpretada pelas maiores vozes femininas do Brasil. A versão lusa desta Beatriz, acompanhada pela Orquestra Sinfónica de Hanôver com a voz da Maria João é soberba e se pudesse mais objectivos acrescentava, contudo não fazem justiça à capacidade vocal desta grande intérprete. Ela confere uma leitura própria a todas as canções que decide interpretar, muito em especial neste tema, imprimindo-lhe emoção, cor e calor, o que não está ao alcance de qualquer cantora. O vídeo promocional também é muito original, porque ambos estão pendurados por cabos, sob o Tejo, num final de tarde e princípios do anoitecer que remete para um cenário romântico que acresce ainda mais carga dramática a esta música.
Asa Branca, foi uma escolha pessoal de ambos, tendo sido criado para o efeito um arranjo especial para piano. Se ouvirem com atenção começa com um solo maravilhoso tocado por Mário Laginha e suavemente a voz da Maria João vai-se insinuando imprimindo as palavras desta quase sinfonia melódica, com tom de Nordeste. Divinal!
O título deste álbum foi sugestão da Maria João que ao ouvir pelo telefone os primeiros acordes desta música original tocada pelo Mário Laginha, achou natural que apenas lhe viesse à memória estes três animais correndo em liberdade. E é assim, que se constroem mitos. Naturalmente!