Nuno Flores, o corvo, é um artista com uma já longa carreira musical no mercado nacional e internacional. Este ano, pretende lançar mais um álbum, desta feita uma homenagem a uma das suas bandas preferidas, os Muse. Venha daí, acompanhe-me numa pequena viagem pelo passado, presente e futuro deste músico talentoso.
Pode-se afirmar sem pudores que o Nuno Flores tem música impressa no seu DNA. Neto e filho de artistas ligados a música, desde muito cedo começou a ler partituras, quase antes sequer de aprender a ler. Uma paixão alimentada pelo pai, Fernando Flores, antigo contrabaixista na Orquestra da Gulbenkian e também mestre das primeiras notas. Instintivamente, nos primeiros anos, escolheu o violino como instrumento de eleição, um momento crucial que acabou por definir o seu percurso pessoal e futuramente profissional. Embora, houvesse alturas em que como referiu " quando estudava escalas, harpejo e estudos essenciais para apurar a técnica num músico clássico, questionava-me se era isso que queria fazer pelo resto da vida, mas acabei seguir o meu caminho". Um percurso que em muito pesou a influência do seu pai, já que "é um dos músicos e dos homens que mais admiro e um excelente professor, devo-lhe tudo".
Após toda uma formação clássica, com passagem pelo Conservatório e estágios de verão na "orquestra sinfónica juvenil" e "portuguesa da juventude", um anunciou mudou a sua vida, "precisa-se de um violinista para banda com disco. Marquei um encontro com o Moisez, falamos, ele gostou da minha onda. Eu na altura eu tinha cabelo comprido, vestia-me de preto e embora eu não parecesse um menino de coro, era-o por dentro, conversamos e acabei por nem fazer a audição, fomos logo ensaiar e fiquei na banda, isto era o ano de 1993". Os "filhos da nação" foi o primeiro CD que gravou com a Quinta do Bill, um tema que inspirou o nome do álbum e marcou toda uma geração " é uma canção muito alegre, com um solo para violino, que inspira bastante alegria, apesar de estas novas gerações associarem-no aos super-dragões". Paralelamente, fundou um quarteto clássico chamado Ensemble Amadeus, como homenagem ao seu compositor preferido, Mozart"pela genialidade que ele tinha e pelo facto de escrever música sem rascunhos. É o compositor que compôs mais obras em menos tempo. Escreveu 626 obras, foi um feito".
Após anos na estrada com a Quinta do Bill surge a ideia de formar uma banda revolucionária para altura que eram os Corvos. Foi uma evolução natural dos Amadeus, "porque apesar de tocarmos música clássica, pelo meio, metíamos musica dos Doors e Deep Purple, que adaptávamos aos nossos instrumentos". Uma aposta em arranjos inovadores para temas rocks adaptados a um quarteto de cordas. O fenómeno de vendas surgiu logo de seguida, com o lançamento do primeiro álbum dedicado aos Xutos e Pontapés. Os Corvos, "actuaram um pouco por todo o país e sempre com muito sucesso", sublinha Nuno Flores. A carreira a solo, começou após um incidente que marcou para sempre a sua existência, sobre esse período conturbado refere apenas que, "tenho uma grande máxima, as tristezas do passado, ou as incertezas do futuro não devem interferir com o presente". Uma regra que o motivou a criar a sua própria produtora e que o levou a tocar em vários pontos do mundo, inclusive participou recentemente num trabalho com o Carlinhos Brown. "A minha paixão é a música, toco sempre, seja onde for, tenho essa liberdade que me permite estar aqui hoje e amanhã no Brasil, se me apetecer como já aconteceu, toco numa bomba de gasolina pelo prazer. É sinal que estou vivo, que estou aqui", conclui.
http://www.indigoproducoes.net/
http://www.youtube.com/user/corvonuno#p/u/0/hh_Ijy1UvPs