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O sentimental

Escrito por 

Ricardo Ribeiro leva a portugalidade no coração, mas abraça outras musicalidades com o mesmo ímpeto apaixonado, que fazem dele uma voz singular no mundo do fado. "Largo da memória" é o seu último trabalho discográfico e é disso exemplo, de como a vida, os amigos e os afectos que marcam o seu trajecto pessoal são generosamente abraçados no seu percurso profissional.

O seu último trabalho discográfico, "largo da memória", foi considerado o melhor álbum de 2013.
Ricardo Ribeiro:Sim, por algumas entidades felizmente.

Então este trabalho também o define como artista? Foi o seu melhor?
RR: Se calhar é um dos que melhor me define. Mas, eu ainda tenho um longo caminho a percorrer. Eu não tenho muito jeito, nem muita liberdade, dígamos, para quantificar o que faço, posso dizer que é um trabalho muito lúcido e generoso pelas pessoas que reuni no disco e também pelo tipo de repertório.

Em que é que o "largo da memória" se distancia do "porta do coração"?
RR: A "porta do coração" é um trabalho repleto de fado tradicional, ou seja, não tem abordagens a outros genéros musicais. Efectivamente, o que distância este álbum anterior do meu actual disco é que este já reúne outros genéros que abraço com o mesmo amor e ternura, como o fado. Daí a música arábe, barroca, enfim, amigos com quem trabalho e tenho grandes parcerias musicais, já para não falar da parte afectiva, como é o Pedro Jóia, o Rabih Abou-khalil, do Pedro Caldeira Cabral e Ricardo Rocha. Enfim, uma série de pessoas interessantes que reuni neste disco que se distancia de outros trabalhos e ainda há fados diferentes com guitarra portuguesa.

Tanto a antologia, como o "porta do coração" são discos de fado tradicional, então como é que se dá o salto para um álbum de música luso-árabe, num meio tão tradicional como é do fado?
RR: Quando fiz o disco com o Rabih Abou-Khalil não teve o desejo de ser, ou aproximar-se do fado, ou seja, foi um português que por acaso é fadista, que canta canções com a sua banda desde 2005. O álbum só saiu em 2008, mas continuámos a trabalhar. Na altura, foi visto com espanto, as pessoas ficaram muito admiradas com aquele modo de cantar e ainda colho os frutos desse trabalho.

 

 

No próximo álbum haverá mais músicas escritas pelo Ricardo Ribeiro?
RR: Neste álbum há uma composição minha em que me atrevo a tocar viola e que dediquei à minha filha, que se chama "quando nasceste" . Tenho outro tema, que é a "cantiga de seguir" que é uma melodia minha e do Pedro Caldeira Cabral e os versos são do Manuel Alegre e do Francisco Gaspar. Num próximo disco haverá muito mais composições minhas e do Pedro Jóia. Aliás, ele participa no "largo da memória" e tenho fé que façámos em breve um disco os dois com a música que conseguimos abraçar.

Quando pretendem apresentar o próximo trabalho?
RR: Ainda não sei, o "largo da memória" ainda é tão pequenino, nasceu em Outubro de 2013 ainda tem de viver muito.

Com uma carreira que começou desde muito jovem, porquê só tem quatro álbuns?
RR: Eu não faço discos apenas por fazer, eu só o faço quando tenho necessidade de dizer alguma coisa aos ouvintes, tenho ideias e sentidos definidos. Não o faço porque é uma obrigatóriedade. Os títulos tem a haver com a experiência da vida, o "largo da memória" foi inspirado num grande poeta português que é o José Régio, de Portalegre. São os meus estados de espírito e com o que vou sentindo, quando edito discos é quando a vida vai avançando e aí sinto essa necessidade.

O fado para além de ser patrinómio imaterial da humanidade, graças ao Carlos do Carmo obteve um grammy. Acha que esse reconhecimento internacional abre mais as portas para os profissionais como o Ricardo Ribeiro?
RR: Claro que sim, abre e abrirá sempre portas, não há margem para dúvida. O fado é cada vez mais conhecido, com um maior poder e afirmação quer em Portugal, quer além mar.

E sente isso quando canta no estrangeiro?
RR: Sinto isso perfeitamente.

Mas, ainda referem à Amália?
RR: Sempre. Ainda é um nome referido e hoje em dia já falam da Mariza e da Mísia. Mas, primeiro é o nome da Amália.

http://www.ricardoribeiro.pt/#!biography/cn8h

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