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Pesadelos em peluche

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Os mão morta lançaram o seu novo álbum para comemorar os seus vinte e cinco anos de carreira. Um CD cheio de faixas alusivas ao seu humor fervente muito ao gosto malandro desta banda de rock alternativo.

Os mão morta são sem sombra de dúvida uma das bandas portuguesas com a música mais corrosiva do nosso país. As letras são odes carregadas de ironia e provocação que reflectem a percepção da realidade que como eles mesmo definem resulta do panorama mediático e cultural instituído pela moderna comunicação de massas que induz no indivíduo”. O novo álbum pesadelo de peluche, é o resultado dessa reflexão sobre o mundo em que vivemos carregado de imagens de certa forma quase obscenas dos paradigmas da cultura moderna. Sempre os provocadores, sempre os denunciadores de uma sociedade que vive á beira de um abismo pululado por figuras mediáticas  enquadrados em narrativas psicóticas.

A música de abertura é novelos de paixão que não é mais do que um delírio verbal povoado de palavras em veludo, acompanhadas por uma sinfonia melódica.  Os mãos morta são uma  banda clássica, no sentido em que se estiverem atentos há sempre uma abertura musical para todas as canções que fazem uma espécie de introdução para o que está por vir.  É uma vaga de prazer, como canta Adolfo Luxúria Canibal.

Outro dos temas que gostaria de realçar e é talvez o melhor desta colectânea musical é “o seio esquerdo da R.P”. Ora eu não sei quem é a dona  do dito peito, no mundo virtual  anda a correr o boato que se trata da Rita Pereira, se é não posso confirma-lo, mas o que me atrai neste tema é a sua musicalidade lírica, quando  dizem “ o cortex cerebral, processa a informação, e regista a reacção da medula espinal”. Simplesmente brilhante.

Fazer de morto, é um balada carregada de sentimento  porque “ a morte não mais do que uma predisposição para a horizontalidade”. Basta só estar no chão. Uma verdade a qual todos vamos retornar, o pó.

 

O capitão Tiago é  o psico-drama  na vida de um criminoso é um música negra, carregada de palavras obscuras e tocada quase como se trata-se de uma marcha fúnebre. É um tema pesado que encerra este álbum, mas que fica no ouvido  interpretado pela voz rouca de  Adolfo Canibal.

Já ouvi mais do que uma vez, que se os mãos mortas tivessem uma carreira internacional seriam monstros sagrados do rock. Sinto muito, mas não concordo. Eles são tão alternativos na forma como interpretam o seu repertório que só poderiam ter sucesso em Portugal. Recordem Leonard Cohen, ou os Skunk  Anansi. Nós somos a nação do alternativo, e os mãos morta são disso prova e com 20 valores.

www.mao-morta.org/noticias.htm

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