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Rita, a maravilhosa

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Começou a sua carreira na música jazz com apenas 14 anos de idade. Desde aí canta e encanta o público com a sua voz madura e melodiosa. Um percurso jazzístico que pretende encerrar, não por completo, com um trabalho discográfico que encerra todas estas experiências de vida e de influências musicais.

Noto nas canções que escreves que és uma romântica. Vês-te assim?

Rita Maria: Falo de amor e da falta de amor, o desamor (risos). Sim, sou uma verdadeira romântica, mas há um lado de mim que não está explorado, porque para além desse repertorio, tenho uma outra faceta mais abstracta, mais contemporânea e se calhar por isso, estou a entrar no mundo do rock pesado e as temáticas da música que faço estão a mudar um pouco.

Vais deixar o jazz?

RM: Não sei. Agora que estou a trabalhar no Equador, quero aproveitar as raízes daquele país e conhecer as suas tradições musicais. Pretendo introduzir a língua espanhola no que faço e invadir outros estilos também.

Como é que uma portuguesa, cantora de jazz, vai agora para o Equador?

RM: Eu estudei nos EUA, na Berklee College of Music, em Boston. Lá estive em contacto com pessoas de todo o mundo e nesse contexto surgiu um convite para ser professora. Após a minha estadia nessa instituição, um ano depois, através de um professor surgiu a oportunidade de ir até o Equador, porque a universidade utiliza o mesmo tipo de ensino da Berklee.

Vais começar a dar aulas?

RM: Já estive a dar aulas, agora apaixonei-me pelo país e por qualquer coisa mais (risos). Há algo de emocional que me prende, musicalmente gosto do Equador e portanto quero continuar.

A que atribuis o fenómeno, se é que lhe podemos chamar, de quase todos os cantores de jazz em Portugal são mulheres?

RM: Não acho que seja só em Portugal. Acho que a tendência do jazz é que os cantores são do sexo feminino. É geral, se calhar no nosso país se acentua mais porque há poucas instrumentistas e aquilo que se destaca mais são as cantoras como elemento feminino da banda. Se calhar se houvesse mais contrabaixistas, mais pianistas e mais bateristas não se notava tanto. Nesse aspecto em concreto ainda estamos a evoluir, já existem mais, tenho colegas que tocam esses instrumentos, mas não é comum, é mais usual ver uma mulher a cantar.

Fala-me do teu novo trabalho discográfico. Queres fechar um ciclo já que estás de partida de novo para o Equador? O que quisestes expressar?

RM: O meu disco que vai ser gravado em Setembro é um trabalho de originais meus que é exactamente isso é um fechar de um ciclo desde os meus 14 anos de idade altura em que comecei a aprender e cantar jazz e como faço agora 27 anos é altura de encerrar esse capítulo da minha vida. Tenho composições de colegas meus, tudo contemporâneo, com letras minhas e alguns poemas de Fernando Pessoa e Eugénio de Andrade na manga. Tenho ao todo sete canções gravadas com arranjos, quatro temas são meus e os restantes são as colaborações de colegas que escreveram algumas letras ao meu pedido para este trabalho. Serve sobretudo para fechar este ciclo no jazz, embora eu não saiba muito bem qual será o meu caminho, partir para outro é sempre muito positivo, progredir e procurar outras influências. Ao jazz dei muito de mim e continuo a dar, mas tenho outros horizontes, quero englobar também outros estilos musicais.

O trabalho vai ser cantado em português? Ou também em castelhano?

RM: Escolhi só faze-lo em português, porque é aquilo que me pode distinguir dentro da minha área e de tudo o que aprendi. Juntei as minhas influências educativas do jazz com as culturais, que é o ser portuguesa e falar em português. Tentei fazer a fusão neste disco, aparecem todos os elementos mais importantes, mais marcantes da minha vida como cantora.

Já tens um título para este trabalho?

RM: Foi ainda algo que não decidi. Não sei bem o que fazer com o título, estou em dúvida, porque é possível que tenha uma canção em espanhol e embora esteja a gravar este disco, já estou a pensar no próximo. Estou num limbo. Acho que terá a ver com este aspecto do encerrar um ciclo e o início de outro.

http://ritamaria.net/index.php/music

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