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A ilha dourada

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O Porto Santo possui a melhor praia de areia ao nível do território nacional. Faça comigo uma viagem até este pequeno recanto do paraíso.

A melhor forma de chegar até o Porto Santo é de barco e de preferência partindo da Madeira, porquê? Passo a contar. A ilha dourada, que deve este nome aos seus nove quilómetros de praia com uma areia tão fina que parece pó de ouro, fica a 37 km a nordeste da ilha da Madeira, 500 km de África e 900 km da capital, Lisboa. A melhor forma de lá chegar é de barco, de preferência a partir do Porto Santo line, com saída do Funchal. São três horas de travessia que valem pela beleza paisagística que se observa a bombordo, porque a viagem acompanha a linha costeira da Madeira e aí somos espectadores privilegiados da paisagem urbana das várias localidades ao sul da ilha. Avistamos as construções que pululam como cogumelos ao longo das encostas e admiramos a frente-mar de algumas das cidades mais emblemáticas da Região. Ao estibordo, se o tempo estiver de feição, somos confrontados com a beleza árida das ilhas desertas, respectivamente, a ilha pequena, a grande e a chã. É um reservatório natural de vida selvagem, tendo sido designado como parque desde o ano de 1971. Quando a embarcação chega ao extremo oriental da ilha, o Caniçal, mais concretamente a ponta de São Lourenço, é neste istmo de rochedo vulcânico que começa o Mar da Travessa. Trata-se de uma língua do Oceano Atlântico, que fica situada entre a Madeira e o Porto Santo, e que é famoso pela sua forte ondulação e correntes marítimas. Aqui a viagem pode tornar-se mais ondulante por assim dizer, mas sem grandes motivos de preocupação já que vamos ao favor da corrente, no sentido contrário é não se pode afirmar o mesmo, por isso preparem-se para enjoar. Eis-nos chegados ao único ponto desta travessia onde só se avista o oceano azul, mais uma hora embalados pelo mar, até conseguirmos avistar o nosso destino, o Porto Santo. E mais uma vez o ferry acompanha a linha costeira desta ilha, que no caso implica avistar os tais nove quilómetros de areal maravilhoso. O porto fica situado na Vila Baleira, que deve o seu nome à caça da baleia, e é capital do Porto Santo. A ilha tem 42,40 km2 de território e não poderia ser mais oposto em termos paisagísticos em relação à Madeira. É plana e com uma única freguesia já que possui apenas cerca de 5 500 habitantes. É mais árida e seca, nota-se logo a inexistência de uma vegetação luxuriante que é o apanágio da pérola do Atlântico. A primeira impressão é de calma e serenidade. A vida aqui vai-se levando ao sabor do vento. A primeira coisa a fazer depois de abandonar a embarcação é nadar nas águas cristalinas verde-esmeralda que rondam os 22 graus de temperatura. É o paraíso na terra. A ondulação é fraca o que potencia ainda mais, os banhos recorrentes. O areal tem de ser percorrido a pé. Relaxe é uma caminhada agradável e deve ser feita acompanhada de uma boa conversa. A ilha é pequena mas merece um périplo de preferência de bicicleta. É possível dar á volta a ilha em duas rodas, demora um dia, com paragem no Pico do Facho para um merecido piquenique, o pior é a sombra, o melhor a falta dela. Leve consigo um guarda-sol vai valer a pena. Visite um dos muitos moinhos que ainda subsistem no Porto Santo. O pico de Ana Ferreira, é outro dos pontos altos desta visita, pela sua importância geológica, aliás alguns do ilhéus e formações rochosas do Porto Santo, são autênticos museus naturais vivos, mostram a evolução de um vulcão até a sua extinção. Argh, já é tempo de voltar à civilização, mas antes de partir, um último olhar a um pôr-do-sol pintado de lápis-lazúli. Até sempre.

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