Encarando a paisagem geométrica à nossa frente, ao ladear os corredores de água, meio escondido entre arbustos bem torneados esta o court de ténis, onde esta a melhor casa de chá da cidade invicta. As tartes são de morrer e chorar por mais e os scones são simplesmente divinos, esteja preparado para o frio, porque a sala é pequena e na mesma vai querer enfrentar as temperaturas menos amenas por causa do ambiente circundante, é um festival de cores e odores a rosas que não vai facilmente esquecer. Depois deste merecido descanso da alma e o aplacar do apetite mais guloso é tempo de continuar a nossa visita pelos 18 hectares de paisagem. É verdade. Serralves é assim de extenso. Seguindo os distintos trilhos deparámo-nos com vários recantos reclusos, românticos, que remetem para o mundo egoísta dos jovens amantes, basta estar atento e quase podemos ouvir os suspiros de felicidade e os risos de cumplicidade partilhada. Mesmo no final, há um campo extenso onde todos anos milhares de pessoas ocorrem para o encerramento das 48 horas de Serralves em festa, com direito à música e fogo-de-artifício. Na subida, um súbito desvio, para o novo pavilhão de exposições visionado pelo arquitecto Siza Vieira. É um edifício que reflecte o seu estilo muito próprio de ver o mundo, cujo interior de facto salienta as obras que estão a ser expostas e não importa o que pretende ver, cada sala é uma descoberta, entre corredores brancos com ângulos inusitados. Infelizmente a minha viagem termina aqui. Mas, amanhã é outro dia.