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Fui ver a primavera à berlim

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As primeiras impressões durante uma viagem à capital da Alemanha.

Decidi visitar a capital alemã à convite de uma amiga, porque dizia-me “tens de ver a primavera a desabrochar em Berlim” e assim fiz. A capital alemã é considerada uma das cidades mais verdes de Europa pela quantidade de parques e espaços verdes que se podem usufruir de forma gratuíta. Os berlinenses mal avistam uma nesga de sol são os primeiros a invadir estes espaços e nota-se que é uma urbe vibrante e cheia de cor. É uma cidade onde se inspira calma e ao mesmo tempo é uma corrida desenfreada diária, basta ver a linha de metro que devo reconhecer foi difícil de dominar, embora as áreas estejam dividas por cores, temos de pensar nas linhas quase em 3D, porque se sobrepõe, ou seja, há carris na superfície e mal descemos umas escadas rolantes estámos já numa outra linha que se pode subdividir, entenderam ou nem por isso? Boa sorte! Adiante, existem passes para turistas que duram por vários dias, mas também podem optar pelos bilhetes diários, que usei com alguma frequência e tive a sorte de uma rapariga me ter oferecido o dela num desses dias, assim sem mais nem menos, ela não precisava mais pelo que deprendi do seu simpático discurso em alemão e eu agradeci, com o meu dankeschön recém aprendido.


O mais impressionante do metro são os túneis nos cruzamentos das linhas e posso adiantar que há toda uma outra cidade subterrânea à nossa disposição. Existe todo o tipo de pequenos restaurantes com sabores do mundo, quiosques de jornais, minimercados, floristas, pastelarias, cafetarias e tudo a preços acessíveis até para os portugueses. Trata-se de um submundo dentro da cidade, porque os berlineses não param para almoçar, compram algo para comer e seguem viagem, sempre de passagem. É fascinante assistir a todo este movimento humano, onde se ouve todo o tipo de línguas e se assiste a uma corrida diária de um lado para o outro. E é de tal forma um hábito vigente que até existem avisos dentro das carruagens a proíbir que se coma, beba ou transporte um animal sem açaime. Contudo, irão ver pessoas a comer, ou beber quase as escondidas e cães apenas pela trela, não é a maioria, acontece como em qualquer outro país, sem exageros e sem confusões.

 

À superfície uma das paragens quase obrigatórias é a ilha das museus, é uma área linda, com várias edificações neo-clássicas junto ao rio, basta atravessar a ponte que cruza o rio Alte e deparamo-nos com uma série de museus. Decidi visitar o “alte nationalgalerie” para conhecer alguns dos mais famosos pintores alemães, que devo reconhecer desconhecia quase por completo, como Fritz Von Uhde, Max Libermann, Karl Friedrich Schinkel, entre outros. No segundo piso, poderemos encontrar várias obras dos mestres europeus impressionistas. Mas, a cereja no topo do bolo foi o último andar, onde me foi dado a conhecer um dos grandes ícones do romantismo alemão e que prendeu à minha atenção pelas suas paisagens bastante trágicas, Caspar David Friedrich. Os seus quadros transmitem uma profunda solidão, com as suas paisagens desoladoras, algumas soturnas até, mas que não deixam de exaltar a beleza avassaladora da natureza. August Kopisch foi outra das descobertas verdadeiras maravilhosas deste museu, ele que criou uma cor maravilhosa chamada de “blue grotto”, azul gruta, que foi inspirada numa gruta na ilha capri, em Itália. Bem como um vermelho ocaso, que ajuda a criar paisagens verdadeiramente sumptuosas do final de tarde. Sei que utilizei muitos adjectivos, mas as palavras por vezes não são suficientes para descrever algo tão, tão belo. É como uma exilir da alma, emociona-nos até o âmago e deixa-nos esperançados quanto à humanidade, mesmo sabendo que estes artistas tiveram percursos tortuosos e personalidades sofridas, sem eles como seria possível eternizar o sublime numa pincelada?

http://www.augustkopischinberlin.de/

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