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Os cornos do alberto

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Trata-se de uma adaptação de um texto para teatro de Alfred Jarry, intitulado "Ubu Rei Ubu Cornudo", pelo teatro do "bolo do caco" que pretende satirizar à sociedade madeirense, pela mão do encenador, dramaturgo e actor, Xavier Miguel.

Peguei nesta peça de teatro do Alfred Jarry, porque o autor tem uma série de peças com este personagem, trata-se de um rei corrupto, maquiavélico, porcalhão e que só faz coisas más. Peguei nessa personagem e adaptei-o ao contexto madeirense, usando as figuras políticas locais que decidi satirizar de alguma forma. É mais a brincar, fazemos uma comparação e transformámos as pessoas em "bonecos". Usámos também os fairs-divers que animam a região, como o fiasco da marina do lugar de baixo, as lutas pelo poder no "delfinário" e abordámos a questão do comércio local ser dominado pelos chineses...Então comecemos sem medos.

"Corre o ano de 2014, sob o reinado daquele-cujo-nome-não-se-deve-sequer-ser-pronunciado. O senhor das aventesmas-cor-de-laranja tira uns dias de folga e vai visitar um grande amigo da sua corte partidária na quinta das rosas, esperando encontrar um pouco de repouso, como no verão geralmente desfruta no Porto Santo. Mas, como seria de esperar de uma história contada por nós a açorda sai entornada!"

O maior desafio desta peça foi torná-la curta, porque o "Ubu Rei e Ubu Cornudo" tem umas quarenta páginas, que aborda a história de um corrupto que se mete com a mulher do seu melhor amigo. Para a nossa peça criei as cenas iniciais das bruxas, os monólogos dos dois narradores que explicam um pouco o nascimento do corrupto, e as perípecias mais díspares que ocorrem ao longo dos actos, já que trabalho com um certo surrealismo. O meu maior trabalho foi tornar o texto limpo, com uma narrativa coerente e que tudo tivesse uma lógica. Mas, adiante que se faz tarde...

 

 

  

 

"Depois da Teresita ter vindo mostrar as maminhas, é chegado o tempo de Albertu vir mostrar os cornos, em mais uma peça-arraial político surrealista em que as coisas se dizem, cantam e são atiradas como um gancho esquerdo pelas aduelas adentro!"

Uma das minhas personagens preferidas é o tipo da bandeira, que é o madeirense típico, com aquelas atitudes amalucadas. Representa de certa forma o parvo da idade média, que esta um pouco deslocado da realidade e tem o poder de dizer as coisas sem que as pessoas o julguem mal, porque é um idiota.

A crítica social é forte, não estámos aqui a defender um partido, ou uma ideologia, simplesmente pegámos nestes temas e brincámos um pouco. Não estámos a lutar em contra ou a favor de ninguém. As pessoas vêem esta satíra como uma peça de teatro que, espero eu, levem para casa para reflectir.

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