O filme de Rodrigo Areias, com argumento de Valter Hugo Mãe e banda sonora de Tó Trips, faz a sua estreia num cine-concerto com Tó Trips, dia 3 de Outubro, no cinema NOS Forum Madeira.
Logo após a exibição de um ciclo de cinema dedicado ao realizador italiano Federico Fellini, o Screenings Funchal, arranca o mês de Outubro da melhor maneira possível.
No dia 3 de outubro, uma das salas cinema dos Cinemas NOS do Forum Madeira irá ser também palco de um espetáculo musical interligado com o filme exibido. Tó Trips responsável pela banda sonora do filme irá tocar as suas composições para o filme acompanhando ao vivo a sessão cinematográfica num formato cineconcerto.
A iniciativa estaria prevista para Abril, data em que o filme deveria ter estreado no entanto a pandemia lançou o evento para uma completa incerteza:
“Pareceu-nos mais importante do que nunca, embora também tenha sido mais difícil do que nunca, que se realizasse este evento agora. Como incentivo ao regresso em segurança aos eventos culturais, pela promoção do cinema português, da cultura e dos que dela dependem, e para tentarmos esquecer, mesmo que por breves momentos, as incertezas dos tempos que estamos a viver.” – (Pedro Pão, programador Screenings Funchal)
Os bilhetes poderão ser adquiridos directamente na bilheteira dos Cinemas NOS do Forum Madeira a partir do dia 1 de Outubro. Por ser uma sessão especial, a sessão terá o “full ticket price” de 7.05€. O preço especial das sessões Screenings Funchal de 4.90€ e os habituais descontos com o cartão NOS serão retomados a partir das sessões seguintes começando pelo filme “O Nosso Tempo” de Carlos Reygadas.
Em “Surdina”, escrito por Valter Hugo Mãe, seguimos Isaque um viúvo que recebe a notícia de que a sua falecida mulher foi vista a fazer compras na feira.
Revoltado, pretende esconder-se de todos, despeitado e triste, mas os seus amigos insistem para que não dê ouvidos ao povo e aproveite tal facto para se fortalecer e, quem sabe, casar-se de novo.
Esta é uma história da delicadeza de se ser velho, do que resta ainda para sonhar e para amar quando a idade avança significativamente e o corpo se enfraquece. Num Portugal antigo e recôndito, que afinal existe, apesar de tudo quanto façamos para nos modernizarmos.
Com: António Durães, ngela Marques, Ana Bustorff, Emília Silvestre, Adelaide Teixeira, Mário Moutinho, Jorge Mota, Filomena Gigante, Tânia Dinis, Rosa Quiroga, Valdemar Santos, Romi Soares, Miguel Monteiro.
Rodrigo Areias (Produtor e Realizador)
Começou os seus estudos em Gestão na Universidade Católica Portuguesa. Licenciado em Som e Imagem pela Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, possui ainda um curso de especialização em Realização Cinematográfica da Tisch School of Arts da Universidade de Nova Iorque e o programa de produção Eurodoc. Desenvolveu atividade de formador nos workshops promovidos pela associação Filhos de Lumière. Tem desenvolvido ao longo da sua carreira, trabalhos criativos na área de cinema de autor em ficção e documentário, alternando com outros trabalhos em domínios de video-arte e vídeo clips para alguns dos melhores nomes da cena rock Portuguesa (The Legendary Tiger Man, Wray Gunn, Mão Morta, Sean Riley, D3o, etc.) e diversos outros projectos. Como produtor começou a sua carreira em 2001 e desde então produziu e co-produziu mais de 70 curtas, longas, vídeos e documentários. Produziu autores de renome como Edgar Pêra, João Canijo e F. J. Ossang, bem como jovens realizadores como André Gil Mata, João Rodrigues e Jorge Quintela. Tem co-produzido com o Brasil, Reino Unido, França, Alemanha e Finlândia. Como realizador, entre vários filmes destaca-se Tebas (longa metragem) e Corrente (curta metragem) com os quais esteve representado em mais de cinquenta festivais internacionais e foi galardoado com uma dezena de prémios. A sua segunda longa metragem, “Estrada da Palha” (2012) estreou em Competição Oficial no Festival Internacional de Karlovy Vary e foi galardoado com uma Menção Especial. Foi responsável pela produção de cinema de Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura onde se incluem filmes de realizadores como Jean-Luc Godard, Aki Kaurismaki, Peter Greenaway, Manoel de Oliveira, Pedro Costa e Victor Erice. Mais recentemente produziu o filme “Listen” de Ana Rocha de Sousa que conseguiu 4 prémios no Festival de Veneza.
Valter Hugo Mãe é o nome artístico do escritor Valter Hugo Lemos (Henrique de Carvalho, Angola, 25 de Setembro de 1971). Além de escritor é editor, artista plástico e cantor português . Valter Hugo mãe nasceu na cidade angolana outrora chamada Henrique de Carvalho, actual Saurimo.
Passou a infância em Paços de Ferreira e em 1980 mudou-se para Vila do Conde. Licenciou-se em Direito e fez uma pós-graduação em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea. Em 1999 fundou com Jorge Reis-Sá a Quasi edições. Em 2001, ainda na Quasi, co-dirige a revista Apeadeiro e em 2006 funda a editora Objecto Cardíaco. Em 2007 recebeu o Prémio Literário José Saramago, durante a entrega do qual o próprio José Saramago considerou o romance o remorso de baltazar serapião um verdadeiro "tsunami literário".
Para além da escrita tem-se dedicado ao desenho, com uma primeira exposição individual inaugurada em Maio de 2007, no Porto, e à música, tendo-se estreado como voz do grupo O Governo em Janeiro de 2008, no Teatro do Campo Alegre, no Porto.
Tó Trips, co-fundador de marcos da recente música nacional, como é o caso dos Lulu Blind ou Dead Combo, e membro da fase final dos Santa Maria Gasolina em Teu Ventre, Tó Trips lançou em 2009 o seu primeiro álbum a solo, ‘Guitarra 66’, pela Mbari, efusivamente recebido pela crítica. Lindo registo de música crua, aberta, generosa, de espírito nomádico, encaixa as pistas e materializações que Trips dava já nos Dead Combo. O meta-fado de Paredes, a música de fantasminhas da boémia lisboeta, a tradição cubana como vista por Marc Ribot, o lado mais lírico do western spaghetti de Ennio Morricone ou o encontro ibero-árabe do flamenco, deixando-nos com uma linguagem que entretece todos estes vocabulários e o torna uma língua sua, real como só os verdadeiramente bons e honestos o conseguem ser. Guitarrista do melancólico e do luminoso, transforma em som um homem que é profundamente português, fascinado pelas viagens - reais, internas, imaginárias e impossíveis. Regressou nesta Primavera de 2015 com o novo disco “Guitarra Makaka – Danças a um Deus Desconhecido”. E mais uma vez não se deixa Tó prender a fórmulas, não obstante possuir, à guitarra, um estilo particularmente distinto. Isto é, o aparecimento de um novo disco a solo seu deve-se, antes de mais, à necessidade de documentar o desenvolvimento e exploração de uma nova linguagem. Mais concretamente à guitarra Resonator, com os seus cones metálicos a ampliar de modo natural o som e raízes associadas a ícones como Tampa Red ou Bukka White. Não que Tó finja aqui ser quem não é - aliás, mais longe do blues do delta do Mississippi não podia estar. Afinal, o seu interesse na tradição será apenas por aquilo que - na acepção real do termo - ela possui de mais primitivo. Isto é, o seu projeto é efetivamente o da prossecução daquilo que, em rigor, nas cordas de aço, nunca existiu em lugar nenhum. Daí que se socorra da alegoria da “ilha imaginária”, embora trabalhe igualmente no sentido de evocar memórias específicas. No fundo, mais não se fala do que de uma música que soube fazer do isolamento uma fortaleza e da independência o melhor que tem a dar de si. Levem-na convosco para uma ilha deserta que não se irão arrepender.
Esta é uma sessão única do Screenings Funchal, dia 3 de Outubro às 21:00 nos Cinemas NOS Forum Madeira.
Os bilhetes estarão à venda a partir do dia 1 de Outubro na bilheteira dosCinemas NOS Forum Madeira.