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Portugal recupera bem da crise do Covid-19

Written by  Catherine Bremer ft direitos reservados

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) aconselha Portugal a usar o plano de recuperação pós-COVID-19 para reforçar o crescimento e as finanças públicas.

A economia portuguesa está a recuperar bem da crise da COVID-19, graças à resposta política rápida e eficaz e ao sucesso do processo de vacinação. Segundo um novo relatório da OCDE, à medida que a recuperação avança, é importante prosseguir com os investimentos e as reformas estruturais que irão melhorar as condições de vida, reforçar as finanças públicas e favorecer uma trajetória de crescimento sustentável, forte e resiliente.

O mais recente Estudo Económico da OCDE sobre Portugal observa que, com o envelhecimento demográfico e a consequente diminuição da população ativa, o crescimento futuro irá depender de ganhos de produtividade. Portugal deveria aproveitar o seu Plano de Recuperação e Resiliência, financiado pela UE, para acelerar a transição ecológica e digital, concentrando-se nos projetos com maior impacto económico e social.

«Portugal está a recuperar rapidamente de um choque económico profundo, e a previsão é de que essa recuperação irá continuar», afirmou o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann. «Será fundamental otimizar a intensidade e a qualidade da recuperação, através de uma maior produtividade e acelerando as transições digital e verde. O Plano de Recuperação e Resiliência constitui uma oportunidade para atingir esse objetivo, pelo que deverá ser implementado de forma rápida e eficiente.»

A pandemia desferiu um duro golpe na economia portuguesa. Após uma queda de 8,4 % em 2020, o PIB português deverá voltar a crescer 4,8 % em 2021 e 5,8 % em 2022, também graças ao facto de quase 90 % da população já estar completamente vacinada, a taxa mais elevada da OCDE.

Não obstante, a atividade económica em setores fundamentais da economia, como o turismo, os transportes e a hotelaria, continua muito aquém dos níveis anteriores à crise. O Estudo recomenda que os apoios dirigidos às famílias e às empresas sejam mantidos e adaptados à evolução da pandemia. O apoio aos jovens e aos trabalhadores pouco qualificados à procura de emprego deve ser reforçado, a fim de os ajudar a adaptarem-se às mudanças no mercado de trabalho. São ainda necessários mais apoios à capitalização das empresas viáveis.

Portugal deve também reduzir os seus desequilíbrios macroeconómicos para conferir uma base mais sólida à recuperação. A relação dívida-PIB disparou, situando-se entre as mais altas da Europa. À medida que a recuperação avança, será importante adotar um plano claro e credível para o ajuste orçamental a médio prazo. São necessárias reformas, a fim de preparar o país para uma redução da população ativa, bem como para melhorar o desempenho da administração pública. Ainda existe margem para reforçar a sustentabilidade a longo prazo do sistema de pensões. A pandemia aumentou também os riscos financeiros no setor empresarial, e os bancos portugueses enfrentam um elevado nível de empréstimos não produtivos. O Estudo recomenda o reforço dos incentivos aos bancos para reduzirem o nível de ativos de alto risco.

No futuro, será fundamental acelerar a transição digital para adaptar a economia portuguesa ao mundo pós-pandémico e promover o crescimento da produtividade, que se tem mantido abaixo da média da OCDE, praticamente durante as duas últimas décadas, segundo refere o Estudo. Para esse efeito, será necessário ajudar as empresas na adoção de novas tecnologias, dotar a população de competências digitais e melhorar o acesso a serviços de banda larga de alta qualidade.

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