A Look at the Portuguese World

 

h facebook h twitter h pinterest

A segunda vaga da transborda invade Almada

Written by  Mafalda Simões fts Daniel Aimé, Gilles Aguilar,Alain Monot, Laurent Philippe e Alipio Padilha

A 2ª edição traz à Almada espetáculos, oficinas, performances e conversas entre 17 de fevereiro e 12 de março de 2022.

A mostra é dedicada à apresentação de propostas inovadoras de dança contemporânea, à partilha artística e à difusão de trabalhos performativos movidos pelo desejo de experimentação e de exceder fronteiras.  A Transborda reúne artistas que experimentam formas de o corpo operar e inventar mundos. Em escutas sensíveis do corpo, estes criadores transformam com as suas danças hábitos perceptivos, intensificam vitalidades, friccionam limites e transbordam em direção ao outro.
Participam na 2ª edição da mostra, Marcelo Evelin (Brasil/Holanda), Vania Vaneau (Brasil/França), Vera Mantero (Portugal), Volmir Cordeiro (Brasil/França) e Marcela Santander (Chile/França),

Nacera Belaza (Argélia/França), Bruno Brandolino (Uruguai/Portugal) e Bibi Dória (Brasil/Portugal).
Blanc de Vania Vaneau parte de rituais de transe afro-brasileiros e do movimento antropofágico para investigar um corpo formado por multiplicidades.

Em Época, Volmir Cordeiro e Marcela Santander visitam, e avivam nos seus corpos, um arquivo de questões propostas por mulheres artistas do século vinte.

Em Sur le Fil, Nacera Belaza leva o corpo a atravessar limites num equilíbrio cuidadoso em direção ao que parece aparentemente impossível, e em Le Cri explora uma espécie de movimento que parte do íntimo para a superfície, uma jornada interna, numa escuta sensível do corpo, do espaço, do vazio.

La Burla é primeiro trabalho conjunto de Bruno Brandolino e Bibi Dória, uma ficção coreográfica num presente obscuro e pós-apocalíptico onde invocações e rituais misturam o sagrado e o profano.

Além das apresentações, a Transborda propõe ações voltadas à investigação, à partilha e à qualificação artística. Barricada de Marcelo Evelin tem o formato de uma OficinaPerformance, uma prática coletiva que propõe pensar proximidade como estratégia de defesa e o estar juntos como uma posição política. O projeto tem sido realizado em diversos contextos de investigação e formação artística na Europa e na América Latina. Os laboratórios de composição/interpretação.

O Corpo Pensante com Vera Mantero e de investigação Zonas de Contato com Vania Vaneau convidam a imersões voltadas a partilha de processos e práticas. O crítico Ruy Filho mediará conversas com artistas e realizará também uma reportagem crítica na revista de artes Antro Positivo. As conversas gravadas serão disponibilizadas no website da Transborda e da Casa da Dança.

 

CALENDÁRIO


18 FEV | SEXTA | 21H00 | M/6 | 45 MIN
BLANC | VANIA VANEAU (BR/FR)
Academia Almadense - Auditório Osvaldo Azinheira

26 FEV | SÁBADO | 20H00 | M/12 | 50 MIN
BARRICADA | MARCELO EVELIN (BR/NL) oficina-performance
Casa Municipal da Juventude de Cacilhas / Ponto de Encontro

27 FEV | DOMINGO | 20H00 | M/16 | 55 MIN
ÉPOCA | VOLMIR CORDEIRO E MARCELA SANTANDER (BR/CL/FR)
Academia Almadense - Auditório Osvaldo Azinheira

4 MAR | SEXTA | 21H00 | M/12 | 90 MIN
LE CRI E SUR LE FIL | NACERA BELAZA (DG/FR)
Teatro Municipal Joaquim Benite - Sala Principal

12 MAR | SÁBADO | 20H00 | M/16 | 40 MIN
LA BURLA | BRUNO BRANDOLINO E BIBI DÓRIA (BR/UY/PT)
Casa Municipal da Juventude de Cacilhas / Ponto de Encontro

OFICINA-PERFORMANCE:
17 > 26 FEV | DAS 17H ÀS 21H
BARRICADA COM MARCELO EVELIN
Casa Municipal da Juventude de Cacilhas / Ponto de Encontro

OFICINAS:
19 E 20 FEV | DAS 11H ÀS 14H
ZONAS DE CONTATO COM VANIA VANEAU
Casa Municipal da Juventude de Cacilhas / Ponto de Encontro

23 FEV > 4 MAR | DAS 10H ÀS 16H
COMPOSIÇÃO/INTERPRETAÇÃO: O CORPO PENSANTE COM VERA MANTERO
Casa Municipal da Juventude de Cacilhas / Ponto de Encontro
ONLINE:
www.transborda.org

17 FEV > 12 MAR | CONVERSAS: ARTISTAS COM O CRÍTICO RUY FILHO

APRESENTAÇÕES

BLANC- VANIA VANEAU (BR/FR)
18 FEV 2022, sexta às 21h
Local: Academia Almadense - Auditório Osvaldo Azinheira
Preçário: Adultos - €6 | Jovens, Seniores, Grupos (+10) - €5
M/6 | Duração: 45 min.
Blanc é uma investigação sobre transe e transformação. Desdobrando camadas do corpo e do seu entorno, o trabalho vai revelando diversas faces que compõem um corpo individual.
Um corpo formado por multiplicidades, como a luz branca que é constituída por todas as outras cores. Através da mudança de peles e da figura do xamã, o corpo, atravessado por fluxos de energias e imagens, é ao mesmo tempo material e limitado e também utópico, múltiplo e infinito. Movendo-se entre camadas de um continuum que vai da realidade para a ficção, do presente para o imaginário, e do racional ao não racional.

Ficha Artística
Conceção e interpretação Vania Vaneau
Realização musical Simon Dijoud
Colaboração Jordi Galí
Iluminação Johann Maheut
Produção Cie. Arrangement ProvisoireCoprodução CCNR- Yuval Pick, Ramdam (St.Foy-les-Lyon) Apoios Les Subsistances (FR), L'Animal à la Esquena (ES), CDC Le Pacifique (FR)

Vania Vaneau - Nasceu no Brasil e vive em França. Graduada na PARTS em Bruxelas e em psicologia na Université Paris 8. Participou de criações de Wim Vandekeybus, Maguy Marin, David Zambrano, Jordi Galí, Yoann Bourgeois e Christian Rizzo. Apresentou Blanc em diversos festivais da Europa, da América do Sul e da Ásia e recebeu com esta peça o Prémio Beaumarchais-SACD (Festival Incandescences 2015). Codirige a Cia. Arrangement Provisoire em Lyon com a qual é artista associada ao Le Pacifique CDCN de Grenoble de 2016 a 2020 e ao ICI-CCN de Montpellier de 2020 a 2022.
A sua pesquisa coreográfica vincula o trabalho físico a um aspeto plástico da fabricação e manipulação de materiais, figurinos e objetos cenográficos. Vania Vaneau se interessa pelas múltiplas camadas físicas e psíquicas que compõem o corpo humano em uma relação de continuidade com o meio natural e cultural. Jogando com intensidades e contrastes, ela explora as fronteiras entre o interior e o exterior do corpo, materiais visíveis e invisíveis e cria coreografias de plasticidade sensorial e imagética.

BARRICADA - MARCELO EVELIN (BR/NL)
p a r t i l h a d a O f i c i n a - P e r f o r m a n c e
26 FEV 2022, sábado às 20h
Local: Casa Municipal da Juventude de Cacilhas - Ponto de Encontro
Preçário: Adultos - €6 | Jovens, Seniores, Grupos (+10) - €5
M/12 | Duração: 50 min.
Barricada é uma prática coletiva que propõe pensar proximidade como forma de resistência e o estar juntos como posição política. Uma figura coreográfica na qual um conjunto de corpos encadeados se articula e desarticula para marcar um momento no tempo e no espaço, questionando noções de autonomia para deslocar identidades e friccionar fronteiras.
O nome barricada refere-se às táticas populares de insurreição que surgiram no século XVI, estruturas improvisadas que são construídas como um movimento de confronto, mas também como espaço de proteção para uma determinada comunidade.
As barricadas são estruturas porosas, essencialmente coletivas, feitas de aglomeração improvisada de qualquer material, que deixam suas funcionalidades para formar um organismo único e plural.
O projeto Barricada vem sendo desenvolvido pelo coreógrafo Marcelo Evelin e a Plataforma Demolition Incorporada, desde Janeiro de 2019 nos seguintes contextos: ISAC – Instituto Superior das Artes Coreográficas – Bruxelas, Museu Reina Sofia - Centro de Estudios de Posgrado – Madrid (com a colaboração de Túlio Rosa), CND/ Camping– Paris, Universidade Shikoku Gakuin - Zentsuji, Porto Iracema das Artes – Fortaleza (BR), Residência Demolition Incorporada – Campo Arte Contemporânea – Teresina (BR), Festival NIDO – Rivera (UY).

Marcelo Evelin – Bailarino, coreógrafo e pesquisador. Vive entre Teresina e Amsterdão. Trabalha no Brasil, Japão e em vários países da Europa como artista independente a frente da Plataforma Demolition Incorporada, baseada no CAMPO, um espaço de Residência e Resistência das Artes Performáticas em Teresina, no Piauí. Seus espetáculos "De Repente Fica Tudo Preto de Gente", "Batucada" e "A Invenção da Maldade" circulam atualmente por teatros e festivais do mundo. Ensina na Escola Superior de Artes de Amsterdão desde 1999 e vem criando projetos junto a Universidades e cursos de mestrado, entre eles ISAC (Bruxelas), Museu Reina Sofia (Madrid), EXERCE (Montpellier) e CND (Paris). Em 2019 recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Piauí. Recentemente criou "Drama" (2021) para La Manufacture (Lausanne, Suíça) e "La Nuit Tombe Quand Elle Veut" (2021) em colaboração com Latifa Laabissi.

ÉPOCA- VOLMIR CORDEIRO E MARCELA SANTANDER
CORVALÁN (BR/CL/FR)
27 FEV 2022, domingo às 20h
Local: Academia Almadense - Auditório Osvaldo Azinheira
Preçário: Adultos - €6 | Jovens, Seniores, Grupos (+10) - €5
M/16 | Duração: 55 min.
“Feitas de êxtase, de prazer, de gozo, de subversão, de lascívia, de susto, de extravagância e de alegria, as danças as quais nós nos apegamos requerem uma intensa capacidade em passar de um humor a outro e a inventar imaginários insolentes. Sem deixar de lado as exigências de desarticular, desarmar e chacoalhar o corpo, cada dança trabalha no sentido de evidenciar uma emoção. Um programa de faculdades imaginárias é criado para tornar visível presenças específicas, naturezas de relação com o público variadas e modos de sentir interdependentes. Época é um estudo pontuado por danças nas quais uma certa maneira de representar o poder de gestos disformes, em cena, foi questão para mulheres artistas do século vinte. Nós começamos lendo descrições de danças feitas por suas criadoras, e recusamos todo recurso à filmes, vídeos e fotografias. Depois, transformamos livremente as descrições em partituras para danças curtas. Uma vez tornadas ficção, as partituras viram gestos incarnados e começam a criar danças autônomas dos primeiros textos que lhes predeterminaram.
Apoiando o projeto na potência da palavra e na sua capacidade intrínseca de invenção do gesto dançante, essas danças dão a ver uma história de defasagem entre os intérpretes como prolongamento de uma defasagem entre os tempos, as palavras e as sensações, o teatro e a nostalgia.
Época designa assim uma categoria qualitativa e não cronológica, na qual elementos de interpretação são postos em jogo para ativar uma história íntima e viva, quem sabe perdida ou esquecida no passado simbólico dos nossos percursos como artistas. A dança é aqui tomada como um meio bruto e direto de visitar e avivar um arquivo que não para de procurar nos nossos presentes suas vitalidades insistentes. Época investiga a magia do enigma, do mistério, da força do instante e da sua renovação assídua como fundamento do movimento performado.
Época é constituída das seguintes danças: A subversão de 1920, O susto de 1929, A extravagância de 1926, O mistério de 1996, A conquista de 2001, A vertigem de 1968, A dominação (data desconhecida), A euforia de 1925, A crença de 1965, A ressurreição de 1973, O vício de 1922, A lascívia de 1917, O gozo de 1927 e O êxtase de 1920, O transbordamento de 2015.” Volmir Cordeiro e Marcela Santander Corvalán.

Ficha Artística
Coreografia e interpretação Volmir Cordeiro e Marcela Santander Corvalán
Luz Maël Guiblin
Operação de Luz David Goualou
Figurinos Volmir Cordeiro e Marcela Santander Corvalán
Coprodução Le Quartz, Scène Nationale de Brest com o apoio de Ménagerie de Verre (Paris), Casa do Povo (São Paulo), Le CN D – Centre National de la Danse (Pantin). Agradecimentos Clarisse Chanel, Carolina Mendonça, Phelipe Janning e toda a equipa do Quartz.

Volmir Cordeiro - Doutor em dança pela Universidade Paris 8 (França). Artista-pesquisador, trabalhou com os coreógrafos Alejandro Ahmed, Lia Rodrigues, Cristina Moura, Naiá Delion, Xavier Le Roy, Laurent Pichaud & Rémy Héritier, Emmanuelle Huynh, Jocelyn Cottencin, Vera Mantero, Nadia Laura & Zeena Parkins, Latifa Lâabissi e Rodrigo García. Em 2011 realiza estudos coreográficos no Mestrado Essais – CNDC d’Angers (direção Emmanuelle Huynh). A partir de 2012 começa a realizar seus próprios projetos como coreógrafo, apresentando suas peças em diversos festivais internacionais. Ensina regularmente em escolas de formação coreográfica como no Mestrado Exerce -Montpellier, Mestrado Drama - Gent, P.A.R.T.S, La Ménagerie de Verre e CND, em Paris e Pantin. É autor do livro "Ex-Corpo" (éditions carnets), pelo CND. De 2021 a 2023, Volmir Cordeiro é artista associado a Points-Communs, Scène National de Cergy e na La Briqueterie (CDCN), em Vitry. Em 2021, recebeu o Prêmio SACD de Jovem Talento Coreográfico.

Marcela Santander Corvalán - Nasceu no Chile, formou-se na Scuola d’Arte Dramatica Paolo Grassi, em Milão e no CNDC d’Angers (direção Emmanuelle Huynh). Estudou História na Universidade de Trento e Dança na Universidade Paris 8. Trabalhou com os coreógrafos Dominique Brun, Faustin Linyekula, Julie Nioche, Ana Rita Teodoro. Colaborou com o coreógrafo Mickaël Phelippeau. Em 2014, começou a trabalhar nos seus próprios projetos. Foi artista associada do Le Quartz Scène national Brest, onde criou o dueto Época com Volmir Cordeiro em 2015, e o solo Disparue em 2016. Em 2017, desenvolveu o trabalho de MASH com a coreógrafa Annamaria Ajmone. A sua nova peça, Quietos, foi criada em Manège, Scène Nationale de Reims, em Novembro de 2019. Foi artista associada no Le Quartz, Scène Nationale de Brest de 2014 a 2017. É artista associada do centro La Manufacture CDCN.

LE CRI E SUR LE FIL - NACERA BELAZA (DG/FR)
4 MAR 2022, sexta às 21h
Local: Teatro Municipal Joaquim Benite - Sala Principal
Preçário: Adultos - €10| Jovens, Seniores, Grupos (+10) - €7.50
M/12 | Duração: 90 min.
Um programa duplo com duas peças fundamentais de Nacera Belaza, Le Cri de 2008 e Sur Le Fil de 2016. Belaza coreografa como uma espécie de inversão da lógica física e mental, desestabiliza princípios físicos e nos direciona para o que parece aparentemente impossível.
“Sensação curiosa de que esta peça deveria ter sido a primeira... Uma espécie de movimento que vai do íntimo à superfície, até o desaparecimento. Um caminho que minhas peças percorrem incansavelmente. Mas talvez esta não vá mais longe, atém-se neste lugar, contém o grito e termina com ele... Através desta peça o meu propósito artístico não se expande, ele se concentra em seu ponto de origem. Esta peça escava dentro de nós, resistindo na verticalidade, ela atrai e jorra. O grito é quando a âncora não cede. É uma ideia simples, vital e sem fim ...” Nacera Belaza Le Cri (2008, Prémio de Melhor Coreografia do Sindicato da Crítica de Dança Francesa)

Ficha Artística
Coreografia Nacera Belaza
Intérpretes Dalila Belaza, Nacera Belaza
Iluminação, Edição de som Christophe Renaud
Coprodução Rencontres Chorégraphiques Internationales de Seine-Saint-Denis, Le Forum – Blanc-Mesnil, AARC (Agência argelina para a difusão Cultural - Ministério da Cultura da Argélia), Embaixada da França na Argélia, Centre de Développement Bordéus. Chorégraphique / Biennale Nationale de Danse du Val-de-Marne, Centre Chorégraphique National de Caen – Baixa Normandia, Centre Chorégraphique National de Créteil - Val-de-Marne. Apoio DRAC Ile-de-France, Région Ile-de-France, Conseil Général de la Seine-SaintDenis, Association Beaumarchais, Culturesfrance / Ministère des Affaires Étrangères e ONDA (difusão).

SUR LE FIL
Persistindo numa lógica de introspeção pessoal que leva ao encontro do Outro, em Sur le Fil, Nacera Belaza experimenta a transcendência partilhada com as intérpretes e o público. Desde as primeiras apresentações, a sua dança, ao mesmo tempo hipnótica, minimalista e meditativa, expande o corpo ao extremo, permitindo-lhe ir além. Os espectadores, tal como as intérpretes, estarão sobre o limbo, um fio que representa o equilíbrio entre deixar cair, abandono e elevação da consciência de forma que a mente e o corpo cedam e não representem um obstáculo. “Só então, equilibrando-nos neste fio, por um tempo indefinido, aceitamos que não sabemos mais.” Nacera Belaza Sur le Fil (2016, abertura do Festival Montpellier Danse)

Ficha Artística
Coreografia: Nacera Belaza
Intérpretes: Dalila Belaza, Nacera Belaza, Aurélie Berland, Bethany Emmerson
Conceção de som e luz: Nacera Belaza
Iluminação, Edição de som: Christophe Renaud
Produção: Compagnie Nacera Belaza
Coprodução Festival Montpellier Danse, La Villette Paris, Centre Chorégraphique National de Tours / Direção Thomas Lebrun (acolhimento), Le Centre National de la Danse - Pantin (criação em residência), Moussem- Bélgica, Collectif 12- Mantes la Joliecom o suporte de la DRAC Ile de France – apoio a residência, Bozar - Palais des BeauxArts de Bruxelas, Künstlerhaus Mousonturm de Frankfurt, Alemanha. Com o suporte de Fonds Transfabrik (França-Alemanha) Apoio ao projeto, Spedidam. A Companhia é subvencionada pela Região Ile-de-France e DRAC Ile-de-France / Ministère de la Culture et de la Communication. É apoiada pelo ONDA para difusão em território francês e pelo InstitutoNacera.

Nacera Belaza nasceu na Argélia, e vive em França desde os cinco anos de idade. Após ter estudado literatura, cria sua própria companhia de dança em 1989. Ela coreografa uma jornada interna, numa escuta sensível do corpo, do espaço, do vazio. Potencializa as áreas de sombra e luz, a vertigem, a repetição, e transforma a dança num mergulho vertical introspetivo. As suas obras exploram o movimento numa respiração serena, profunda e contínua, despojando o “ruído ensurdecedor da existência”, dando ao gesto a sua utilidade existencial.
Em 2008, Belaza recebeu o Prix de la Révélation Chorégraphique de l'année du Syndicat de la Critique para a sua peça Le Cri. Foi distinguida diversas vezes, tendo recebido do Ministério da Cultura francês o título de Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres (2015) e o Prix Chorégraphe da Société des Auteurs et Compositeurs Dramatiques (2015). Seus trabalhos são regularmente apresentados na Europa, na África, na Ásia e na América do Norte. É convidada para festivais como Montpellier Danse, Rencontres Chorégraphiques Internationales de Seine-Saint-Denis, Festival d’Avignon, Bienal de la Danse de Lyon, Kunstenfestivaldesarts, Festival de Marseille, entre outros. Para além do seu trabalho na Europa e na cena internacional, fundou uma cooperativa artística na Argélia e dirigiu a programação do festival de dança contemporânea "Le Temps Dansé". Francês para difusão internacional.

LA BURLA - BRUNO BRANDOLINO E BIBI DÓRIA (BR/UY/PT)
12 MAR 2022,
sábado às 20h
Local: Casa Municipal da Juventude de Cacilhas - Ponto de Encontro
Preçário: Adultos - €6 | Jovens, Seniores, Grupos (+10) - €5
M/16| Duração: 40 min.

La Burla é uma ficção coreográfica que acompanha duas figuras situadas em uma realidade distópica. O encontro entre o sagrado e o profano tomam forma em rituais e invocações de entidades que submergem das profundezas. Santas, bruxas, videntes, diabos, monstros e heroínas atravessam o imaginário desta peça, dando voz e corpo a um variado repertório iconográfico medieval.
Esta coregrafia é o resultado da parceria entre Bruno Brandolino (UY) e Bibi Dória (BR) em colaboração com Leticia Skrycky (UY). A pesquisa desta peça mobiliza perguntas que correspondem tanto a um pensamento coreográfico quanto a um desenvolvimento ficcional. Perguntamo-nos: Quais as relações possíveis entre coreografia e ficção? Neste sentido, foram construídas práticas e procedimentos coreográficos que nos permitiram trabalhar com um repertório iconográfico específico e construir ficção a partir de sua ativação.
Este repertório reúne imagens que percorrem vários séculos de produção visual na Idade Média e discursam sobre religião, paganismo, magia, contrapondo claramente duas visões de mundo: a oficial, ditada pela Igreja, e a não oficial, ligada aos ritos pagãos e as festas populares. Em La Burla, convocamos estes corpos e sujeitos de tempos históricos distantes para reverberar em nossos corpos contemporâneos como estratégia para gerar uma ficção ambígua, fortemente expressiva e absurda.

Ficha Artística
Direção e performance Bruno Brandolino
Cocriação e performance Bibi Dória
Desenho de iluminação e espaço Leticia SkryckyFigurino Nina Botkay
Produção Executiva Carolina Goulart
Olhar ArtísticoBruno Moreno
Apoios Fundação GDA (PT) e Materiais Diversos (PT) através do programa de consultoria em produção Novos Materiais.
Apoio a Residências O Espaço do Tempo (PT), Proyecto 23 Milhas (PT), La Caldera (ES), O Rumo do Fumo (PT), Estúdios Victor Córdon (PT), Fórum Dança (PT), Escola Superior de Dança (PT), Casa da Dança de Almada (PT) e CAMPUS - Paulo Cunha e Silva (PT). Parceiro Institucional: Programa Garantir Cultura | República Portuguesa – Ministério da Cultura (PT)
Agradecimentos Gabriela Orestes, Renata Torralba, Alina Ruiz Folini, Sofia Matos, Joana Silva, Dora Carvalho, Carolina Nogueira, Miguel Pereira, Luhdy Sardinha, Tamara Catharino, Joana Penido, Luísa Jubilut, Luisina Perez, Lara Ferrari, Cathrin Jarema, Manoela Uranga, Julián Pacômio, Carolina Campos e Gisela Dória.

Bruno Brandolino - Coreógrafo e performer. Graduado pela Escola Multidisciplinar de Artes Dramáticas (EMAD) e pelo inDANS - Escola de Artes do Movimento (UY). Trabalhou como performer na Perro Rabioso da coreógrafa Tamara Cubas e GEN Danza de Andrea Arobba, em contextos latino-americanos e europeus.
Em Portugal, colaborou como performer para Sofia Dias e Vítor Roriz, Carlos Manuel Oliveira e Bruna Carvalho. Em 2019 começa a sua atividade como coreógrafo com a criação da peça "El universo no se asemeja a nada", criada no PACAP II do Fórum Dança (PT), com curadoria de Sofia Dias e Vítor Roriz, apoiado pela bolsa FEFCA do Ministério da Cultura do Uruguai, apresentada no Espaço Alkantara (PT), CDCN (FR), Festival für Darstellende Künste (DE), Cartografías #2 (PT), Centro Cultural de España (UY).

Bibi Dória - Graduada em Dança pela UNICAMP (BR). Trabalha na intersecção entre a dança, a performance e a linguagem audiovisual. Realizou seu primeiro trabalho solo no PACAP (Fórum Dança) com a curadoria de Sofia Dias e Vítor Roriz, apresentado no CDCN (FR), Festival Cartografias #2 (PT) e Festival Planalto (PT) em 2021. Em 2018, criou a obra virtual Follow Me em parceria com a coreógrafa Sofia Kauer no Espaço La Sede (AR) e realizada no Encontro Bienal (Re)Union (PT). Colaborou como atriz na peça A Menor Língua do Mundo de Alex Cassal e Paula Diogo, estreada em 2019 no Festival Materiais Diversos e atualmente colabora como performer no projeto Cobertos Pelo Céu de Gustavo Ciríaco. Em 2020 foi premiada com a Residência Dança no MIS - Museu da Imagem e do Som - São Paulo (BR) e recentemente realizou a performance nome de filme durante o programa Interferências.

OFICINA-PERFORMANCE

BARRICADA
Com MARCELO EVELIN
17 a 26 FEV 2022 (exceto dia 20 fevereiro, domingo)
Das 17h às 21h
Local: Casa Municipal da Juventude de Cacilhas - Ponto de Encontro Destinatários: Aberto a todas/os as/os interessadas/os em corpo, política e coletividade, com ou sem experiência anterior. Para pessoas maiores de 18 anos dispostas a tocar e ser tocadas exaustivamente pelo outro.
Número máximo de participantes: 30
Participação gratuita. Inscrições através do formulário disponível em:
https://www.casadadanca.pt/oficinas/ a partir de 10 de janeiro.

Barricada é uma prática coletiva que propõe pensar proximidade como forma de resistência e o estar juntos como posição política. Uma figura coreográfica na qual um conjunto de corpos encadeados se articula e desarticula para marcar um momento no tempo e no espaço, questionando noções de autonomia para deslocar identidades e friccionar fronteiras.
O nome barricada refere-se às táticas populares de insurreição que surgiram no século XVI, estruturas improvisadas que são construídas como um movimento de confronto, mas também como espaço de proteção para uma determinada comunidade.
As barricadas são estruturas porosas, essencialmente coletivas, feitas de aglomeração improvisada de qualquer material, que deixam suas funcionalidades para formar um organismo único e plural.
O projeto Barricada vem sendo desenvolvido pelo coreógrafo Marcelo Evelin e a Plataforma Demolition Incorporada, desde Janeiro de 2019 nos seguintes contextos: ISAC – Instituto Superior das Artes Coreográficas – Bruxelas, Museu Reina Sofia - Centro de Estudios de Posgrado – Madrid (com a colaboração de Túlio Rosa), CND/ Camping– Paris, UniversidadeShikoku Gakuin - Zentsuji, Porto Iracema das Artes – Fortaleza (BR), Residência Demolition Incorporada – Campo Arte Contemporânea – Teresina (BR), Festival NIDO – Rivera (UY).

 

ZONAS DE CONTATO Com VANIA VANEAU
19 e 20 FEV 2022
Das 11h às 14h
Local: Casa Municipal da Juventude de Cacilhas - Ponto de Encontro
Destinatários: Profissionais, estudantes e interessados em artes performativas com alguma
experiência em práticas corporais.
Número máximo de participantes: 20
Participação gratuita. Inscrições através do formulário disponível em:
https://www.casadadanca.pt/oficinas/ a partir de 17 de janeiro (por ordem de receção).

A oficina Zonas de Contato propõe atravessar experiências físicas e sensoriais que ativam as diferentes camadas do corpo físico e psíquico numa relação de continuidade entre o corpo e seu entorno, através do uso de materiais de diferentes formas e texturas.
Os tempos de práticas e de trocas permitirão observar particularmente as zonas de porosidade, de contorno ou fronteiriças. Zonas de contato, próximas ou distantes, que existem entre elementos visíveis e invisíveis e entre o espaço interno e externo dos corpos.
A busca do "espaço entre" permite questionar a relação do corpo humano com o não-humano e explorar os emaranhados entre perceção, movimento e imaginação.

 

COMPOSIÇÃO/INTERPRETAÇÃO

O CORPO PENSANTE Com VERA MANTERO
23 FEV a 4 MAR 2022 (exceto 26 e 27 de FEV)
Das 10h às 16h
Local: Casa Municipal da Juventude de Cacilhas - Ponto de Encontro
Destinatários: Profissionais, estudantes e interessados em artes performativas com alguma
experiência em práticas corporais.
Número máximo de participantes: 14
Taxa de inscrição: 50€. Inscrições através do formulário disponível em:
https://www.casadadanca.pt/oficinas/ a partir de 17 de janeiro (por ordem de receção).

A relaxação, o uso da voz, a escrita, a respiração e a associação livre são alguns dos meios a serem usados neste workshop por forma a chegarmos aos movimentos, ações, estruturas e desejos de composição que se encontram neste momento em nós. Exploraremos alguns deles separadamente de forma a incorporá-los mais tarde em processos de improvisação mais longos ou complexos, ou mesmo em processos de composição. Serão também importantes os estados particulares de consciência, a atenção a sinais exteriores e interiores(awareness), o uso do espaço e a exploração de objetos e materiais. Ironia e mãos vazias levar-nos-ão mais longe ainda.

Vera Mantero estudou dança clássica com Anna Mascolo e integrou o Ballet Gulbenkian entre 1984 e 1989. Tornou-se um dos nomes centrais da Nova Dança Portuguesa, tendo iniciado a sua carreira coreográfica em 1987 e mostrado o seu trabalho por toda a Europa, Argentina, Uruguai, Brasil, Canadá, Coreia do Sul, EUA e Singapura. Desde 2000 dedica-se também ao trabalho de voz, cantando repertório de vários autores e cocriando projetos de música experimental. Em 1999 a Culturgest organizou uma retrospetiva do seu trabalho até à data, intitulada "Mês de Março, Mês de Vera". Representou Portugal na 26ª Bienal de São Paulo 2004, com Comer o coração, criado em parceria com Rui Chafes. Em 2002 foi-lhe atribuído o Prémio Almada (IPAE/Ministério da Cultura) e em 2009 o Prémio Gulbenkian Arte pela sua carreira como criadora e intérprete. A relaxação, o uso da voz, a escrita, a respiração e a associação livre são alguns dos meios a serem usados neste workshop por forma a chegarmos aos movimentos, ações, estruturas e desejos de composição que se encontram neste momento em nós. Exploraremos alguns deles separadamente de forma a incorporá-los mais tarde em processos de improvisação mais longos ou complexos, ou mesmo em processos de composição. Serão também importantes os estados particulares de consciência, a atenção a sinais exteriores e interiores(awareness), o uso do espaço e a exploração de objetos e materiais. Ironia e mãos vazias levar-nos-ão mais longe ainda. Vera Mantero estudou dança clássica com Anna Mascolo e integrou o Ballet Gulbenkian entre 1984 e 1989. Tornou-se um dos nomes centrais da Nova Dança Portuguesa, tendo iniciado a sua carreira coreográfica em 1987 e mostrado o seu trabalho por toda a Europa, Argentina, Uruguai, Brasil, Canadá, Coreia do Sul, EUA e Singapura. Desde 2000 dedica-se também ao trabalho de voz, cantando repertório de vários autores e cocriando projetos de música experimental. Em 1999 a Culturgest organizou uma retrospetiva do seu trabalho até à data, intitulada "Mês de Março, Mês de Vera". Representou Portugal na 26ª Bienal de São Paulo 2004, com Comer o coração, criado em parceria com Rui Chafes. Em 2002 foi-lhe atribuído o Prémio Almada (IPAE/Ministério da Cultura) e em 2009 o Prémio Gulbenkian Arte pela sua carreira como criadora e intérprete.

Leave a comment

Make sure you enter the (*) required information where indicated. HTML code is not allowed.

FaLang translation system by Faboba

Podcast

 

 

 

 

Eventos