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Chatroulette 8.3

Written by  Mafalda Simões ft Miguel F.

A performance de Inês Garrido, estreia a 7 de Dezembro, no CAL, Primeiros Sintomas em Lisboa, seguirá para o Porto a 8 e 9 de Dezembro, no Ermo do Caos. Uma performance de Inês Garrido em tempo real com um desconhecido no Chatroulette.

“Os papéis masculinos e femininos não são fixados biologicamente, mas construídos socialmente”. Segundo, Judith Butler, in “Problemas de Género”.
Partindo de um ponto de vista em que, a desigualdade de género é alicerçada nas estruturas e jogos de poder provenientes de construções histórico-sociais, propõe-se criar um dispositivo performático de experiência social, que permita observar e investigar comportamentos de género em tempo real. Assim, o suporte escolhido é uma plataforma videochat aleatório como o chatroulette, onde mais de 90% dos utilizadores são homens e, onde a performer se encontrará digitalmente com uma pessoa aleatória que será o actor/contra-cena desta experiência social. Num dispositivo que é monitorizado pelo público em formato de jogo tecnológico, propõe-se ao público que dê ordens anónimas via sala de chat à performer, a qual seguirá sem reservas as ordens que lhe forem impostas.
A facilidade em carregar no botão “next” do chatroulette, não nos sendo possível voltar a cruzar com a pessoa anterior, e o anonimato proposto ao público - as ordens que os mesmos dão estão salvaguardadas por entradas anónimas numa outra sala de chat ao qual performer e público estão ligados-, conferem uma liberdade comportamental à experiência chatroulette. Daqui, resulta um lugar de honestidade crua e bruta que se torna o suporte inusitado para pensar sobre o lugar do género feminino sem filtros de discurso, crença ou educação.
É no lugar do discurso da actriz e não nas suas acções, que reside a sua liberdade: ela pergunta à sua contra-cena como é que vê o género feminino: se é casado/a, se tem filhas, o que é que faria a uma mulher se pudesse, se trabalha num sítio com igualdade monetária e de género, se vê diferenças entre géneros e quais. Pretende-se assim que a actriz abdique do seu anonimato e liberdade para questionar a simetria, privacidade, perversão e pressão de pares presentes nos jogos de poder entre géneros. Pretende-se também deixar à responsabilidade do público a gestão do que a performer faz em cena, assim como do decurso do que acontece.
Coexistem então vários planos: o plano do diálogo entre a performer e a sua contra-cena digital sobre o lugar do género feminino; o plano em que o público dá ordens de qualquer tipo de cariz à performer, que a mesma terá de seguir sem reservas, que interrompe o primeiro plano e, um plano terciário entre observador e observado - a actriz observa a contra-cena que a observa a si, o público observa a actriz e a sua contra-cena, mas só é observado por outros membros do público. Esta performance / objecto de observação social é feita em português e inglês.

Sinopse
Nesta performance é obrigatório o uso de telemóveis smartphone. Isto é um jogo em tempo real. Se decidires jogar, faço tudo o que quiseres. A minha voz é uma voz feminina. Há diferença?
Num dispositivo tecnológico, propõe-se um caminho que encontre performance e experiência social. Se se partir de um ponto de vista em que a desigualdade de género é alicerçada em estruturas de poder histórico-sociais, que pequenos comportamentos quotidianos fazem a manutenção dessa desigualdade?
Cria-se assim um jogo numa plataforma de videochat, onde se propõe um role play de pequenos poderes em tempo real: há alguém que comanda, há alguém que segue ordens e há alguém que é observado.
Nos dias de hoje, qual é a pertinência de posições políticas no meio de infindáveis scrolls?

Entrada Gratuita mediante reserva para reservas.chat@gmail.com
Nesta performance é obrigatório o uso de telemóveis. M/18*40'

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