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Cortes de júpiter

Written by  Mafalda Simões ft Rute Soares

A propósito dos 500 anos das Cortes de Júpiter, o Centro Cultural de Belém (CCB), apresenta no pequeno auditório, em Lisboa, nos dias 5 e 6 de fevereiro, a adaptação de uma tragicomédia de Gil Vicente, pelo encenador Ricardo Neves-Neves.

Para esta reconstrução, fomos buscar ao mundo do jazz o compositor e pianista Filipe Raposo, que terá como missão dar uma estrutura de ópera à peça e à música de Gil Vicente. Com a participação do ensemble La Nave Va e direção musical de António Carrilho. Participa ainda o Alma Ensemble, com coordenação vocal de Filipa Palhares. Esta é a primeira obra a sair do Laboratório de Ópera Portuguesa, criado pelo CCB em parceria com o CESEM e a APARM.

Laboratório de Ópera Portuguesa
A criação de um laboratório de ópera portuguesa especialmente vocacionado para a recuperação de obras escritas por compositores portugueses ou residentes em Portugal é um sonho antigo que começa agora a ganhar contornos concretos.
Efetivamente, há muito que sentíamos a necessidade da criação de uma estrutura que potencializasse a apresentação obras oriundas da produção dramática que tantos investigadores têm retirado, ao longo dos anos, das profundezas dos inúmeros arquivos e bibliotecas nacionais e estrangeiras, com o objetivo máximo de aproximar o grande público da produção dramática musical que encheu os palácios, casas senhoriais e teatros do nosso país ao longo dos séculos.
Para além de um trabalho de recuperação historicamente informada, o Laboratório de Ópera Portuguesa prossegue um outro e incontornável objetivo, considerando que o género operático não é apenas um género musical, mas acima de tudo, um género teatral, pretendemos assumir a estrutura como um fórum de desenvolvimento de um trabalho profundo, no âmbito do qual as exigências técnicas vocais de cada obra não se sobreponham à dramaticidade do discurso global, permitindo às novas gerações de cantores desenvolver aptidões dramáticas ainda hoje relativamente subdesenvolvidas.
                                                                                                                                                                                                                                                                                  Jenny Silvestre

 

Sinopse das Cortes de Júpiter
Garcia de Resende, testemunha presencial da representação das Cortes de Júpiter, avança com o dia 4 de agosto de 1521, domingo, como a data de apresentação da obra na corte de D. Manuel I.
Trata-se de uma tragicomédia idealizada para o casamento e partida da Infanta D. Beatriz para Sabóia, à razão do seu casamento com o duque daquela cidade.
Nesta obra vicentina, a última a ser apresentada ainda em vida de «o venturoso», que faleceria no mesmo ano, a Providência, incumbida por Deus, ordena a Júpiter, rei dos elementos, que faça concertar bons planetas e signos para a viagem ao longo do Atlântico, pelo estreito de Gibraltar e Mediterrâneo, até Sabóia.
O mar, os ventos, o Sol (Febo) e a Lua (Diana) são informados da empreitada. Os diferentes elementos da Corte, que partiram num pomposo cortejo encabeçado pelo próprio Rei, seguido pela Rainha, o Príncipe e os Infantes, em direção à Sé e, de lá, para a casa da Rainha viúva, D. Leonor, para dela se despedirem, acompanham a frota de D. Beatriz até à foz do Tejo, nadando, metamorfoseados em peixes, umas vinte léguas, até ouvirem do mar alto o canto ameaçador de trinta mil sereias. Perante a ameaça, Marte é chamado e recebe a ordem de proteger a esplendorosa armada de dezoito naus.
Como amigo e admirador dos feitos portugueses, Marte recita louvores entusiastas a Portugal. No fim, uma Moura encantada, evocada aos sons de um romance, traz e entrega à Duquesa de Sabóia prendas de condão, um anel, um dedal e um terçado.

FICHA ARTÍSTICA
Coordenação artística e musicológica do Laboratório de Ópera Portuguesa
Jenny Silvestre
Coordenação científica do Laboratório de Ópera Portuguesa
Luísa Cymbron (CESEM/ FCSH)
Encenação e adaptação dramatúrgica
Ricardo Neves-Neves
Composição de música nova Filipe Raposo
Ensemble La Nave Va
Catarina Bastos (Violino), Gabriela Barros (Viola), Joana Tavares (Viola), César Gonçalves (Violoncelo), Duncan Fox (Contrabaixo), António Carrilho (Flautas de bisel), Gonçalo Freire (Flautas de bisel), Stephan Mason (Trompete), Armando Martins (Trompa), Richard Buckley (Percussão), Helena Raposo (Alude, vihuela, tiorba), Hélder Rodrigues (Trombone) e Jenny Silvestre (Cravo)
Direção Musical António Carrilho
Solistas Alma Ensemble
Isabel Fernandes, Liliana Sebastião, Rita Filipe, Teresa Projecto, Frederico Projecto, João Barros, Tiago Amado Gomes e Tiago Mota.
Coordenação vocal do Alma Ensemble
Filipa Palhares
Coordenação da recuperação histórica musical
Nuno Raimundo (CESEM/FCSH)
Correpetição Jenny Silvestre
Cenografia José Manuel Castanheira
Assistente de Cenografia António Muralha
Figurinos Rafaela Mapril
Assistente de Figurinos Patrícia Margarida Silva
Confeção Lígia Garrido e Helena Jardim
Caracterização e Cabelos Cidália Espadinha
Assistentes de Caracterização Marcos Santos, Catarina Félix e Emma Louise.
Desenho de luz José Álvaro Correia
Vídeo Rute Soares
Sonoplastia Sérgio Delgado
Assistentes de encenação e apoio à cena
André Magalhães, António Ignês, Juliana Campos e Rita Carolina Silva
Produção TdE Andreia Alexandre
Produção Executiva TdE Adriana Gonçalves
Assistente estagiária de Produção Eliana Lima
Produção Culturproject Nuno Pratas
Coprodução Centro Cultural de Belém, Cineteatro Louletano, Academia Portuguesa de Artes Musicais, Teatro do Eléctrico e Culturproject

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