
É uma expedição que pretende preservar a biodiversidade de uma pequena ilha de Cabo Verde, para ajudar basta contribuir.
A campanha tem por objectivo angariar o montante que cubra as despesas de deslocação e de logística envolvidas na produção de um documentário de natureza, centrado na biodiversidade do arquipélago de Cabo Verde e em particular, na Calhandra do Raso. O objectivo é exibir o documentário em festivais e possivelmente na televisão e na internet como forma de alerta para a preservação da biodiversidade desta pequena ilha, realçar a beleza deste arquipélago e a importância do trabalho de conservação que aqui está a ser levado a cabo. O trabalho de campo está ser desenvolvido por uma ONG local, a Biosfera 1, em colaboração com a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e a Royal Society for the Protection of Birds (RSPB) para estudar os factores limitantes da população e a melhor forma de remover os gatos de Santa Luzia. Isto permitirá o regresso da calhandra do Raso, aumentando significativamente as probabilidades de sobrevivência desta espécie tão rara e localizada.
Cabo Verde é um país situado no Atlântico a 570 quilómetros da costa Africana composto por 10 ilhas e 5 ilhéus. Das 36 espécies de aves que aqui se reproduzem, 14 são formas endémicas. Naturalmente, enquanto arquipélago oceânico, alberga várias colónias importantes de aves marinhas que explicam em parte por que razão foram aqui classificadas 12 áreas de importância internacional para a conservação das aves. No entanto, o foco deste projecto é um pássaro único, a Calhandra do Raso, assim baptizado em virtude de actualmente apenas existir no Ilhéu com o mesmo nome.
A ilha do Raso apesar de apenas cerca de metade da área desta pequena e árida ilha de 7km2 constituir habitat adequado, este é actualmente o único reduto da Calhanda do Raso. Como uma área de distribuição tão restrita acarreta um elevado risco de extinção, os investigadores voltam-se agora para a possibilidade de reintroduzir estas aves na ilha vizinha de Santa Luzia e assim aumentar as probabilidades de sobrevivência desta espécie. Para contribuir basta aceder ao site que se encontra em baixo.
http://www.indiegogo.com/projects/film-expedition-to-cabo-verde?c=home
É o novo comentador político da RTP1.
Já aqui abordei a questão dos comentadores da actualidade nacional nos canais de televisão portugueses, mas para aqueles que ainda não sabem, sempre me causou confusão que as personalidades escolhidas pelas estações, com direito a horário nobre, sejam precisamente políticos, embora todos os visados nunca se cansem de repetir e voltem a sublinhar que estão fora da cena política. Só acredita mesmo quem quer. Eu não, sinto muito. Todos de forma simulada ou não, com mais ou menos capas de livros, fazem política e de comentadores isentos e credíveis não tem absolutamente nada. O caso da contratação de José Sócrates é no mínimo uma bizarria dupla! Como se entende que a direcção de um canal público contrate alguém que tentou em mais do que uma ocasião e de forma conflituosa controlar a comunicação social, com particular ênfase nas notícias que punham em cheque a imagem do governo que liderava na altura? Isto sem falar da célebre entrevista com a Judite de Sousa em que encolerizado confrontou a jornalista, porque achou uma questão pouco apropriada. E como se não bastasse, aprovou leis que limitaram precisamente o exercício do jornalismo livre no nosso país? Eu fiz questão de não ver a lamentável actuação do "futuro primeiro-ministro de Portugal", que já não duvido nada venha a ser novamente eleito, tendo em conta que após dois anos de autoexílio luxuoso, o senhor voltou como um filho prodigo que regressa a casa e foi perdoado. Por quem não sei, mas lamento que isto aconteça no nosso país. De novo.

É um projecto a várias mãos inspirado nas imagens de Pedro Costa.
É a primeira vez que abordo um e-book por um bom motivo, a qualidade da sua escrita e as magnificas imagens. "Paralelos" é um projecto de Alberto Silva que como o próprio sublinha no prefácio apenas surgiu e cujo fio condutor para os quatro escritores são as fotografias de Pedro Costa. Desde logo a primeira imagem a branco e preto deste livro teve em mim um impacto brutal, não consegui tirar os olhos dessa paisagem árida de humanidade, mas plena de força natural, latejante, intensa e selvagem. Alguns dos textos são sedutores, abordam vários estágios da morte, vários pontos da alma sob a forma de versos, de prosa, ou apenas frases. É uma publicação que foge do habitual, não é de difícil leitura, mas dá muito que pensar. Mesmo sem o toque do virar a página, trata-se de uma pequena e singela obra com textura, como? Deixo ao vosso critério. Espero que vos surpreenda, como a mim, acho que não é um livro pretensioso e já li coisas com muito menos qualidade que só serviam para desperdiçar papel, o que não é o caso. Descubram por vocês mesmos. Boa leitura.
https://www.dropbox.com/s/7o7a7x5gd4vm6gq/Paralelos.pdf

Sarah linhares é uma jovem cantora que aposta em novas dialéticas musicais que reflectem modernos universos sonoros. Um rumo, para esta jovem canadiana descendente de madeirenses, que encara com muita jovialidade e confiança no futuro, tal qual sua música.
O teu primeiro trabalho discográfico "pura vida" surgiu de uma viagem até a Venezuela. Porquê este país?
Sarah Linhares: Fui até a Venezuela, porque trabalhei com o meu antigo namorado. Eu sempre gostei da música sul-americana, os ritmos latinos, o samba e tive essa oportunidade de trabalhar com músicos oriundos desse país.
O álbum só surgiu nessa altura ou já tinhas essa ideia quando partistes do Canada?
SL: Eu trabalhei num disco de música venezuelana, que foi gravado lá e que acabou por não sair, porque havia muitas diferenças artísticas. Dessa experiência surgiu o "pura vida" que é uma única faixa, porque ao início eu não sabia como podia trabalhar em termos musicais. Nesse projecto conjunto eu tive ao meu dispor uma série de músicos e quando a relação acabou não sabia como fazer músicas novas. Comecei então a procurar outras pessoas, com quem gostei de trabalhar e perguntei-lhe se podíamos fazer música juntos e o resultado é "mesages from the future".
Então o que pudestes retirar desta experiência foi essencial para criar este teu primeiro álbum?
SL: Sim, tem algumas influências, mas este trabalho é mais urbano.
Tu apelidas este estilo de future soul, porquê?
SL: Sim, porque eu penso que tem sons do espaço e gosto do conceito de futuro associado à música e o soul embora não seja o meu estilo musical, porque é uma sonoridade mais velha. Eu pensei em idealizar novos sons a partir do electrónico e misturei ainda r&b. Acho que é diferente.

Mais um filme de Vicente Alves do Ó sobre as mulheres e as suas idiossincrasias.
O realizador Vicente Alves do Ó gosta de mulheres, mais gosta de actrizes, gosta de criar personalidades complexas com várias camadas que vão sendo descascadas plano a plano, cena a cena e na minha opinião não há nada de errado nisso. Estes "15 pontos na alma" souberam-me a pouco, queria mais imagens, não me cansei de olhar para a beleza estilizada de Rita Loureiro, de como a luz incidia no seu pálido rosto, a fotografia cuidada de Luís Barquinho e o guarda-roupa maravilhoso, como nunca vi em outros filmes portugueses, basta dizer que o responsável deste feito só podia ter sido o Paulo Gomes. É um delírio visual, uma silhueta que me remeteu de imediato para a Kim Novak, a deusa fria. O argumento possui silêncios bem geridos. Quase dispensava diálogos. O decor é simplesmente um luxo, um espaço que deveras me surpreendeu foi o camaleónico loft, se não soubesse diria que nunca foi habitado por um homem, é eclético quase minimal, ao mesmo atraente e com muita personalidade. A banda sonora de Pedro Janela a meu ver captou a natureza enigmática da personagem Simone e da sua fuga da realidade, do sonho que nunca foi e se ainda não o viu, deguste-o como um bom vinho. Bom cinema!

Os imperfeitos surgiram um dia espontaneamente e transformaram-se num fenómeno de popularidade. São bonecos que ganham as características das pessoas que os possuem, uma inovação do atelier inelo de dois jovens designers portugueses que apostam na diferença aliada a uma certa artesanalidade.
Como é que a dupla inelo começou? Já que é a junção dos vossos nomes.
Inês Freitas: Somos namorados e os dois designers. Ele trabalhava num atelier e eu noutro. Mas, decidimos juntar-nos num só.
Juntaram-se porque tinhas ideias e conceitos muito similares é isso?
IF: Sim.
Gonçalo Martins: Em termos de design gráfico tínhamos um gosto idêntico.
Conheceram-se na faculdade é isso?
GM: Não, temos ainda uma pequena diferença de idade.
IF: Eu ainda estudava quando o conheci. Ele já era designer. Foi através da fotografia que nos conhecemos, por gostar do trabalho um do outro.
GM: Tínhamos ambos uma mini galeria no site "olhares" e começámos a comentar as imagens um do outro. E acabámos por conhecer-nos. (risos)
IF: Como apreciávamos o mesmo tipo de fotos, houve um dia em que tinha que fazer um trabalho fora de horas e ele ajudou e aí chegámos a conclusão que os dois fazíamos uma excelente equipa. Funcionávamos bastante bem.
Então como é que aparecem os imperfeitos?
IF: Foi a partir de projectos que inventávamos, não era para ninguém em especial. Surgiram dessa brincadeira. Eu sempre gostei de costura. E uma vez o Gonçalo fez um boneco gráfico e lembrei-me de passa-lo para o real, os dois vimos que o resultado era engraçado e as pessoas começaram a comentar, porque não os comercializávamos.
GM: Ao princípio foi só uma ideia que estávamos a extravasar em casa e depois começámos a encara-la do ponto de vista comercial. A nossa ideia nunca foi criar um negócio em torno disso.
IF: Depois as pessoas começaram a pedir um boneco e daí à personalização foi um passo, porque fazer um igual para todos pode-se comprar numa loja. Queríamos fazer algo mais original e fora do normal e o que começámos a fazer é que quando recebíamos uma encomenda personalizamos à imagem da pessoa.

Foi criado um site com o objectivo de ajudar na deteção e classificação de espécies invasoras nas nossas florestas.
Em Portugal existe um elevado número de espécies invasoras, e "apesar dos aspetos positivos que terão justificado, por vezes, a introdução destas plantas, estas são responsáveis por muitos impactes negativos, muitas vezes de difícil e dispendiosa resolução e, em alguns casos, irreversíveis". Segundo dados veiculados pela página "invasoras" actualmente existem cerca de 678 espécies que foram introduzidas pelo homem casualmente ou não no território nacional. Nos arquipélagos dos Açores e da Madeira os números também são impressionantes, respectivamente 1000 e 430 plantas vasculares que estão presentes em terrenos agrícolas, jardins e nas florestas locais. "Invasoras" pretende ser uma plataforma de aprendizagem online com "perfis completos das espécies consideradas invasoras no território nacional, e fornece ferramentas e informação que se pretendem úteis para quem lida com este problema, sejam gestores de áreas com problemas de invasão, membros da comunidade científica ou outros interessados pelo tema". A página permite ainda, submeter fichas de avistamentos, ou seja, ficheiros com informação das plantas invasoras já existentes ou novas espécies que venham a ser detectadas pelas pessoas que as consultam, um mapeamento pessoal e colectivo que poderá vir a ser útil quer aos cientistas, quer aos privados. Este projecto surge na "sequência das tarefas de divulgação dos projetos Invader e Invader II, pioneiros sobre a problemática das plantas invasoras em Portugal, e do projeto Ciência Viva "Divulgação sobre Espécies de Plantas Invasoras em Portugal" e teve ainda a ajuda preciosa dos "investigadores da Escola Superior Agrária de Coimbra e do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, que desenvolveram investigação na área das invasões biológicas".
*(plantas invasoras não identificadas)

A Junta de Freguesia de Machico é actualmente um dos locais mas emblemáticos para o conhecimento da arqueologia da expansão em Portugal, pela sua riqueza em termos de espólio histórico que agora foi tornado a público, pelo descobrimento das ossadas de uma das primeiras povoadoras da ilha. Um achado de grande importância em termos de antropologia biológica, que nos é explicado, pelo biólogo do Centro Estudos Além Mar, Rafael Nunes. Afinal quem era esta mulher, apelidada de Ana D'Arfet?
Qual é a importância deste achado?
Rafael Nunes: É muito importante porque se acreditam que estes restos mortais mais antigos datados até o momento da Região Autónoma da Madeira. Pelos dados arqueológicos estes achados datam do século XV, que a par com uns vestígios também encontrados na rua da carreira, no Funchal, tornam-nos nos mais antigos, ou seja, remontam ao tempo dos descobridores da ilha. Poderá ser o indício de um primeiro povoamento proveniente do continente, a primeira geração.
Não confirma a lenda de Machim e de Ana D'Arfet?
RN: Não, a lenda surge no imaginário madeirense e é intrínseca na mente das populações de Machico, mas não passa disso, uma lenda. Não se pode especular que este seja um achado que confirme essa história, por dois motivos, alegadamente Ana D'Arfet foi sepultada em Machico e estes ossos não e supostamente os jovens amantes chegaram a ilha no século XII e estes vestígios são do século XV. Esta é apenas uma analogia a suposta dama que chegou primeiro a esta ilha.
Qual foi o seu contributo?
RN: Depois ter havido uma escavação onde foram encontrados dados arqueológicos tanto de animais como humanos, estivemos a preparar e estudar os vestígios que agora estão em exposição. Maioritariamente a fazer anatomia comparada, relacionámos as ossadas com o modelo anatómico e estudamos os fragmentos que ali estão, os tarsos, os metatarsos e as falanges.
E o maxilar?
RN: Sim, o maxilar e a mandibula são os vestígios mais importantes, porque dum fragmento tão pequeno conseguimos retirar a maior parte da informação possível. Nomeadamente, conseguimos determinar o sexo, através da sua morfologia conseguimos descortinar que era feminino, determinámos a idade, pelo desgaste do dente, aproximada de 35 anos idade. Conseguimos também determinar algumas doenças, a mais relevante é a hipoplasia do esmalte dentário, é uma doença que ocorre devido a uma carência nutritiva durante o desenvolvimento do dente, estes dados podem ajudar a compreender o seu estrato social. Uma pessoa que tem este tipo de desordem odontológico normalmente provém de um grupo socioeconómico mais baixo, mais pobre.

O concerto do osso vaidoso terá lugar, dia 16, pelas 22 horas, na sede do grupo musical de Mragaia.
"Depois de alguns anos em que cada um para seu lado colaborava em projectos variados de música, teatro, bailado performance", "osso vaidoso" é o mais recente encontro de dois músicos: Alexandre Soares que foi a guitarra mestra na formação inicial dos GNR e Ana Deus, com a qual deu corpo e alma aos famosos "três tristes tigres"
O primeiro disco desta dupla, "Animal", foi considerado um dos melhores álbuns portugueses de 2011, trabalho minimalista e essencial, feito a uma voz e guitarra com arranjos electrónicos.
As canções deste albúm percorreram vários palcos antes de serem gravadas e o mesmo acontece com os temas do novo disco, ainda por lançar, mas que procuram junto do público a destreza e a forma que os tornará mais "crescidos".Continuam a "dar voz aos nervos" e a poetas como Ernesto Melo e Castro, Valter Hugo Mãe, Alberto Pimenta e Regina Guimarães, mas ainda como eles dizem, "bom português falado-cantado-gritado e com guitarras provavelmente improváveis apresentam o seu osso com vaidade".

É uma obra, que resulta do levantamento arqueológico e científico da fortificação levado a cabo entre 2005-2006. Trata-se das conclusões de estudo que reúne um conjunto de textos dos investigadores Élvio Sousa, Rafael Nunes e Brian Philp.
Este livro baseia-se nas descobertas do forte de São José. A que conclusões chegaram?
Élvio Sousa: O forte foi construído no século XVIII e não antes como se alegava, entre o século XV e XVI era um rochedo, podia ser uma zona de desembarque, mas era apenas isso. A sua construção teve início na segunda metade do século XV, daí que aparece o nome do rei que estava no poder, Dom José. Foi na altura do marquês de Pombal. Ele foi construído para ajudar na defesa do Funchal e mostra quão importante foi a influência inglesa. Foi o quartel britânico durante a ocupação da ilha e encontrámos coisas extraordinárias, desde objectos de metal usados pela armada inglesa, espadas, balas de mosquetes, componentes de Brown Bess, uma arma utilizada nas guerras napoleónicas. Muitos objectos de olaria do século XVII, uma oficina osso, de fabrico botões com esse material. É um estudo que procura conhecer a ocupação do espaço no período compreendido entre de 1750 até a actualidade.
E que mais elações puderam retirar desse estudo?
ES: O Forte de São José é a única fortificação do Funchal a ter sido escavada até o momento. E mostra ainda a importância da arqueologia para o conhecimento do quotidiano, neste caso até o século XIX. São artefectos muito curiosos.
Quanto à questão de se tratar de um território independente?
ES: É uma questão jurídica complicada. Aquilo era um ilhéu que pertencia ao território do arquipélago, no entanto, trata-se de um tema polémico.
Foram achados vestígios de ossadas?
ES: Foram encontrados ossos de animais e o Rafael Nunes estudou as técnicas de corte. O Brian Philp debruçou-se sobre o levantamento das estruturas.
Durante quanto tempo durou a ocupação do ilhéu pelos ingleses?
ES: Não sei precisar a data, mas creio que foi até 1820.
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