É um programa de sátira política animado. Um projecto arriscado, mas de grande qualidade.
É uma aposta muito sui generis na programação do canal público, numa altura em que se debate a privatização da RTP, trata-se de uma série inovadora e na minha opinião de grande qualidade. É uma tira animada para um público mais adulto intercalado com imagens reais. É muito engraçado. As personagens são os estereótipos mais portugueses que se conhece e só podiam habitar o espaço de uma tradicional tasca, onde o assunto do dia, muda consoante os temas da actualidade, misturados sempre com as preferências clubistas, como não poderia deixar de ser. Neste momento, está a decorrer uma votação que termina já no dia 9 de Setembro, para saber quem é o grande líder deste inusitado e divertido café que fala a brincar sobre temas muito sérios. Uma série a não perder, no canal ainda público.
É um programa cultural emitido pela RTP e apresentado por Paula Moura Pinheiro.
Câmara clara aborda várias vertentes literárias e artísticas que acontecem um pouco por todo o país. Embora, no seu formato actual, haja pequenos blocos que veiculam sugestões para cada dia da semana, o programa principal, chamemos-lhe assim, assenta num conceito já revisitado que ganha forma com a jornalista Paula Moura Pinheiro. A forma como conduz o programa e a dialéctica que se estabelece com os convidados é muito eficaz e interessante, aliás ela é uma das melhores entrevistadoras do panorama televisivo, na minha opinião. Não é só pela sua telegenia, é pelo facto de estar bem preparada para as entrevistas e nunca deixar esmorecer a conversa, são estes factores que a tornam numa das melhores profissionais desta área. Direi mesmo que Câmara Clara é um programa de referência. Pela sua qualidade, rigor e pela panóplia de sugestões literárias, musicais e mesmo culturais que veiculam diariamente. As reportagens são um complemento que é de louvar também, porque embora sejam curtos registos, informam e são bem inseridos no todo. O genérico é muito interessante e até o cenário actual é muito apelativo, sendo iluminado apenas no centro nefrálgico do programa, a apresentadora e os seus convidados. A produção está de parabéns e nós também merecemos um programa assim.
É um programa semanal da RTP com o objectivo de divulgar o top de vendas nacionais.
Apresentado por Francisco Mendes e Isabel Figueira, este programa devia ser cancelado. O formato esta mais que gasto e não tem interesse. A única mais valia é as bandas portuguesas convidadas, mas mesmo estas tocam no final, lamentável. Todo o formato deveria ser reequacionando. É aborrecido. A tabela de vendas, que inclui os discos infantis, é constrangedora para dizer mínimo. Existe algo de surreal ao ver e ouvir Camané, seguido da canção dos patinhos. Terrível! Entendo que existe um mercado de música para os mais novos, mas deveriam ter um programa á parte. Programação juvenil? Já ouviram falar do conceito? Uma ideia ainda remota no canal público, que merecia alguma reflexão devido as suas potencialidades inerentes. Os apresentadores cumprem, sorriem muito e mais nada. Não prejudicam, mas também não acrescentam nada. Deveria haver um programa sério sobre música que inclui-se o top nacional de vendas, mas nunca centrado nele. Termino dizendo, fora da emissão com o top +.
É um programa da autoria do jornalista José Serra, para a RTP Açores, que aborda vários temas relacionados com o mar.
Este programa apenas é transmitido nos Açores, mas deveria ter um impacto nacional. Infelizmente, a direcção do canal público, raramente aproveita a oportunidade de mostrar o que de melhor se faz em televisão, também nas ilhas. É serviço público por excelência, porque mostra diferentes realidades de um território, mas desta feita numa vertente mais ambiental. Deveriam apostar mais na prata da casa, ao invés de comprar e emitir os mesmos programas sobre vida selvagem. Mar á vista é esse tipo de exemplos. O autor e jornalista José Serra, com o apoio do biológo Filipe Porteiro, aborda vários temas relacionados com a fauna aquática que abunda nas águas atlânticas das nove ilhas açoreanas. São seis documentários com cerca de 30 minutos que ao meu ver são de grande qualidade informativa. Primeiro, porque há um grande rigor cientifico que confere grande credibilidade ao programa. Outro aspecto a ter em consideração, são as imagens, algumas inéditas dos fundos marinhos que circundam as ilhas e de santuários para a vida animal, nomeadamente as aves. A forma como o programa aborda os temas tem um ritmo muito interessante, já que ouvimos as opiniões de especialista e dos pescadores,que como não poderiam deixar de ser, são fontes importantes de conhecimentos sobre as várias especieis que habitam estas áreas de grande profundidades maritimas. Interessante mesmo, foi o programa sobre os tubarões brancos nos Açores, cujo link se encontra no final deste texto e que vale a ver.
É um documentário, chamemos-lhe assim sobre as características mais irritantes dos portugueses
É um programa de humor muito ao gosto nacional protagonizado pelos comediantes João Paulo Rodrigues e António Barreto. É segundo a produção, um estudo sociológico sem qualquer credibilidade científica que traça o perfil dos portugueses. São paródias muito divertidas e bem estruturadas e nisso sou suspeita, porque sempre gostei do trabalho desta dupla. O formato tem muita graça, em cada episódio é abordado um tema que é apresentado pelo Eládio Clímaco e todos os sketches visam essa temática. É um programa que merecia algum respeito, porque mais uma vez, a RTP o transmite um pouco ao calhas. Não sabemos ao certo em que dia vai para o ar, o que é uma pena. O trabalho destes humoristas tem sido consistente em termos de qualidade e dos próprios “bonecos” que criam e que se reflectem neste Portugal tal&qual, até o título está adequado a este retrato social muito especial.
Um programa de humor que “joga” com os preconceitos dos portugueses. A não perder.
A SIC radical tem um mérito que é a aposta numa programação ousada, com novas caras, em particular na comédia muito no limite. Quase ao roçar ao mau gosto, sem o ser. O programa preto no branco, de Rui Sinel é disso exemplo. É o humor negro por excelência, tão negro que tanto o apresentador, como o realizador se vestem quase sempre de preto. Ele joga com os estereótipos e os preconceitos que fazem parte da sociedade de uma forma muito bem conseguida. Este humorista escreve sketches humorísticos com temas controversos, como em um dos episódios em que “goza” com uma pessoa deficiente, ou quando decidi saltar o muro de um cemitério e fazer comédia nesse espaço. E aí ele questiona o telespectador, porque não? Porque não fazer rir num local tão sério? É um risco, a fronteira é muito difusa entre o ter graça e fazer a piada de muito mau gosto, mas a comédia é um terreno profícuo para este tipo de dilemas. Gosto do programa. Muito até. A forma como a câmara é utilizada, a tiracolo confere-lhe ainda mais o tal estilo radical que fez a fama deste canal de televisão. Faz-me lembrar o Lars von Tries, que filma dessa forma. Mesmo na escolha de alguns dos temas, o programa sobre os deficientes, remete-nos para os idiotas do cineasta dinamarquês, embora não seja uma cópia, pode ter havido essa influência. No geral, o programa é muito bom, mas não é para qualquer tipo de público, mas isso nem se questiona.
É um programa da RTP que efectua um périplo pelo país, com o objectivo de mostrar o que de melhor se faz nessas localidades.
Já referi aqui no passado a importância da utilização dos recursos técnicos deste canal, em termos de serviço público. Este programa que preenche o inicio das tardes, cumpre esse papel. Ao longo de várias horas de emissão, o verão total procura mostrar a gastronomia local, neste âmbito, é necessário realçar a rubrica, as sete maravilhas gastronómicas, que alguma celeuma tem levantado, devido à escolha de alguns dos finalistas. Típica problemática à portuguesa. A música portuguesa é outra das apostas, sem esquecer o lote de entrevistados que de alguma forma promovem as suas localidades. Os apresentadores são uma mais-valia nesta emissão, em particular, Tânia Ribas de Oliveira que é uma das meninas queridas do público português. Os restantes são excelentes profissionais que cumprem com rigor o que o programa exige. As audiências, mais uma vez, são em grosso modo, uma franja da população feminina, com uma facha etária acima dos 40 anos, que aprecia este género de emissões em directo.
É um reality show da TVI que supostamente coloca os “concorrentes” a viver e trabalhar numa tribo africana.
O que posso dizer sobre este programa? É que a produção está definitivamente perdida. Chega a ser confrangedor ver algumas cenas, deste suposto programa de resistência física e mental. Uma coisa é certa, trata-se de um show onde pelos vistos os “concorrentes” foram mesmo testados, porque passaram fome e frio. As queixas aliás, tem visado não apenas o conteúdo que se considera duvidoso, mas as críticas se estenderam aos próprios participantes “forçados” que pelos vistos muitos não faziam ideia ao que iam. Perdidos de facto! Todos eles. É um daqueles programas que teria graça, se não fosse tão triste só de ver. O único aspecto alvo da minha curiosidade foi de facto as tribos: os Himbo, os Hamer e os Nakulamene. Aparentemente, eles percepcionaram todo aquele embuste como uma brincadeira. E devem ter deduzido que aqueles brancos eram todos malucos. Se calhar são bem mais espertos do que nós. Devem ter gozado aqueles coitados até à exaustão. Como sabem não sou fã de reality shows e se os outros formatos do género já eram maus, este bate todos. A minha dúvida é saber qual será a próximo que vai ultrapassar este programa em termos de ridículo e grotesco pela desgraça alheia. Sim, porque pelos vistos esta era de telelixo ainda não esta esgotada, muito pelo contrário e as audiências nesta matéria infelizmente falam por si.
É um programa dedicado à conversa. É um tipo de entrevista mais informal e mais enriquecedor do ponto de vista jornalístico.
Este programa transmitido pela RTP2 é um espaço que permite ao telespectador assistir a um tipo de entrevista mais intimista, num estilo radiofónico, pelo quase “esquecimento” da presença da câmara, da calma como são abordados os tema de conversa, sem pressões e com uma nítida fluidez que permite ao convidado falar á vontade. É do tipo de conversa que aprecio, porque se nota nitidamente que a maioria dos convidados se sente confortável, como se estivesse num café a ter uma conversa com um amigo. Esta atmosfera quase informal em muito se deve a postura do entrevistador, José Fialho Gouveia. Ele faz as questões certas e outras menos, mas o que interessa aqui, é o que delas faz ao longo da emissão. E o que passa para o espectador é um diálogo muito interessante entre duas pessoas que estão a conversar sobre o percurso profissional e pessoal de uma delas. É um tipo de entrevista que me interessa pela riqueza das pequenas coisas. Ficamos a conhecer, uns melhor e outros pior, o outro lado das figuras públicas convidadas. O que os motiva no seu percurso profissional e só por isso vale a pena ver este programa. É despretensioso e até certo ponto uma forma mais romântica de fazer jornalismo, porque o entrevistador envolve calmamente o seu entrevistado para uma esfera mais íntima, sem contudo invadir a privacidade do seu interlocutor.
É um espaço de informação que aborda com maior profundidade os acontecimentos que marcam a agenda das várias localidades portuguesas.
É programa noticioso por excelência que marca as agendas dos vários concelhos do país. É um tipo de informação mais pormenorizada, porque explora todos os aspectos da actualidade regional. Apresentado pela sempre excelente Dina Aguiar, uma das caras mais experientes da televisão pública, este espaço prima pela qualidade das reportagens que direccionam o seu enfoque nos eventos culturais promovidos pelas localidades. É um complemento informativo, porque com frequência vemos peças jornalísticas que acabam por abrir a emissão dos telejornais em horário nobre. É o verdadeiro serviço público por excelência, serve como janela do nosso país e da sua diversidade sociocultural. As peças jornalísticas têm um papel de destaque, ajudam a promover as regiões na diáspora, já que o programa é retransmitido na RTP Internacional. É também uma forma de mobilizar todos os meios técnicos e humanos que estão ao dispor desta televisão e que muitas vezes são simplesmente negligenciados, quando se afirma que a RTP não cumpre o seu papel em termos de serviço público. Este programa é prova disso e de forma positiva, porque procura evitar a reportagem lamechas que caracteriza a informação emitida por alguns canais.
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